Belvedere do Serrano

Após trilhas e passos, cansados e plenos,

Pelas pedras que guardam segredos terrenos,

Cruzamos a serra ao entardecer,

Entre Minas e São Paulo, a estrada a descer.

E eis que surge, em madeira erguido,

O Belvedere, um sonho esculpido,

Um deck altivo, em brisa envolto,

Que abraça a vista num olhar solto.

O vale se estende em tons de esplendor,

Serrano emoldura o quadro em cor,

E lá no fundo, sereno e pequenino,

São Bento repousa, quase divino.

As sombras vestem as montanhas em véu,

A Balança e a Divisa tocam o céu,

Enquanto, iluminado, imenso a brilhar,

O Baú, Bauzinho e Ana Chata se põem a dançar.

Belvedere, poesia esculpida em olhar,

Janela do mundo a nos encantar,

Onde a alma repousa, onde o tempo é brisa,

E a vista, infinita, jamais se desfaz.

Mountain Festival – São Bento do Sapucaí

O Mountain Festival, 19 a 21 de maio de 2023, foi um encontro de todas as tribos da montanha, em São Bento do Sapucaí, que é um point de escalada e esportes de montanha, tendo o Complexo da Pedra do Baú como um dos principais atrativos.

O festival reuniu os apaixonados pela natureza e doidos por esportes de aventura, como trilheiros, montanhistas, escaladores, ciclistas, corredores e aventureiros, como também, turistas, comunidade da cidade e região Sul de Minas e Vale do Paraíba.

Um evento para os praticantes de hiking, trekking, climbing, boulder, slackline, mountain bike, paraglider, alta montanha e ciclo viagem, com atenção as práticas seguras, respeito a natureza e as populações locais.

Uma feira para inspirar os iniciantes nos esportes de montanha, através de oficinas, atividades esportivas e de lazer, expositores, gastronomia e música.

Os destaques no Mountain Festival 2023, foram:

Palestras de André Braga, Andreza Texeira, Cibelle Magalhães, Edemilson Padilha, Ernesto Stock, Guilherme Cavallari, Homero Ferreira, Karina Oliani, Leandro Montoya, Marina Dias, Maximo Kausch, Reinaldo Opice, Renata Leite, Roman Romancini e Vivian Telles.

Exposição da artista visual, professora de artes e escaladora Lea Moraes, numa homenagem aos montanhistas que fazem da montanha seu estilo e modo de vida. Na edição passada retratou a si própria escalando, numa pintura realizada em uma das noites do festival.

Campismo por Marcos Pivani, site e aplicativo de celular MaCamp, um guia com mais de 4.000 campings e pontos de apoio a RV’s pelo Brasil. O portal fomenta o campismo no Brasil, com informações de equipamentos, acessórios, dicas e avaliações.

Imagens: Lea Moraes e MaCamp. 

Local: São Bento do Sapucaí – SP.

O Cantagalo

São duas narrativas sobre a origem do nome do bairro rural Cantagalo (de Ouro) em São Bento do Sapucaí.

A que mais gosto conta a história que os primeiros moradores escutavam toda noite o canto de um galo. Então um jovem decidiu seguir este canto e chegou em uma queda d’água. Ele ficou tão maravilhado, pois o galo reluzia feito ouro aos pés da cachoeira, e quando se aproximou o galo desapareceu e nunca mais foi visto.

O Cantagalo se consolidou como um povoado a partir da construção da Igreja Santa Maria e do interesse de produtores rurais pelas terras. O bairro está 18 km distante do centrinho de São Bento do Sapucaí – São Paulo.   

Localizado na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, com altitude de 1.150 m. No alto da serra a 1.600 m, na Pedra da Onça avista-se as montanhas esverdeadas do Sul de Minas, o município de Paraisópolis e o Pico dos Dias onde se encontra o Laboratório Nacional de Astronomia.  

