Corrida dos Três Parques

Em meados de 2020, devido ao flagelo que atingiu a todos nós, resolvi paralisar as corridas treinos e provas, por tempo indeterminado, e focar nas trilhas e travessias. Em meados de 2023 retornei aos treinos curtos, e início deste ano aos treinos longos.

Esta corrida treino comemora o retorno as corridas longas, objetivando as meias-maratonas em 2025. Ao longo desta jornada nas corridas, ocorreram paradas obrigatórias devido as lesões e também as não obrigatórias, para simplesmente curtir um descanso das corridas.

Como sempre existiu propósitos e objetivos ao longo da jornada, sempre houve um motivo para retornar. Ganhei e perdi. Descobri e superei limites, senti dores temporárias e gratidão eterna, resiliência a cada passo e alegria fugaz. Experimentei novos desafios. Descobri que o impossível é apenas uma opinião, o meu maior inimigo é minha mente e quem eu realmente sou ecoa quando vou além do limite do possível.

Esta corrida treino sai da praça Ulisses Guimarães, percorre as principais vias públicas e três importantes e belos parques municipais de São José dos Campos-SP: Santos Dumont, Vicentina Aranha e Roberto Burle Marx, também conhecido como Parque da Cidade. A volta é pela orla do Banhado, que é cartão postal e patrimônio natural da cidade, retornando a praça. 

O percurso da Corrida dos Três Parques soma 15 Km. Se der uma volta em cada um dos parques, a distância final será entre 18 a 20 Km.

João-velho

É tido como um dos mais belos pica-paus do Brasil. Destaca-se pelo vistoso topete amarelo que dá origem à maior parte dos nomes populares, como cabeça-de-velho, joão-velho, pica-pau-velho, pica-pau-de-cabeça-amarela, pica-pau-cabeça-de-fogo, pica-pau-loiro e ipecuati (tupi).

Nome científico: Celeus flavescens.

Suas asas são pretas e barradas de branco com as partes inferiores pretas. O macho apresenta uma faixa vermelha nas laterais da cabeça, próximo a base do bico. Possui língua longa, preenchida de pontas em forma de escova, apropriada para extrair suco das frutas e o néctar das flores.

Alimenta-se de frutas, insetos, larvas, formigas e cupins. Na região sudeste, em Mata Atlântica, foi confirmado aves tomando o néctar das flores de duas espécies de plantas (Bombacaceae e Marcgraviaceae) do dossel da floresta.

Os pica-paus são polinizadores, pois ao visitarem várias flores das plantas, encostam a cabeça e o pescoço nas anteras e estigmas das flores. São aves benéficas na conservação da natureza, visto que se alimentam de cupins, formigas e outros insetos nocivos à madeira.

Estas aves estão sob ameaça por causa da alteração do seu habitat natural, desmatamentos e queimadas. A espécie depende de arvores altas e ocas para abrigo e construção de seus ninhos. Estão na lista de animais ameaçados de extinção do Ministério do Meio Ambiente.

Festa no Vale – São José dos Campos

” Caminhando na serra vejo o entardecer trazer aquele céu alaranjado pelas bandas de minas. Então, ando mais um pouco em busca de um local para montar abrigo. Após o rancho, o bate papo arrefece para o descanso oportuno. Ainda sem sono, percorro alguns passos até o Abismo e fico de tocaia olhando o céu estrelado. Logo, a atenção se volta para o horizonte em razão da extensa e contínua faixa de luz vindo da minha cidade natal. “

Parabéns São José dos Campos!

255 anos

A quinta cidade mais populosa do estado de São Paulo e a maior do Vale do Paraíba. Município hospitaleiro que se destaca nos setores de serviços, indústrias e tecnologia, localizada entre o eixo São Paulo – Rio de Janeiro, estando a algumas horas das montanhas, nas Serras da Mantiqueira e do Mar, entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, ou das praias de São Paulo e Rio de Janeiro.

