A Montanha Mais Alta – Sapucaí Mirim

“Quando se sobe a montanha mais alta da região e se vê tantas outras, percebe-se quão vasta e majestosa é a Serra da Mantiqueira ao redor. ”

Logo na estrada, ao amanhecer, já avistamos a belíssima formação rochosa do complexo do Baú, com vista das três pedras – Ana Chata, Baú e Bauzinho.

Desta vez nosso objetivo final foi a Pedra Bonita, também conhecida como Pedra do Campestre. É o ponto mais alto de toda região na divisa entre os municípios de Gonçalves e Sapucaí Mirim no extremo sul de Minas Gerais.

A partir dos dois mirantes até o cume, a 2.120 m de altitude, em dia de boa visibilidade e com alguma paciência, é possível avistar uma dezena de pedras, montanhas e serras…

Como as Pedras do Forno, da Balança, da Divisa, do Baú, e Pico São Domingos. 

Observando atentamente, logo atrás do Baú, a silhueta do maciço Marins-Itaguaré, e quase desapercebido a Serra Fina, com destaque para o pico da Pedra da Mina. 

Ainda na Mantiqueira, os Picos Agudo e Trabiju, e Serra dos Poncianos.

Por Gonçalves são 8 km de trilha, enquanto que por Sapucaí Mirim são 10 km.

Pedra Ana Chata – Monumento Natural Pedra do Baú

Entre eucaliptos e campo aberto em aclive, adentramos na mata. Em constante subida, seguimos a direita na bifurcação em trecho mais inclinado. Logo deslumbramos a vista da pedra acima da copa das arvores. Em suas escarpas podíamos ver minúsculos pontos em movimento, eram os escaladores nas vias da pedra.

Atingimos a trilha principal após uma hora de caminhada e logo chegamos na entrada da gruta. Pelas entranhas da pedra, atravessamos a curta passagem e atingimos um patamar rochoso. Desse ponto, à visão da Pedra do Baú e mais um escalador subindo a pedra.

Em seguida atravessamos trechos com barras, grampos e escadinhas de ferro encravados na rocha. Então fizemos um desvio a esquerda, antes de chegar no topo, para apreciar a vista na ponta do lado oeste da pedra. Na volta paramos na “janela em U” para apreciar a vista.

Finalmente atingimos o topo da Pedra Ana Chata a 1.670 metros de altitude. O contentamento é sempre bom com a paisagem que se expande numa visão ampla. Na ponta leste da pedra temos a magnifica perspectiva do Baú visto de lado.

Para completar o espetáculo, ainda temos a vista do Vale do Paiol ao lado, o município de São Bento do Sapucaí bem ao fundo e toda a serraria do sul de minas.

Esta trilha, a partir do estacionamento Chico Bento, tem a distância total de 5 km. Com paradas na subida e descida, registramos um total de 3 horas, sem contar o tempo em cima da pedra.

Os Irmãos Cortez – Monumento Natural Pedra do Baú

Uma verdadeira obra esculpida pela natureza. A bela formação rochosa encravada no alto da serra da Mantiqueira ressalta um granito imponente. Merece destaque a estória de seus desbravadores.

Já passados 80 anos do grande feito de Antônio e João Teixeira de Souza, conhecidos como os irmãos Cortez, ao atingir o topo da pedra em 12 de agosto de 1940.

Pela face Sul os irmãos desbravaram o paredão de 340 metros de altura, subindo pelas fissuras, entre vegetação e rocha nua. Alcançaram o topo com ajuda de troncos de árvores e muita coragem. Um feito inédito para o montanhismo brasileiro.

Logo que o empresário Luiz Drumond Villares foi levado ao topo pelos irmãos Cortez, ele ficou tão encantado com a beleza que financiou a construção das vias ferrata e um refúgio de montanha.

Então, em 1943 os primeiros grampos de ferro e escada de pedra foram instalados na face Sul (lado de Campos do Jordão), facilitando o acesso de outras pessoas.

Depois um refúgio de montanha foi construído e entregue em 1947. Foram quase dois anos de obra devido à dificuldade ao transportar os materiais até o topo.

