Desbravador Parte 2 – Mirante de São Francisco Xavier

Dizem que o desbravador não tem medo do desconhecido.

Na montanha, temos que ser fortes e humildes para superar as adversidades do relevo e clima severo. Algumas vezes, temos que respeitar o que a montanha nos diz e entender que nem sempre chegaremos no cume na primeira vez.

A natureza é fascinante!

Ao amanhecer na montanha, o sol desponta no horizonte trazendo luz e calor. Do alto, o mar de nuvens seduz o espírito. O pensamento em oração contempla mais um dia de vida.

Como caminhar é preciso, vamos a última parte desta empreitada exploratória.

Desbravador Parte 1 e Parte 3.

Desbravador Parte 1 – Serra dos Poncianos

Dizem que desbravar é ir ao encontro do desconhecido.

Na mata, mesmo que seja pela enésima vez, e a vivencia tem nos dados alguma sabedoria, toda preparação prévia é crucial; E durante a jornada deve-se cuidadosamente executar como se fosse a primeira vez.

A natureza sempre nos reserva algo novo!

Ao amanhecer os raios de sol despertam a mata. A luz e o calor dão novo brilho aos seres da floresta. O caminho se abre e seguimos em frente.

Dentro da floresta surgem passarelas que formam tapetes de folhas, aliviando nosso caminhar. Em outros momentos todas as árvores querem nos abraçar.

Como caminhar é preciso, em algum lugar na serra dos Poncianos, parte da serra da Mantiqueira, e vamos adiante.

Desbravador Parte 2 e Parte 3.

Floresta Nacional – Passa Quatro

No Brasil, floresta nacional é uma das categorias de áreas protegidas de uso sustentável estabelecidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, para promover pesquisa científica e uso sustentável dos recursos florestais.

A Floresta Nacional de Passa Quatro abriga uma área para recreação ao ar livre, com lago, cachoeira, rio, fonte de água mineral, viveiro de mudas, criação de trutas, jardins e área administrativa. A visitação é gratuita.

Esta unidade de conservação foi criada oficialmente em 1968, e controlada pelo IBAMA até 2007. Atualmente é administrada pelo ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Área remanescente da Mata Atlântica, integra o Corredor Ecológico da Serra da Mantiqueira, abrangendo 3,3 milhões de m², de florestas de araucárias, eucaliptos e pinus plantadas, araucárias nativas e matas, numa altitude entre 900 a 1.400 metros.

A boa infraestrutura facilita a visitação pública para desfrutar dos atrativos. Na caminhada vale a pena visitar a cachoeira do Iporã, ou apenas passear próximo ao lago, relaxar ao som da natureza ou fazer um piquenique.

Local: Passa Quatro / MG

Energias da Serra – Campos do Jordão

Como toda longa jornada, ao final da missão cumprida o cansaço espreita os limites da resistência. Hora de recolhimento para recompor as forças e o equilíbrio.

Então subi em direção a um refúgio distante 5 km do centro de Campos de Jordão. Bem no meio da serra, onde todas as criaturas vivas, dos animais aos pássaros, da floresta aos riachos, estão conectadas.

A compensação é caminhar ou correr. Numa delas, passei em frente a Gruta dos Crioulos e subi o Pico do Imbiri.

Na descida confundi os caminhos até chegar a estrada do Campista para poder retornar ao refúgio.

Protegido pelo refúgio, amparado no conforto da família e amigos, chegara um novo entardecer de tranquilidade e silencio.

Com a energia renovada tudo ressalta os sentidos.

Toda manhã, na copa das árvores, lá estavam o Canário-da-Terra, o Asa Branca e o Jacu perambulando de galho em galho.

Enquanto que empoleirado nas araucárias, as Maritacas e casais de Tucano-de-Bico-Verde faziam suas algazarras.

Na mata distante ouvi macacos e o Caxinguelê passou ligeiro, subindo e descendo árvores, em busca de alimento.

Que sensação boa estar conectado com a energia da serra.

Pico do Selado – São Francisco Xavier e Monte Verde

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O Pico do Selado está localizado entre os distritos de Monte Verde, em Camanducaia / MG, e São Francisco Xavier, município de São José dos Campos / SP.

Numa sequência de montanhas rochosas da Serra da Mantiqueira temos o Pico do Selado como ponto culminante a 2.080 metros de altitude.

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O acesso pode ser feito por trilhas, tanto pelo lado de Monte Verde como por São Francisco Xavier.

O grau de dificuldade de cada lado está nas distâncias, inclinação, tipo de terreno e trilhas quase todas autoguiadas.

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Pelo caminho mais longo, segue a trilha do Jorge numa travessia de São Francisco Xavier até Monte Verde e depois até o Platô, para então seguir na trilha que chega ao pico.

Outra opção é seguir pela mesma trilha, desviar para a Pedra da Onça, seguir para Pedra Partida sentido Pedra Redonda, Chapéu do Bispo até o Platô e de lá subir até o pico.

