
Após trilhas e passos, cansados e plenos,
Pelas pedras que guardam segredos terrenos,
Cruzamos a serra ao entardecer,
Entre Minas e São Paulo, a estrada a descer.
E eis que surge, em madeira erguido,
O Belvedere, um sonho esculpido,
Um deck altivo, em brisa envolto,
Que abraça a vista num olhar solto.

O vale se estende em tons de esplendor,
Serrano emoldura o quadro em cor,
E lá no fundo, sereno e pequenino,
São Bento repousa, quase divino.
As sombras vestem as montanhas em véu,
A Balança e a Divisa tocam o céu,
Enquanto, iluminado, imenso a brilhar,
O Baú, Bauzinho e Ana Chata se põem a dançar.

Belvedere, poesia esculpida em olhar,
Janela do mundo a nos encantar,
Onde a alma repousa, onde o tempo é brisa,
E a vista, infinita, jamais se desfaz.

