27 de julho de 2022

Floresta de Coníferas – Caminhar é Preciso

Na juventude da alvorada me levanto descansado. A barriga reclama por um reforçado café matutino. Com a mente desperta procuro a janela para ver a serra. Graças a cerração matinal só consigo ver as colinas na vizinhança.

No verde altivo da estrada vejo o céu azul e a encosta coberta por pinheiros. Sigo no aclive ligeiro. Estaciono. Procuro pelo sol que sacode a neblina. Vejo a floresta de pinheiros. Olho para o alto, me surpreendo com as coníferas à frente.

Agacho para conferir o solo pobre e seco. Procuro pelas pinhas ovaladas. Percebo uma floresta antiga de pinheiros escamosos. Ainda na sombra do frio matinal me aconchego para dentro da floresta. Solitário, no silêncio olho para o céu azul. 

Chamamos as pinhas de cones em atenção ao nome coníferas. Não há flores e nem frutos. Neste dia não houve sonido entre as árvores. O vento ficou preso nas colinas ao longe. Se eu pudesse subiria no topo de um pinheiro para ver o horizonte.  

Logo alcanço o topo da colina e busco apurar a vista. Entre os galhos e troncos vejo minha terra nativa. O dia azul destaca a urbe vertical. Soberana nos arranha-céus. O progresso não para. Observo a beleza da curvatura do Arco da Inovação.

Mas aqui dentro da floresta, ser pinheiro longevo é ser forte. Se o minuano chega farto, o pinheiro verga, mas não lasca. Da visão do interior, dá alegria ao caminho as coníferas de semente nua e do emaranhado dos troncos desgarrados.

Donde Eu Vim – São José dos Campos

Donde eu vim, os primeiros habitantes no final do século XVI eram os índios Puris com os jesuítas formaram a Aldeia do Rio Comprido, que em 27 de julho de 1767 foi elevada a vila de São José do Paraíba, distante quinze quilômetros de onde está localizada a Igreja Matriz. Em meados do século XIX com a produção de algodão para exportação houve um crescimento econômico.

Éramos rurais e nascemos com vocação tecnológica. Hoje somos referência em inovação e empreendedorismo no Brasil. Uma cidade com qualidade de vida, grandes extensões de ciclovias, muitos lugares para caminhar e correr.    

Donde eu vim, tantas mudanças. Em 1864 de vila a município, em 1871 o nome da cidade mudou para São José dos Campos, em 1869 o primeiro bairro de Santana, em 1921 inaugurado o Mercado Municipal e 1951 chegou a rodovia Presidente Dutra. Fomos uma estação climática e cidade sanatório no tratamento da tuberculose, história preservada com o tombamento do parque Vicentina Aranha.

Qual Joseense que não conhece a praça do Sapo, o parque Santos Dumont, o Banhado e a primeira fábrica e fazenda da tecelagem Paraíba, hoje Parque (da Cidade) Municipal Roberto Burle Marx.  

Donde eu vim, a partir da década de 40 e 50 ocorreu a criação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA, e ao redor, o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial – DCTA, um complexo para pesquisa e desenvolvimento aeroespacial, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, e o boom industrial na cidade.

Em 1969, nasceu o avião Bandeirante e foi criada a Embraer, atualmente a terceira maior fabricante mundial de aviões. Em 2006 foi criado o Parque Tecnológico de São José dos Campos e a partir de 2011 incorporado o Centro Empresarial.

Donde eu vim, hoje somos mais de 730 mil habitantes, a segunda maior população do interior de São Paulo, a maior cidade do Vale do Paraíba, com área de 1.100 km2 e distritos de Eugenio de Melo e São Francisco Xavier.

Em 2019, a pesquisa Indicadores de Satisfação dos Serviços Públicos – Indsat, indicou primeiro lugar no grau de satisfação com qualidade de vida entre as 10 maiores cidades do estado de São Paulo, tendo na sustentabilidade a melhoria da qualidade ambiental e investimentos em parques públicos. Dentro dessa área total existem áreas de serrado e mata atlântica.

