Travessia Baependi-Aiuruoca – Cachoeiras e Serras

Na travessia do Parque Estadual da Serra do Papagaio, cada curva revela novos recortes no horizonte.

No segundo dia, após parada na Cachoeira do Juju, refrescamos corpo e alma antes de iniciar uma longa subida, contornando mais um morro. Entre trilhas suspeitas, desviamos para o Vale das Araucárias e, ao perceber o caminho errado, retornamos a esquerda até reencontrar a trilha principal no Rancho do Caçador.

Já havíamos atravessado a Serra da Vargem, Serra da Careta e Serra da Chapada, e agora avançávamos pela Serra do Charco, onde a Cachoeira do Charco, no Rio Baependi, corria vigorosa, exigindo atenção redobrada. Sem ponto seguro sobre as pedras, atravessamos o rio após a queda, com mochila e bastões firmes, enfrentando a correnteza com cuidado.

A subida seguinte serpenteou suavemente até um terreno alto e plano, entrando na Serra D’Itacolomi. Cada passo se recompensava com vistas deslumbrantes de campos abertos, montanhas distantes e a luz dourada do entardecer refletindo nos vales.

Um segundo dia longo, marcado por memórias vívidas e a certeza de que essa travessia seria inesquecível.

Travessia em Montanha

” A travessia de uma montanha revela tanto a força dos nossos passos quanto a grandeza dos nossos sonhos. “

A travessia em montanha é uma jornada desafiadora e inspiradora que pode nos levar ao limite físico e mental. É uma experiência que nos permite conectar com a natureza de uma forma profunda e nos desafia a superar obstáculos e medos.

Quando começamos a trilhar o caminho, somos recebidos pela imponência das montanhas que se elevam diante de nós. A grandiosidade da paisagem nos lembra de nossa pequenez diante da natureza e desperta um sentimento de humildade. A cada passo, sentimos a energia da montanha nos impulsionando para seguir em frente.

A travessia em montanha exige preparo físico e resistência. É necessário enfrentar trilhas íngremes, terreno acidentado e condições climáticas adversas. Mas é exatamente nesses desafios que encontramos força e determinação. Cada subida e descida nos ensina a persistir, a encontrar equilíbrio mesmo nas situações mais difíceis.

Além dos desafios físicos, a travessia em montanha também nos proporciona momentos de introspecção e autoconhecimento. Durante as horas de caminhada, temos a oportunidade de refletir sobre nossas vidas, nossas escolhas e objetivos. A montanha nos convida a deixar para trás o cotidiano e encontrar clareza em meio à natureza.

A medida que alcançamos o topo da montanha, somos recompensados com uma vista panorâmica de tirar o fôlego. A sensação de conquista e admiração diante da beleza natural ao nosso redor é indescritível. No momento em que atingimos o pico, contemplando o horizonte, sentimos nosso coração em conexão com o mundo.

A travessia em montanha também nos ensina sobre trabalho em equipe e solidariedade. Muitas vezes, realizamos a jornada com amigos de aventura, compartilhando momentos de alegria, dificuldade e superação. Nos momentos em que enfrentamos obstáculos maiores, encontramos apoio uns nos outros, fortalecendo a confiança mútua.

No final da travessia, quando voltamos para casa, carregamos conosco as lembranças, aprendizados e transformações que ocorreram durante essa jornada. A experiência de atravessar uma montanha nos torna mais resilientes e gratos. Aprendemos que podemos superar desafios, nos reconectar com a natureza e descobrir nossa força interior.

A travessia em montanha é uma metáfora poderosa para a vida. Ela nos lembra que, embora o caminho possa ser difícil e repleto de obstáculos, se mantivermos a determinação e a vontade de avançar, seremos capazes de alcançar grandes alturas e descobrir um mundo de possibilidades além dos limites que impomos a nós mesmos.

Travessia Marins Itaguaré – Serra da Mantiqueira

A Travessia Marins Itaguaré é uma das clássicas caminhadas do montanhismo brasileiro. Este trekking percorre uma parte da Serra da Mantiqueira, entre São Paulo e Minas Gerais, tendo como pontos culminantes o Pico dos Marins (2.420 m), Pico Marinzinho (2.432 m), Pedra Redonda (2.304 m) e Pico do Itaguaré (2.308 m). Uma travessia de 20 km em 3 dias, considerando ataque aos picos do Marins e Itaguaré.

É uma travessia técnica, em terreno rochoso, muita subidas e descidas, com mochila cargueira, água extra devido à restrição de pontos de captação de água, acampamento selvagem, possibilidade de neblina dificultando a navegação. Trekking com trecho de trilhas pouco visíveis, escalaminhada, passagem de buraco e uso de corda. Estar fisicamente bem preparado e contratar guia ou agência especializada são essenciais.

Na linha de cume desta travessia, é fantástico a vista dos vales e picos.

Da estrada já avistamos o contorno da serra, com o Marins a esquerda e o Itaguaré do outro lado. Subindo pelo bairro dos Marins, vemos os detalhes das montanhas escarpadas.

No alto dos Marins, temos um cenário amplo da travessia, com visão do Marinzinho, Pedra Redonda, Itaguaré e Serra Fina / Pedra da Mina.

No Pico Marinzinho, olhando para trás, a esquerda vemos o Marins, e olhando a frente, a continuação da travessia, com a Pedra Redonda começando aparecer em destaque.

Na lomba da Pedra Redonda, antes de descer para o acampamento, o Itaguaré foi iluminado pelo entardecer enquanto que o Vale do Paraíba ficou as margens da sombra da Mantiqueira.

No Pico do Itaguaré, entre nuvens passageiras, aguardando o pôr do sol, vimos o que ficou para trás, o Marins a esquerda, no centro a Pedra Redonda e a direita o Marinzinho.

Depois aguardamos a chegada de mais um espetacular pôr do sol.

Uma aventura em perfeito respeito a montanha. Este desafio exige bom planejamento e logística. Sugiro estar com bom preparo físico, formar um grupo pequeno, com espírito de equipe e focado no objetivo de cada dia. Não recomendo esta travessia se for o primeiro trekking ou o primeiro contato com a montanha.