No Cantagalo mora a simplicidade. Um povo de boa prosa e bem receptivo, que logo percebemos, quando na estrada de terra, os homens a cavalo acenavam com as mãos para cada um que passasse por eles. No entorno do bairro, observamos as estradas de terra que chegam até as terras agrícolas, pastagens, matas nativa e trilhas.

Além do turismo rural, o bairro faz parte do roteiro do Caminho da Fé até Aparecida, onde os peregrinos percorrem a pé ou de bike, podendo pernoitar em hospedarias ou pousadas que servem refeições e apoio ao caminhante. Além disso, tem os roteiros de cicloturismo e trilhas.

Quanto as trilhas temos os circuitos de caminhadas até a Pedra da Onça e Pedra do Cruzeiro.

Local: São Bento do Sapucaí / SP.  

Cachoeira do Toldi – São Bento do Sapucaí

Após caminhar pelas trilhas do complexo da Pedra do Baú, uma trilha contemplativa até a cachoeira do Toldi.

Distante 11 km do centro de São Bento do Sapucaí, pela estrada do Paiol Grande, até o mirante na plataforma de madeira, onde avista-se a cachoeira no alto da encosta. Deste ponto a trilha sobe até a base e também pode-se chegar ao topo da cachoeira.

Após alguns minutos de caminhada a subida se torna constante até a base da cachoeira. Apenas fotos podem ser tiradas, não é possível entrar devido as pedras escorregadias e não há um poço para banho. Subindo adiante na trilha passamos um pequeno portão de madeira para acessar um caminho mais aberto, seguindo a direita até o mirante e topo da cachoeira.

A cachoeira do Toldi visto de cima, se esconde ao longo da queda. A vista no topo é fantástica, mirando o vale logo abaixo.

Local: São Bento do Sapucaí / SP

Pernoite no Baú – São Bento do Sapucaí

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Na busca de mais um pernoite na montanha, seguimos para a Pedra do Baú que está a 1.950 m de altitude e pode ser avistada no Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Sul de Minas Gerais.

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O sol ao entardecer iluminava o imponente Baú com seus 340 m de altura e 540 m de comprimento. Estacionamos do lado do restaurante e após ajustes nos equipamentos seguimos por uma trilha bem demarcada, subindo em direção a Face Norte.

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A Face Norte começa com degraus de ferro alternando trechos em caminhos naturais na encosta do rochoso. A partir da “parada dos medrosos” a subida reservou uma boa dose de adrenalina devido ao alto grau de exposição até chegar ao topo da pedra.

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O clima estava muito bom. A noite registramos temperatura mínima de 10ºC e sem nenhum vento. O acampamento foi montado ao lado do que restou do antigo abrigo de montanha e o jantar foi preparado com muita fartura.

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Durante o amanhecer uma névoa encobriu todo o vale e foi logo dissipada pelo sol. A Leste apreciamos a magnifica visão da Pedra do Bauzinho e a oeste pode-se observar uma grande sombra do Baú despontando sobre a Pedra Ana Chata.

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Após um demorado café da manhã iniciamos a desmontagem do acampamento e preparação para descer a Face Sul. Deste lado da pedra a vegetação é mais abundante e alguns trechos aparentavam menor exposição.

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Ao chegar na base da pedra seguimos uma trilha a direita. Numa alternância de descidas e subidas atingimos novamente a base da Face Norte. Então descemos o trecho final até o estacionamento.

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Seja na subida ou descida da Pedra do Baú, usamos equipamentos do tipo “bouldrier” e talabarte duplo para proteção individual durante a movimentação entre os degraus de ferro. Mais um acampamento espetacular e literalmente sobre as nuvens!

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Ao retornar, deixamos o local onde acampamos igual como o encontramos. O lixo que produzimos no acampamento foi trazido conosco para descarte em local apropriado.

Sair de Sua Zona de Conforto

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Correr é bom… e correr sem nenhum compromisso, correr pelo simples prazer de se sentir livre em contato com a natureza é tudo de bom. Vá em busca do que te dá prazer mesmo que tenha de sair de sua zona de conforto em busca de novos ares e experiências!”

