Deu a Louca na Macacada – São José dos Campos

Os Saguis-de-tufo-preto saltam de lado para outro. Aparentam ter personalidade diferente. Começam a sentar em duplas. Ficam à espreita. Tem uns menores, devem ser adolescentes. Até um bebê aparece na costa de um deles.

Eles têm pelagem estriada, uma mancha branca na testa e tufos pretos ao lado das grandes orelhas. A cauda é maior que o corpo e não usam para dependurar-se. Possuem garras afiadas que ajudam a correr e saltar nas árvores.

São muito ágeis. Alguns expressam surpresa. Um deles parece brincar de esconde-esconde. Dois ficam pulando freneticamente de galho em galho. Outro sagui foi olhar dentro de um tronco oco e um sagui se aproxima e quer pegar a comida das mãos do outro.

Sempre atento aos sons da mata. Parecem olhar para o nada, mas certo de estarem vendo algo. O último a chegar sentou no galho, desinteressado ficou observando no alto das árvores. Contei uns nove.

Alguns são atrevidos. Dois descem ao chão para pegar algo e voltam rápido. O bebê não tira os olhos de mim. Que folia! Então, de supetão todos olham para baixo numa só direção. Notam um perigo e começam a emitir um som de alerta, alto e agudo.

É sinal de perigo. Frenesi na área. Saltam para mais alto nas árvores. Mãos na cabeça. Braços abertos. Deu a louca na macacada. Era uma cobra que passa lentamente sem dar a mínima. Começam a se acalmar. A vocalização aquieta-se.

Um deles perfura um tronco com os dentes, na busca de seiva. Aparentam estar bem nutridos pois a mata ciliar é rica de sementes, flores, frutos e insetos. Sem contar que também se alimentam de filhotes de aves e pequenos lagartos.

Por fim começam a ir embora. Sumiram rapidamente na mata.

O Pingo e a Suzi – Parceiros de Caminhada

Eles sempre estão por perto ou aparecem do nada. As vezes estão perdidos, mas logo seus donos aparecem, como também se estivessem perdidos. Em outras, eles chegam bravos, dá vontade de sair correndo, mas logo começam a abanar o rabo, e me lembro da máxima do mundo animal onde um cachorro balançando o rabo é um cachorro feliz.

Legal quando eles podem ir na caminhada. Se ficam para pernoitar, fantástico! O mais legal mesmo é se eles não são nossos animais de estimação, e ficam com a gente. Acho que é uma demonstração de confiança.

Uma lembrança inesquecível foi na Travessia do Vale do Pati, Chapada Diamantina – BA, quando o “Jesus”, isso mesmo, era o nome dele, foi nosso cão guia durante quatro dias de trekking.

Desta vez, tivemos a companhia do “Pingo” e da “Suzi” no trekking com pernoite no Pico Queixo D’Anta em São Francisco Xavier/SP.

Ambos estão acostumados com a subida até o pico. Com frequência saiam em disparada para dentro da mata e depois reapareciam em outro ponto na trilha. Eles estavam sempre a nossa frente, como que parecendo fácil a trilha que sobe a encosta da montanha.

No acampamento, o “Pingo” fica em alerta!

Hora da foto oficial do “Pingo”.

O “Pingo” sempre nas beiradas.

Enquanto que a “Suzi” só quer carinho…

… E uma foto ao pôr do sol.

Mas na hora de ir para a cama, o “Pingo” foi o primeiro.

No dia seguinte, uma soneca antes de descer a montanha.

Ao retornar, deixamos o local onde acampamos igual como o encontramos. O lixo que produzimos no acampamento foi trazido conosco para descarte em local apropriado.

Energias da Serra – Campos do Jordão

Como toda longa jornada, ao final da missão cumprida o cansaço espreita os limites da resistência. Hora de recolhimento para recompor as forças e o equilíbrio.

Então subi em direção a um refúgio distante 5 km do centro de Campos de Jordão. Bem no meio da serra, onde todas as criaturas vivas, dos animais aos pássaros, da floresta aos riachos, estão conectadas.

A compensação é caminhar ou correr. Numa delas, passei em frente a Gruta dos Crioulos e subi o Pico do Imbiri.

