As Pegadas ao Meu Lado

” As pegadas das pessoas que andaram juntas nunca se apagam. “

Provérbio Africano

” Não ande atrás de mim, talvez eu não possa liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira segui-lo. Ande ao meu lado, para podermos caminhar juntos.”

Provérbio Ute

Nuvens Brincante – Serra Marins-Itaguaré

Quem nunca brincou de esconde-esconde…

Na montanha, quando chegam as nuvens, como crianças, brincam com os montanhistas. Logo, escondem as serras por um instante e os picos por dias sem fim.

Em determinadas estações do ano ou locais mostram que são tormentas chegando. Por hora, causam preocupação e não é hora de brincadeiras.

Mas o bom mesmo, é vê-las passando, se misturando e dissipando num movimento frenético. Como criança, as nuvens brincam, correm pelos ares e revelam a beleza das montanhas.

Cadê o Caminho? – Pico do Marinzinho

Sabe quando você já caminhou muito, muito mesmo. Está cansado. Faz uma paradinha para um gole d’água. Assim você olha para cima e vê aquela enorme montanha. Parece que não tem como subir até lá, no topo.

Cadê o caminho? Está logo ali, atrás daquele arbusto, entre as pedras. Não se engane, depois de muitas escalaminhadas e uso de cordas nas partes íngremes, a provocação vai até o último passo rumo ao cume.

Que alívio, o desafio foi superado. Ao lado vejo aquela alegria momentânea. Com a mente serena, humildade sempre e paciência mais frequente que o desejado. Logo, vem a disposição para uma parada obrigatória. Momento de contemplação e gratidão.

Às vezes me desvio do caminho, mas logo volto. As vezes perdido e indeciso, penso que está logo ali, a trilha, o caminho, a resposta, a verdade, o momento presente. Respiro, sorrio, é lá vem ela, silenciosa resposta. Logo, de volta no caminho, sigo em frente, na vida.

Nariz do Gigante – Pico do Itaguaré

P1100410 (Large)

Dizem que o Pico do Itaguaré lembra um rosto humano e daí foi apelidado de “Gigante Adormecido” ou “Nariz do Gigante”.

Essa imagem pode ser vista de longe na rodovia Presidente Dutra onde a serra destaca o Pico dos Marins a esquerda e o Pico do Itaguaré no canto direito.

P1080562 (Large)

O maciço do Itaguaré se desponta na Serra da Mantiqueira a 2.308 metros de altitude na divisa entre os municípios de Marmelópolis, Passa Quatro e Cruzeiro.

P1080595 (Large)

Como as encostas são íngremes e escarpadas do lado do vale, o melhor caminho é subir a serra em direção a Passa Quatro e desviar por estrada de terra na zona rural de Cruzeiro.

O sábado amanheceu nublado e a previsão anunciava chuva no final da tarde. Foi preciso atenção com os horários para fazer o cume em um dia.

P1080578 (Large)

Partimos de madrugada e pegamos um amigo em Cruzeiro que conhece muito bem a região de serra onde se localiza o Pico do Itaguaré.

Deixamos o carro numa clareira, à beira da estrada de Marmelópolis. A trilha atravessou riachos e seguiu mata adentro numa subida constante até atingir o primeiro maciço rochoso.

P1080618 (Large)

Ao meio dia, o sol desapareceu entre nuvens. A ventania anunciava a necessidade de apressar os passos para evitar a tempestade que se aproximava.

A subida levou três horas e meia de trilha com “escalaminhada” no final. Lá de cima a visão é incrível! A leste temos a vista da Serra Fina e ao sul o município de Cruzeiro.

P1080625 (Large)

A oeste se desponta o imponente Pico dos Marins e na crista outras elevações se destacam de oeste para leste, como o Pico do Marinzinho e Pedra Redonda.

P1080635 (Large)

Até onde a vista alcança, pode-se ainda ver outras cidades como Cachoeira Paulista, Lorena, Guaratinguetá, Aparecida, Roseira e as montanhas de Marmelópolis e Passa Quatro.