Em qualquer destes dois caminhos, será uma longa jornada com mochila cargueira para fazer pernoite e voltar no dia seguinte.

Considere ainda que o trecho da Pedra da Onça até a Pedra Partida não é toda autoguiada.

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Outra opção é pelo lado de Monte Verde. Começar a caminhada pela trilha do Platô, no final da rua da Mantiqueira, ou pela trilha do Chapéu do Bispo, no final da avenida das Montanhas.

Neste caso ambos chegarão ao Platô e depois até o pico. Com uma mochila de ataque pode-se aproveitar bem o dia saindo cedo para voltar ao entardecer.

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Em termos de duração de ida e volta, a estimativa é de 15 horas pelo lado de São Francisco Xavier e 5 horas pelo lado de Monte Verde.

As paisagens desta parte da Serra da Mantiqueira são de tirar o fôlego com visão 360 graus das montanhas do sul de Minas e de São José dos Campos.

Abordaremos as travessias, de São Francisco Xavier a Monte Verde e Serra dos Poncianos, em outros posts.

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Local: Serra da Mantiqueira / Monte Verde e São Francisco Xavier

Vale Encantado – Gomeral

Encontramos o guia Chico Bento e mais alguns aventureiros para explorar o Vale Encantado no Gomeral.

O dia ensolarado anunciava uma muralha naquela visão da serra. Olhando a mata de longe parecia quase que vertical.

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Em trinta minutos de caminhada chegamos ao ribeirão do Gomeral. A caminhada em trilha molhada adentrou um cânion estreito repleto de cascatas, cachoeiras e poços.

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De cenários incríveis, subimos leitos rochosos as margens de águas geladas onde raios de sol abriam clareiras de luz e calor em meia a mata escura e fria.

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A trilha na mata fechada dava lugar a leitos de pedra e de pequenas encostas rochosas onde o uso de corda se fez necessário.

O encanto estava presente nos contrastes entre luz e trevas, claro escuro, calor e frio, água e pedra. Um lugar singular e ao mesmo tempo exuberante!

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Das altas paredes rochosas, o musgo verde escorria pela encosta, e dele brotavam fios d’água. Cascatas escorriam e uma névoa se fazia presente em forma de gotículas. A densa vegetação aflorava em equilíbrio.

A contemplação se fez presente.

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No final, as paredes do cânion fecharam num singelo regato.

Deixando o olhar subir pelas paredes íngremes, a luz se escondia na copa das árvores.

Em minutos, com o sol a pino, a luz caminhou lentamente das árvores e desceu a parede rochosa até atingir as pedras onde estávamos.

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Um véu de luz se abriu e fechou ao longo do caminho.

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Uma caminhada onde é preciso estar preparado para andar sobre pedras em uma trilha molhada.

Pico dos Marins – Piquete

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O Pico dos Marins está localizado na Serra da Mantiqueira, na divisa dos municípios de Piquete e Cruzeiro, no estado São Paulo. Sua altitude é de 2.420 metros acima do nível do mar.

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É um dos points do montanhismo e trekking no estado de São Paulo e no Brasil. Formado por um grande maciço rochoso com paredões e escarpas íngremes. Foi escalado pela primeira vez em 1911.

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Como parte desse maciço, na linha de cume, avista-se o Pico do Marinzinho, Pedra Redonda e Pico do Itaguaré. No maciço ao longe, avista-se a Serra Fina e a Pedra da Mina, seu ponto culminante.

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O trekking até o cume é considerado um dos mais bonitos do Brasil. Quanto ao grau de dificuldade pode-se dizer que é de médio a pesado com subida constante em terreno rochoso e “escalaminhadas” no trecho final.

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Evite subir com chuva e tempestades eletromagnéticas pois não existe abrigo para se proteger. A orientação fica limitada com a neblina que aparece com frequência.

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A temperatura chega facilmente abaixo de zero graus no inverno. Outro ponto de atenção são os fortes e constantes ventos. Procure ir com um guia experiente.

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Local: Piquete / SP

Circuito Couto Prateleiras – Parque Nacional de Itatiaia

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Esta pequena travessia, conhecida como Circuito Couto Prateleiras, é uma das mais belas do Parque Nacional de Itatiaia. De fácil acesso, possibilita subir o Morro do Couto (2.680 m) e Prateleiras (2.548 m) em um único dia.

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Lembrando que para subir Prateleiras com segurança é importante usar equipamento básico de escalada. No caso do Morro do Couto a subida final fica por conta de uma boa escalaminhada.

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Desta vez saímos e retornamos para o Rebouças, local do nosso acampamento. Avançamos rapidamente pela estradinha de terra e no estacionamento subimos à esquerda até encontrar o início da trilha para o Morro do Couto.

