” Em águas turbulentas, margeei a costa em busca de proteção. Com a mente tumultuada, ao navegar naquela orla os pensamentos ruins se foram. Com aquele frescor do vento no rosto, fechei os olhos, o sol ecoava quente na pele, comecei a ver coisas… “
E bem ali, ao lado da encosta rochosa, emergiu um grande animal marinho, com olhos proeminentes e uma biqueira que lembrava a de uma ave. Daquele ponto abriu mar oceânico, e logo se foi aquela visão.
Em seguida, ao desembarcar em terra firme, subimos a selva atlântica. Na vertente antes de chegar ao passo da montanha, uma janela se abriu na mata. Lá estava ela, a grande baleia subindo a encosta vizinha.
Como num piscar de olhos, ela se foi. No dia seguinte, ao subir a crista rochosa do pico, logo atrás, emerge um novo monstro da mata, como que saindo para respirar, deixa exposto a meia face, com a boca aberta.
De volta a costa, seguimos até a foz do riacho, escondido no canto da praia, do outro lado da mata. Avistamos um pequeno boqueirão de pedras. E das ondas emergiu uma baleia, de supetão, do lado esquerdo das pedras.
P.S.: Pareidolia é quando o observador recebe um estímulo visual ou sonoro, aleatório e impreciso, e o cérebro busca um significado como algo conhecido. É claro que o significado é exclusivo de cada observador.









