Nosso Caminhar Parte 2 – Serra da Bocaina

” O homem chega à sua maturidade quando encara a vida com a mesma seriedade que uma criança encara uma brincadeira. ” 

Friedrich Nietzsche

Ao longo da caminhada é preciso redescobrir o mundo com os olhos de uma criança. E mais cores veremos nas trilhas do amadurecimento para tornar o caminhar mais criativo, alegre e produtivo. Como toda conquista é efêmera, cultivar a curiosidade é presentear a vida com novas descobertas.

Nosso Caminhar Parte 1 e Parte 3.

Nosso Caminhar Parte 1 – Pico do Tira Chapéu

Os pensamentos do filósofo Friedrich Nietzsche foram polêmicos no século XIX e ainda hoje são muito atuais. Escolhi reflexões de Nietzsche para esta série de 3 posts sobre o “Nosso Caminhar”.

” É preciso saber perder-se quando queremos aprender algo das coisas que nós próprios não somos. “

Friedrich Nietzsche

A caminhada é repleta de altos e baixos, e nesta vida o autoconhecimento é cheio de incertezas. Quanta vezes nos perdemos nas trilhas da vida. Toda aventura é um desafio em direção ao desconhecido. É preciso uma boa dose de coragem e vontade para querer ir fundo nas respostas que desejamos encontrar.

Nosso Caminhar Parte 2 e Parte 3.

Parque Nacional da Serra da Bocaina

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Percorrer os caminhos da Bocaina é voltar na história e cultura da interiorização no Brasil. Os caminhos e trilhas estão dentro do Parque Nacional da Serra da Bocaina (PNSB), criado em 1971, localizado nos municípios de Areias, São José do Barreiro, Cunha e Ubatuba em São Paulo, Paraty e Angra dos Reis no Rio de Janeiro.

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No início apenas uma trilha indígena. Entre o final do século XVIII e início do XIX, com o ciclo do ouro, o caminho se tornou rota não oficial das riquezas trazidas do interior de Minas Gerais.

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Ao longo do século XIX com o desenvolvimento do ciclo do café no Vale do Paraíba, foram construídos, pelos escravos, calçamento, pontes e benfeitorias. Hoje este calçamento de pedra representa um atrativo histórico na Trilha do Ouro.

Este apoio aos tropeiros e suas tropas de mulas, facilitava tanto o escoamento do café como trazia mercadorias serra acima. O declínio desta rota ocorreu na década de 1870 com o transporte do café por ferrovia, e depois com a abolição da escravidão em 1888.

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Hoje em dia o grande atrativo é a natureza, espalhada num grande corredor ecológico da serra ao mar. Da restinga no litoral, floresta tropical, despenhadeiros, grotões e campos nativos até o ponto culminante a 2.088 m de altitude no Pico do Tira Chapéu.

Abriga animais de grande porte como o mono-carvoeiro, macaco-prego, bugio, tamanduá-mirim, capivara, veado-mateiro, lobo-guará, onça pintada e uma rica ave-fauna como os guanambis. Tudo isso mergulhado num clima úmido e quente podendo chegar a 0º C no inverno.

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As paisagens inconfundíveis da Serra da Bocaina diferenciam claramente da Serra do Mar. Numa imensidão de morros esverdeados entre araucárias e pinheiro-bravo entrecortados por nascentes de águas cristalinas que se avolumam em riachos, cachoeiras e rios caudalosos até o encontro com o mar.

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Os principais atrativos naturais na Serra da Bocaina são as cachoeiras Santo Isidro, dos Mochileiros, das Posses, do Veado, rio Mambucaba, Pico do Tira Chapéu, Pedra da Bacia e o Caminho de Mambucaba (oficial), também conhecida como Trilha do Ouro, que sai de São José do Barreiro (SP) até o sertão de Mambucaba (RJ), litoral entre Paraty e Angra dos Reis.

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Certamente estes caminhos contribuíram para a integração da cultura caipira e tropeira do Vale do Paraíba com a cultura caiçara do litoral de Paraty.

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Local: São José do Barreiro / SP