Na descida confundi os caminhos até chegar a estrada do Campista para poder retornar ao refúgio.

Protegido pelo refúgio, amparado no conforto da família e amigos, chegara um novo entardecer de tranquilidade e silencio.

Com a energia renovada tudo ressalta os sentidos.

Toda manhã, na copa das árvores, lá estavam o Canário-da-Terra, o Asa Branca e o Jacu perambulando de galho em galho.

Enquanto que empoleirado nas araucárias, as Maritacas e casais de Tucano-de-Bico-Verde faziam suas algazarras.

Na mata distante ouvi macacos e o Caxinguelê passou ligeiro, subindo e descendo árvores, em busca de alimento.

Que sensação boa estar conectado com a energia da serra.

Parque Estadual da Ilha Anchieta – Ubatuba

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Um roteiro junto a natureza com direito a boas estórias de quando a ilha foi habitada pelos índios Tupinambás no século XVI, dos acontecimentos trágicos na rebelião dos presos em 1952, até a criação do parque estadual no final da década de 70.

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Era conhecida como ilha dos Porcos devido a colônia penal que ali existiu até 1914, e depois reativada para abrigar presos políticos e presos comuns em 1928.

Como parte das homenagens ao 4º centenário do nascimento do Padre Anchieta, passou a ser denominada Ilha Anchieta em 1934.

Em meados de 1952 uma grande rebelião resultou em centenas de mortes de presos, alguns militares e civis. O presidiu foi fechado em 1955.

Em 1977 foi criado o Parque Estadual da Ilha Anchieta (PEIA) e reaberto a visitação.

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A partir do desembarque na ilha, o primeiro passo é visitar a administração do parque e ruínas do presidio.

Os principais atrativos são praias de águas claras e transparentes, como a praia do Presidio, do Engenho, do Sul, das Palmas e do Leste, esta inclusive é a única cujo acesso é de barco.

Os acessos são pelas trilhas da Represa, do Engenho, Praia do Sul e Saco Grande. Algumas passam pelo mirante do Boqueirão, Passado & Presente e Costão das Palmas. As trilhas variam de baixa a média dificuldade com distâncias entre 750 a 2.600 m.

Tudo isso em meio as florestas secundárias, com vista dos costões rochosos e pode-se também chegar numa piscina natural. Devido a rica fauna e flora marinha, existem diversos pontos para mergulho e uma trilha subaquática com distância de 350 m.

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Em 1983 o Zoológico de São Paulo introduziu animais como capivaras, saguis, quatis, cutias, entre outros. Hoje existem populações a mais desses animais à custa da falta de predadores naturais. É comum observá-los nas trilhas, além de pássaros e cobras.

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O principal acesso é pela rodovia Rio Santos, próximo ao km 62, através da Marina e Píer Saco da Ribeira. De lá as embarcações navegam 8 km, em cerca de 40 minutos, até a ilha.

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Local: Ubatuba / SP

Trilha do Garcez – Parque Estadual da Serra do Mar

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A Trilha do Garcez está localizada dentro do Parque Estadual Serra do Mar – PESM, Núcleo Santa Virgínia – Base Vargem Grande, município de Natividade da Serra / SP.

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Um lugar para contemplar a beleza natural da Serra do Mar caminhando às margens do rio do Jacu e rio Grande. O caminho dentro da floresta atlântica de planalto tem variação de altitude em torno de 230 metros e uma distância total de 6 km.

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Esta trilha conta com diversos atrativos naturais entre cachoeiras e poços para banho, como a cachoeira do Garcez, cachoeira do Pocinho, rio do Jacu e poços para banho ao longo do rio Grande.

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Dentro do parque é fácil encontrar árvores como Manacá-da-serra, Cedros, Palmeiras, Canelas, Araçás e Palmito Jussara. A fauna abriga uma diversidade de 146 espécies de aves endêmicas da Mata Atlântica e 67 espécies de mamíferos.

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Com um pouco de prática na observação do ambiente, pode-se ainda encontrar anfíbios e répteis usando do recurso da camuflagem para se proteger ou esconder dos predadores.

Local: Natividade da Serra / SP