Christian Kittler

Rolezinho na Montanha – Bauzinho e Pedra Ana Chata

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Sabe aquele dia que você acorda com aquela energia para uma caminhada sem grandes pretensões. Tipo rolezinho, isso mesmo, apenas dar uma volta, fazer um passeio… E de preferência na natureza.

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Diferente do rolezinho como um neologismo, do tipo flash mob, aquele de encontros simultâneos de milhares de pessoas em locais públicos marcados pela internet por meio de redes sociais.

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Longe disso, apenas amigos e família num encontro marcado de última hora. Desta vez com os amigos de corrida seguimos na trilha da Pedra Ana Chata e Pedra do Bauzinho.

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Mochila de ataque, água, lanche e muita disposição. Para ganhar o dia, o café da manhã foi numa padaria em Monteiro Lobato. Depois seguimos direto para o início da trilha em São Bento do Sapucaí.

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Para os amigos corredores não faltaram fôlego na trilha em terreno desnivelado. Da Pedra Ana Chata seguimos para a Pedra do Bauzinho para vislumbrar a outra face da Pedra do Baú.

Trilha do Bauzinho – São Bento do Sapucaí

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A Pedra do Bauzinho, do alto da serra da Mantiqueira, protegido pela natureza, cercado de matas, este imponente granito a 1.760 metros de altitude é parte do Complexo Rochoso Pedra do Baú.

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O acesso é por uma trilha na mata do Bauzinho, que está ao lado da Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí. A caminhada inicia num campo aberto inclinado e à medida que caminhamos fica evidente a subida na encosta protegida pela mata onde um descanso e fotos são obrigatórios.

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Após aproximadamente duas horas de caminhada, o Bauzinho defronta-se com a fantástica formação rochosa do Baú e no fundo do vale observa-se o município de São Bento do Sapucaí.

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Avista-se também o belo vale do Paiol, uma exuberante serra entre São Paulo e Minas Gerais. No retorno, o caminho contorna a Pedra do Baú pela mata onde podemos ver as famosas escadinhas de ferro, tanto do lado de Campos do Jordão como de São Bento do Sapucaí.

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Local: São Bento do Sapucaí / SP

Caminhando na Mantiqueira – Pedra Ana Chata

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O dia amanheceu mergulhado numa neblina fria até aparecer os primeiros raios de sol. Nossa direção, Serra da Mantiqueira. Destino, Pedra Ana Chata. Na estrada tivemos a oportunidade de observar o complexo rochoso do Baú e um pouco mais afastado, à esquerda, uma pedra aparentemente pequena. Puro engano! Sua grandeza se mede a cada passo até atingir o cume a 1.670 metros de altitude.

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Entre as várias trilhas existentes, escolhemos aquela em que podíamos caminhar e apreciar a vista das outras pedras. Saímos subindo uma colina em campo aberto entre poucas árvores. À medida que caminhávamos morro acima a dificuldade aumentou quando entramos na mata.

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Passamos pelo acesso ao Baú e descemos a trilha até atingir uma pequena clareira. Depois caminhamos bordeando a montanha numa constante subida, ainda sem visão da pedra, até alcançar a crista. Retomamos o fôlego! Deste ponto a trilha ficou menos íngreme. Mais à frente o caminho parecia um labirinto. Para nossa surpresa chegamos à entrada de uma gruta escura que é uma passagem natural por debaixo de uma grande rocha onde depois contornamos a mesma for fora até atingir um novo patamar.

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A partir da gruta estávamos praticamente escalaminhando a pedra e depois utilizamos escadinhas de ferro para ajudar na passagem em direção ao cume. Após mais alguns lances de escada abre-se uma vista panorâmica de tirar o fôlego. Deste ponto já podemos ver o vale e ao fundo o município de São Bento do Sapucaí.

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Em mais alguns passos superamos uma fenda na rocha chegando ao ponto mais alto da pedra. A recompensa final é a imponente Pedra do Baú que está numa posição lateral pouco conhecida. À primeira vista é como se tivéssemos aberto uma janela, da escuridão para luz. Uma poesia da natureza!

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