Donde eu vim, em 2018 o distrito de São Francisco Xavier ganhou um parque público na antiga fazenda do Bose, que abriga um casarão do século XIX e metade da área está em floresta nativa.

Aos pés dessa parte da Serra da Mantiqueira, faz divisa com Camanducaia – Monte Verde – MG. Dos 500 m de altitude na planície do rio Paraíba do Sul alcança 2.080 m no Pico do Selado, o ponto culminante do município.

O distrito de São Francisco Xavier é Área de Proteção Ambiental, Estadual e Federal, e suas matas abrigam o muriqui, o maior primata das Américas.

Donde eu vim, em 2020 a Fundação Arbor Day e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura anunciou São José dos Campos como uma das três cidades reconhecidas no programa “Cidades de Árvores do Mundo”. Para receber o reconhecimento, a cidade teve de provar o compromisso com as árvores, a silvicultura, o manejo e criação de florestas urbanas.

Continuar preservando e desenvolvendo o verde na vida do Joseense faz de São José dos Campos uma das cidades mais arborizadas do país.

Donde eu vim, temos um jequitibá-rosa, patrimônio Joseense, protegida por lei, situado no distrito de Eugênio de Melo. Atualmente sustentado por hastes de ferro é um dos símbolos da cidade. Um verdadeiro ancião, conhecida como o Gigante Eugênio, com 27 m de altura, uma copa de quase 30 m e idade estimada em até 700 anos.

Somos privilegiados por estar próximo as maiores montanhas do país, na serra da Mantiqueira, e do litoral norte e sul de São Paulo, um dos litorais mais bonitos do Brasil.

Donde eu vim, em 2022 São José dos Campos foi certificada como a primeira Cidade Inteligente do Brasil. A certificação foi concedida pela ABNT (NBR ISO 37120, 37122 e 37123) regulamentadas pelo World Council on City Data / ONU, em serviços urbanos, qualidade de vida e práticas sustentáveis, destacando aplicação tecnológica e boas práticas de gestão na qualidade de vida da população.

Por tudo isso, somos orgulhosos de sermos Joseense. Parabéns a todos que vivem em São José dos Campos pelos 256 anos de prosperidade, oportunidade, responsabilidade, qualidade de vida, amor, sonhos e liberdade!

Há dois anos atrás tivemos a grata apresentação da Esquadrilha Ceu, formada por pilotos da aviação de caça e oficiais da reserva da Força Aérea Brasileira, quando da comemoração do aniversário de 254 anos.

Parabéns São José dos Campos!

256 anos

Parece que foi Ontem – Pedalar é Preciso

Parece que foi ontem, golpeado duas vezes, no mesmo momento. Quase knockout. Respirei fundo, me levantei. Em recesso, pedalei muito. É verdade que várias vezes sem um destino final, apenas fui em frente.

Parece que foi ontem, revisitei caminhos antes percorridos. Busquei novas direções. No início, entre acertos e desacertos, andei perdido. A cada dia, ecoando novos rumos e destinos. Exploro minha sensatez. Ainda acertando o prumo.

Parece que foi ontem, uso máscara como um desgarrado. Após nove meses, não preciso mais me sufocar com algumas “máscaras”. Enquanto que outras percebi que são bem dispensáveis nessa transição planetária. 

Parece que foi ontem, continuar atento a turbulência ao redor. Cuidado! Cuidando dos próximos. Tudo parece desconexo. Por vezes abatido, procuro um novo alento. Continuo a pedalar, buscando novos panoramas.

Eita Bicho Estranho – Pedalar é Preciso

Como pedalar é preciso, uma paradinha para observar um cavalo bravo.