Infelizmente o refúgio sofreu vandalismo ao longo dos anos e na década de 80 havia apenas a chaminé da lareira. Atualmente sobraram apenas os alicerces.

Na foto acima, a Pedra do Bauzinho (aparece uma pontinha a esquerda), a Pedra do Baú (ao centro) e a Pedra Ana Chata (a direita). Em 2010, o Complexo da Pedra do Baú foi constituído em Monumento Natural Pedra do Baú.

Local: Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí / SP

Pedra de São Domingos – Sul de Minas Gerais

A Pedra de São Domingos se eleva a 2.050 m de altitude entre os municípios de Córrego do Bom Jesus, Paraisópolis e Camanducaia, no extremo sul de Minas Gerais.

Acesso por estrada rural, partindo de Gonçalves ou Cambuí, distante 20 km até o topo. A partir do km 15, somente veículo 4×4 em subida íngreme com trechos em chão de cimento.

Por trilha, distante 15 km de Gonçalves e 7 km de trilha via Otavianos Rancho.

No cume estão instaladas antenas de comunicação.

O espetáculo fica por conta da vista panorâmica de quase 360º.

Em dias claros, avista-se o Córrego do Bom Jesus, Cambuí (altitude 860 m) e Gonçalves (altitude 960 m).

Quanto as montanhas, avista-se a Pedra do Baú (altitude 1.950 m), o Pico do Selado (altitude 2.080 m) e toda extensão deste trecho da Serra da Mantiqueira.

Local: Córrego do Bom Jesus, Paraisópolis e Camanducaia / MG

Monumento Natural Pedra do Baú – Complexo Pedra do Baú

Este monumento natural de rara beleza cênica é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, numa área natural protegida pelo poder público do estado de São Paulo. Entre Campos de Jordão e São Bento do Sapucaí, é denominado Monumento Natural Pedra do Baú com objetivo de proteger a biodiversidade, recursos hídricos e geológicos; E preservação cultural e histórica da Serra da Mantiqueira.

Estas montanhas rochosas estão cercadas por matas nativas e conhecidas como Pedra do Bauzinho, Pedra do Baú e Pedra Ana Chata, o Complexo Pedra do Baú. Tem altitude máxima de 1.950 metros e larguras variáveis ao longo de toda extensão. O Baú com 340 metros de altura e 540 metros de comprimento se destaca pela espetacular formação rochosa sobre a Mata Atlântica.

É considerado um dos principais locais de escalada do estado de São Paulo e do Brasil. Nas trilhas que levam ao topo das pedras, temos uma caminhada de curta duração até a Pedra do Bauzinho, e aquelas percorridas em algumas horas, como a da Pedra do Baú, subindo os 600 degraus pela via ferrata face norte e descendo a face sul, ou Pedra Ana Chata passando pela via ferrata face sul.

Do cume das pedras, vemos um mar de montanhas da Mantiqueira e ilhas de matas nativas espalhadas pelo planalto. De um lado, Campos do Jordão, e do outro São Bento do Sapucaí, com vista do Vale do Paiol e ao fundo as montanhas que separam São Paulo do estado de Minas Gerais.

Local: Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí / SP

Pernoite no Baú – São Bento do Sapucaí

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Na busca de mais um pernoite na montanha, seguimos para a Pedra do Baú que está a 1.950 m de altitude e pode ser avistada no Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Sul de Minas Gerais.

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O sol ao entardecer iluminava o imponente Baú com seus 340 m de altura e 540 m de comprimento. Estacionamos do lado do restaurante e após ajustes nos equipamentos seguimos por uma trilha bem demarcada, subindo em direção a Face Norte.

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A Face Norte começa com degraus de ferro alternando trechos em caminhos naturais na encosta do rochoso. A partir da “parada dos medrosos” a subida reservou uma boa dose de adrenalina devido ao alto grau de exposição até chegar ao topo da pedra.

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O clima estava muito bom. A noite registramos temperatura mínima de 10ºC e sem nenhum vento. O acampamento foi montado ao lado do que restou do antigo abrigo de montanha e o jantar foi preparado com muita fartura.