P1080637 (Large)

O retorno foi ligeiro, sem paradas. Assim conseguimos retornar com segurança ao ponto de partida. Evitamos uma provável tempestade magnética no cume.

P1080648 (Large)

Bora para a próxima montanha!

Pico dos Marins – Piquete

DSC09750 (Large)

O Pico dos Marins está localizado na Serra da Mantiqueira, na divisa dos municípios de Piquete e Cruzeiro, no estado São Paulo. Sua altitude é de 2.420 metros acima do nível do mar.

DSC09662 (Large)

É um dos points do montanhismo e trekking no estado de São Paulo e no Brasil. Formado por um grande maciço rochoso com paredões e escarpas íngremes. Foi escalado pela primeira vez em 1911.

DSC09665 (Large)

DSC09668 (Large)

Como parte desse maciço, na linha de cume, avista-se o Pico do Marinzinho, Pedra Redonda e Pico do Itaguaré. No maciço ao longe, avista-se a Serra Fina e a Pedra da Mina, seu ponto culminante.

DSC09690 (Large)

DSC09687 (Large)

O trekking até o cume é considerado um dos mais bonitos do Brasil. Quanto ao grau de dificuldade pode-se dizer que é de médio a pesado com subida constante em terreno rochoso e “escalaminhadas” no trecho final.

DSC09725 (Large)

Evite subir com chuva e tempestades eletromagnéticas pois não existe abrigo para se proteger. A orientação fica limitada com a neblina que aparece com frequência.

DSC09711 (Large)

A temperatura chega facilmente abaixo de zero graus no inverno. Outro ponto de atenção são os fortes e constantes ventos. Procure ir com um guia experiente.

DSC09736 (Large)

Local: Piquete / SP

Pernoite no Marins – Piquete

P1070189 (Large)

O amanhecer na serra de Piquete nos presenteou com os primeiros raios de sol e uma grande nebulosidade na subida das montanhas da Mantiqueira.

P1060878 (Large)

Chegamos ao Morro do Careca, a 1.608 metros de altitude, ainda sem visibilidade dos maciços. O caminho já anunciava as íngremes encostas rochosas.

P1070019 (Large)

Ao adentrar a trilha seguimos numa ascendente elevação. Passamos por uma sequência de três mirantes até atingir a cota 2.077 metros. Com ventos constantes as montanhas ao norte estavam à vista. 

P1060935 (Large)

Iniciamos a subida do primeiro maciço. Como numa dança frenética as nuvens se dissipavam e acumulavam rapidamente. Após o segundo maciço atingimos o quarto mirante a 2.250 metros.

P1060929 (Large)

O dia cada vez mais bonito tornara a dificuldade da subida menos penosa. Ao chegar à nascente do ribeirão Passa Quatro, a 2.300 metros, seguimos numa sequência de escalaminhada até atingir o cume.

P1060949 (Large)

Ascendemos o Pico dos Marins a 2.421 metros de altitude. Faltando três horas para o crepúsculo tivemos todo o tempo do mundo para montar acampamento, preparar um saboroso café da tarde e registrar em muitas fotos aquele pôr do sol.

P1070035 (Large)

Ao entardecer registramos uma visão insólita do lado do Vale do Paraíba. Sobre o mar de nuvens formou uma grande sombra do Marins e logo acima a lua cheia já despontava no céu.

P1070138 (Large)

O vento gelado soprava suave e a temperatura mínima atingiu a marca de 2°C com uma sensação térmica menor. A meia-noite, os intrépidos saíram da barraca para apreciar a luz da lua que clareava fortemente o topo da montanha.

Durante a descida tivemos o privilégio de contemplar o aparente isolamento do Pico do Marinzinho, provocado pelo mar de nuvens, entre a Pedra Redonda, Pico do Itaguaré e mais ao fundo Serra Fina.

P1070144 (Large)

Ao retornar, deixamos o local onde acampamos igual como o encontramos. O lixo que produzimos no acampamento foi trazido conosco para descarte em local apropriado.