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Como em outras trilhas do parque, temos a visão de importantes montanhas da serra da Mantiqueira. É uma explosão de paisagens panorâmicas e montanhosas.

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Primeiramente avistamos a Serra Fina e Pedra da Mina. Na travessia, temos a visão da Pedra do Altar, Asa do Hermes, Pico das Agulhas Negras, Pedra Assentada, Pedra da Maça, Pedra da Tartaruga e Prateleiras.

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Ainda temos uma panorâmica do planalto de Itatiaia onde se encontra o Abrigo e Camping Rebouças. Avistamos também a Parte Baixa do parque, e do outro lado do vale, a Serra do Mar.

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Simplesmente um longo e prazeroso dia, onde caminhar foi apenas um pretexto para fotografar, papear com os amigos e acampar a 2.500 metros de altitude.

Pernoite no Baú – São Bento do Sapucaí

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Na busca de mais um pernoite na montanha, seguimos para a Pedra do Baú que está a 1.950 m de altitude e pode ser avistada no Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Sul de Minas Gerais.

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O sol ao entardecer iluminava o imponente Baú com seus 340 m de altura e 540 m de comprimento. Estacionamos do lado do restaurante e após ajustes nos equipamentos seguimos por uma trilha bem demarcada, subindo em direção a Face Norte.

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A Face Norte começa com degraus de ferro alternando trechos em caminhos naturais na encosta do rochoso. A partir da “parada dos medrosos” a subida reservou uma boa dose de adrenalina devido ao alto grau de exposição até chegar ao topo da pedra.

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O clima estava muito bom. A noite registramos temperatura mínima de 10ºC e sem nenhum vento. O acampamento foi montado ao lado do que restou do antigo abrigo de montanha e o jantar foi preparado com muita fartura.

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Durante o amanhecer uma névoa encobriu todo o vale e foi logo dissipada pelo sol. A Leste apreciamos a magnifica visão da Pedra do Bauzinho e a oeste pode-se observar uma grande sombra do Baú despontando sobre a Pedra Ana Chata.

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Após um demorado café da manhã iniciamos a desmontagem do acampamento e preparação para descer a Face Sul. Deste lado da pedra a vegetação é mais abundante e alguns trechos aparentavam menor exposição.

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Ao chegar na base da pedra seguimos uma trilha a direita. Numa alternância de descidas e subidas atingimos novamente a base da Face Norte. Então descemos o trecho final até o estacionamento.

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Seja na subida ou descida da Pedra do Baú, usamos equipamentos do tipo “bouldrier” e talabarte duplo para proteção individual durante a movimentação entre os degraus de ferro. Mais um acampamento espetacular e literalmente sobre as nuvens!

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Ao retornar, deixamos o local onde acampamos igual como o encontramos. O lixo que produzimos no acampamento foi trazido conosco para descarte em local apropriado.

Pernoite no Marins – Piquete

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O amanhecer na serra de Piquete nos presenteou com os primeiros raios de sol e uma grande nebulosidade na subida das montanhas da Mantiqueira.

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Chegamos ao Morro do Careca, a 1.608 metros de altitude, ainda sem visibilidade dos maciços. O caminho já anunciava as íngremes encostas rochosas.

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Ao adentrar a trilha seguimos numa ascendente elevação. Passamos por uma sequência de três mirantes até atingir a cota 2.077 metros. Com ventos constantes as montanhas ao norte estavam à vista. 

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Iniciamos a subida do primeiro maciço. Como numa dança frenética as nuvens se dissipavam e acumulavam rapidamente. Após o segundo maciço atingimos o quarto mirante a 2.250 metros.

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O dia cada vez mais bonito tornara a dificuldade da subida menos penosa. Ao chegar à nascente do ribeirão Passa Quatro, a 2.300 metros, seguimos numa sequência de escalaminhada até atingir o cume.

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Ascendemos o Pico dos Marins a 2.421 metros de altitude. Faltando três horas para o crepúsculo tivemos todo o tempo do mundo para montar acampamento, preparar um saboroso café da tarde e registrar em muitas fotos aquele pôr do sol.

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Ao entardecer registramos uma visão insólita do lado do Vale do Paraíba. Sobre o mar de nuvens formou uma grande sombra do Marins e logo acima a lua cheia já despontava no céu.

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O vento gelado soprava suave e a temperatura mínima atingiu a marca de 2°C com uma sensação térmica menor. A meia-noite, os intrépidos saíram da barraca para apreciar a luz da lua que clareava fortemente o topo da montanha.

Durante a descida tivemos o privilégio de contemplar o aparente isolamento do Pico do Marinzinho, provocado pelo mar de nuvens, entre a Pedra Redonda, Pico do Itaguaré e mais ao fundo Serra Fina.

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Ao retornar, deixamos o local onde acampamos igual como o encontramos. O lixo que produzimos no acampamento foi trazido conosco para descarte em local apropriado.