Cachoeira do Índio – Pindamonhangaba

Era segunda-feira, véspera do último dia do ano. A cada passo na trilha úmida e escorregadia, a Mata Atlântica parecia sussurrar segredos antigos. O cheiro terroso da vegetação densa misturava-se com o som da mata viva, com o encanto dos pássaros ecoando cantos de paz. Raízes, lama, descidas e subidas íngremes testavam o nosso fôlego. E então, lá estava ela. A imponente Cachoeira do Índio surgia como uma força da natureza, escondida no coração da mata virgem. Seus cem metros de águas turbulentas despencavam com uma fúria indomável, criando uma névoa refrescante que se misturava ao vento. O rugido da água ecoava pela floresta, um lembrete do poder bruto e da beleza selvagem do mundo natural. Era mais do que uma paisagem, era um momento gravado na alma.

Feliz e Próspero 2025!

Um Amanhã de Esperança e Luz

O mundo que habitamos atravessa tempos desafiadores, marcados por turbulências, transformações profundas e uma sensação de incerteza. A transição planetária em que nos encontramos exige de nós resiliência e solidariedade.

Com o Natal se aproximando, somos convidados a refletir sobre o verdadeiro significado dessa data: o nascimento da luz, da paz e da renovação interior. É o momento de aquietar o coração e permitir que a esperança floresça, mesmo diante das dificuldades.

Que no limiar do Novo Ano, cada um de nós possamos trazer no dia a dia, mais o amor, a compreensão e a união, prevalecendo sobre a discórdia. Que possamos, juntos, agir em paz em nossos lares, comunidades e no mundo.

A transição planetária já começou, é preciso coragem para construir um amanhã de luz e esperança.

O Trem da Serra Verde

Embarcar no trem da Serra do Mar Paranaense é muito mais do que uma simples viagem; é uma experiência fascinante que conecta Curitiba a Morretes, atravessando a maior área contínua de Mata Atlântica preservada no Brasil. Ao longo do trajeto, a paisagem se revela como um verdadeiro espetáculo natural: montanhas majestosas, cânions profundos, cachoeiras, represas e vistas do litoral paranaense.

O percurso, repleto de história e engenharia, inclui mais de quarenta pontes, sendo a Ponte São João um marco icônico, toda em aço e impressionante em sua estrutura. Os treze túneis, como o imponente Túnel Roça Nova, situado a cerca de mil metros de altitude, conferem um toque de mistério e aventura à jornada.

A ferrovia, inaugurada em 1885 pela Princesa Isabel, carrega o charme do passado. Ao longo do caminho, é possível avistar ruínas de antigas estações, testemunhas silenciosas de uma época que marcou a integração do estado do Paraná. E enquanto o trem avança, a rica biodiversidade da Mata Atlântica é um convite a contemplar a natureza em sua forma mais exuberante.

O passeio chega ao fim em Morretes, cidade que combina arquitetura colonial e histórias fascinantes. Seja pela natureza, pela história ou pela sensação de viajar no tempo, este é um roteiro que encanta a cada curva dos trilhos.

Roteiro: Curitiba – Morretes / PR

O Farol

A noite escura nos envolveu em desoladora quietude no alto do rochedo frio. Por volta da meia-noite, uma chuva fina começou a cair, seu som confundindo-se com o das ondas que castigavam a encosta. No vasto mar, apenas uma penumbra quebrava a escuridão, e uma leve ondulação desenhava-se na linha do horizonte.

Nosso conforto vinha da pequena torre do farol. Sua luz forte e constante servia como um guia firme para as embarcações, evitando colisões com a traiçoeira península. Era uma verdadeira fonte de esperança, direção e segurança para os navegantes. Uma luz guia que cortava as trevas, orientando o caminho em noites sombrias.

Durante a madrugada, as horas escorreram devagar, como areia por entre os dedos. Então, uma faísca de luz despontou no horizonte. Entre nuvens baixas, o primeiro brilho do sol brincava de esconde-esconde, anunciando sua chegada. O nascer do dia explodiu em tons de vermelho e laranja, inundando o céu com sua paleta vibrante.

Num instante, tudo ao redor se iluminou, transformando a paisagem em um alegre azul diurno.

Botas Desgastadas

Sob o brilho prateado da lua, uma velha coruja pousa em um tronco retorcido, suas penas parecem tecer a própria noite. Aos seus pés, repousa um par de botas desgastadas, com a vegetação da mata habitando o couro surrado.

“Já fui como você,” disse a coruja, com olhos como espelho das estrelas. “Essas botas carregaram sonhos e dúvidas, passos errados e caminhos iluminados. Aprendi que não é a voo percorrido que importa, mas o que você aprende enquanto voa.”

A coruja bateu as asas suavemente, como um abraço no vento. “Mudanças chegam como o amanhecer: inevitáveis e sempre novas. Cabe a você acolhê-las com a sabedoria de quem observa, ou resistir, como uma árvore lutando contra a tempestade.”

Então o vento soprou, levantando folhas secas e histórias adormecidas. A coruja inclinou a cabeça e, com um último olhar, alçou voo, deixando as velhas botas como um lembrete: a jornada nunca termina, apenas muda de plano.

Um Longuinho de Respeito

Hoje foi dia de enfrentar mais do que um treino no Parque da Cidade, em São José dos Campos – foi dia de resgatar limites esquecidos. A manhã começou fresca, com uma leve brisa, mas o verdadeiro desafio estava nos 11 km planejados dentro do parque. Cada passo nas trilhas somava esforço e determinação, cercado pela energia das árvores e pelo som dos pássaros.

O percurso alternava entre trechos de sombra e áreas abertas, exigindo foco e constância. A vista do lago era um breve alívio, mas o cansaço dava lugar à persistência, aquela força interior que empurra quando as pernas já querem parar. Quando os 11 km foram concluídos, a sensação de dever cumprido se transformou em uma decisão: ir além.

No retorno, somamos mais 12 km, totalizando 23 km – um “longuinho” de respeito. Esse treino não foi apenas uma preparação física, mas um lembrete de que as distâncias maiores, nas provas de rua e montanha, são conquistadas com esforço diário, garra e a vontade de ir sempre mais longe. Que venham as meias maratonas e os novos desafios nas corridas!