Eita bicho estranho, esse tal de cavalo selvagem. Parece bicho homem, sensível e bárbaro. Muitas vezes de emoções fronteiriças, da cólera indomável ao amor sagaz. Impetuoso, corre livre até ser arrebatado pelo cansaço. Aparentemente esgotado é sem dúvida um corredor nato. Corre rápido e mais rápido, para ganhar de si mesmo. Ainda aprendendo a controlar as forças que tem. No tempo da teimosia vem a sensatez a galope. Percebe que a liberdade é efêmera. Assim, atado àquela grande árvore do mundo. Parada obrigatória para refletir sobre as transgressões, nem de todo mal, são vezes contraditórias, algumas fortuitas e poucas irrefreáveis. Uma luta constante para cavalgar no orbe do bem. Ao trotar busca o comedimento entre a alegria e a tristeza. Ainda preso na grande árvore tenta confessar porque tem que levar aquele fardo. Para falar a verdade, sente como é bom aquela sombra, o alimento da relva e os frutos que despencam do alto da folhagem da grande árvore. Que estranho aquela energia em tudo ajuntado. Afinal, dos sonhos a galope, ecoa o magnetismo e fica fácil zurrar de si mesmo. Eita bicho estranho esse tal de…

Filhote Curioso – São José dos Campos

Do alto um salto. Era um sagui com seu filhote nas costas. Ele passa na frente dos outros e se posiciona em um tronco.

Então o filhote pula das costas da mãe e ensaia uma corrida no tronco. Está curioso. De olhar esbugalhado estuda dar um pinote.

Pelo mesmo caminho ele corre de volta. Aparenta medo. Escala as costas da mãe em busca de proteção. Que filhote curioso!

Deu a Louca na Macacada – São José dos Campos

Os Saguis-de-tufo-preto saltam de lado para outro. Aparentam ter personalidade diferente. Começam a sentar em duplas. Ficam à espreita. Tem uns menores, devem ser adolescentes. Até um bebê aparece na costa de um deles.

Eles têm pelagem estriada, uma mancha branca na testa e tufos pretos ao lado das grandes orelhas. A cauda é maior que o corpo e não usam para dependurar-se. Possuem garras afiadas que ajudam a correr e saltar nas árvores.

São muito ágeis. Alguns expressam surpresa. Um deles parece brincar de esconde-esconde. Dois ficam pulando freneticamente de galho em galho. Outro sagui foi olhar dentro de um tronco oco e um sagui se aproxima e quer pegar a comida das mãos do outro.

Sempre atento aos sons da mata. Parecem olhar para o nada, mas certo de estarem vendo algo. O último a chegar sentou no galho, desinteressado ficou observando no alto das árvores. Contei uns nove.

Alguns são atrevidos. Dois descem ao chão para pegar algo e voltam rápido. O bebê não tira os olhos de mim. Que folia! Então, de supetão todos olham para baixo numa só direção. Notam um perigo e começam a emitir um som de alerta, alto e agudo.

É sinal de perigo. Frenesi na área. Saltam para mais alto nas árvores. Mãos na cabeça. Braços abertos. Deu a louca na macacada. Era uma cobra que passa lentamente sem dar a mínima. Começam a se acalmar. A vocalização aquieta-se.

Um deles perfura um tronco com os dentes, na busca de seiva. Aparentam estar bem nutridos pois a mata ciliar é rica de sementes, flores, frutos e insetos. Sem contar que também se alimentam de filhotes de aves e pequenos lagartos.

Por fim começam a ir embora. Sumiram rapidamente na mata.

Corrida no Parque da Cidade – São José dos Campos

Que tal uma corrida no parque da cidade, em total contato com a natureza. Em caminhos cercados por espécies vegetais nativas, jardins, palmeiras imperiais, lagos, ilhas artificiais, bosques e presença de uma rica fauna silvestre. Um local privilegiado para a prática da corrida.

Com quase um milhão de metros quadrados o Parque da Cidade Roberto Burle Marx, também conhecido como Parque da Cidade de São José dos Campos, foi uma antiga fazenda da Tecelagem Paraíba, propriedade de Olivo Gomes com projeto arquitetônico de Rino Levi e paisagístico de Roberto Burle Marx.

Desde 1996 o local foi transformado em um espaço de lazer da cidade, tombado pelo Comphac – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural. A residência Olivo Gomes e os jardins de Burle Marx são tombados pelo Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo.

Não tem como não correr feliz em um parque como este.