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Durante o amanhecer uma névoa encobriu todo o vale e foi logo dissipada pelo sol. A Leste apreciamos a magnifica visão da Pedra do Bauzinho e a oeste pode-se observar uma grande sombra do Baú despontando sobre a Pedra Ana Chata.

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Após um demorado café da manhã iniciamos a desmontagem do acampamento e preparação para descer a Face Sul. Deste lado da pedra a vegetação é mais abundante e alguns trechos aparentavam menor exposição.

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Ao chegar na base da pedra seguimos uma trilha a direita. Numa alternância de descidas e subidas atingimos novamente a base da Face Norte. Então descemos o trecho final até o estacionamento.

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Seja na subida ou descida da Pedra do Baú, usamos equipamentos do tipo “bouldrier” e talabarte duplo para proteção individual durante a movimentação entre os degraus de ferro. Mais um acampamento espetacular e literalmente sobre as nuvens!

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Ao retornar, deixamos o local onde acampamos igual como o encontramos. O lixo que produzimos no acampamento foi trazido conosco para descarte em local apropriado.

Trilha do Bauzinho – São Bento do Sapucaí

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A Pedra do Bauzinho, do alto da serra da Mantiqueira, protegido pela natureza, cercado de matas, este imponente granito a 1.760 metros de altitude é parte do Complexo Rochoso Pedra do Baú.

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O acesso é por uma trilha na mata do Bauzinho, que está ao lado da Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí. A caminhada inicia num campo aberto inclinado e à medida que caminhamos fica evidente a subida na encosta protegida pela mata onde um descanso e fotos são obrigatórios.

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Após aproximadamente duas horas de caminhada, o Bauzinho defronta-se com a fantástica formação rochosa do Baú e no fundo do vale observa-se o município de São Bento do Sapucaí.

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Avista-se também o belo vale do Paiol, uma exuberante serra entre São Paulo e Minas Gerais. No retorno, o caminho contorna a Pedra do Baú pela mata onde podemos ver as famosas escadinhas de ferro, tanto do lado de Campos do Jordão como de São Bento do Sapucaí.

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Local: São Bento do Sapucaí / SP

Caminhando na Mantiqueira – Pedra Ana Chata

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O dia amanheceu mergulhado numa neblina fria até aparecer os primeiros raios de sol. Nossa direção, Serra da Mantiqueira. Destino, Pedra Ana Chata. Na estrada tivemos a oportunidade de observar o complexo rochoso do Baú e um pouco mais afastado, à esquerda, uma pedra aparentemente pequena. Puro engano! Sua grandeza se mede a cada passo até atingir o cume a 1.670 metros de altitude.

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Entre as várias trilhas existentes, escolhemos aquela em que podíamos caminhar e apreciar a vista das outras pedras. Saímos subindo uma colina em campo aberto entre poucas árvores. À medida que caminhávamos morro acima a dificuldade aumentou quando entramos na mata.

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Passamos pelo acesso ao Baú e descemos a trilha até atingir uma pequena clareira. Depois caminhamos bordeando a montanha numa constante subida, ainda sem visão da pedra, até alcançar a crista. Retomamos o fôlego! Deste ponto a trilha ficou menos íngreme. Mais à frente o caminho parecia um labirinto. Para nossa surpresa chegamos à entrada de uma gruta escura que é uma passagem natural por debaixo de uma grande rocha onde depois contornamos a mesma for fora até atingir um novo patamar.

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A partir da gruta estávamos praticamente escalaminhando a pedra e depois utilizamos escadinhas de ferro para ajudar na passagem em direção ao cume. Após mais alguns lances de escada abre-se uma vista panorâmica de tirar o fôlego. Deste ponto já podemos ver o vale e ao fundo o município de São Bento do Sapucaí.

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Em mais alguns passos superamos uma fenda na rocha chegando ao ponto mais alto da pedra. A recompensa final é a imponente Pedra do Baú que está numa posição lateral pouco conhecida. À primeira vista é como se tivéssemos aberto uma janela, da escuridão para luz. Uma poesia da natureza!

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