Iniciamos a subida em direção ao Vale Ascencio e me vinha à lembrança que o Paso de Los Vientos estava próximo. Realmente as fortes rajadas de vento nos deixaram alerta na descida ao Refugio Chileno.
Degustamos algumas amêndoas e descansamos para subir em direção ao acampamento Torres. Para nossa alegria o acampamento não estava cheio e conseguimos um bom local para montar as barracas e preparar o jantar.
Como o dia patagônico é longo, eu e mais um amigo resolvemos explorar o Vale do Silêncio. A estratégia foi avançar até duas horas de caminhada, controlando o horário de retorno para estarmos de volta ao pôr do sol.
Iniciamos a trilha margeando o rio Ascencio dentro de um típico bosque patagônico. Encontramos inúmeras “lengas”, uma espécie arbórea, derrubadas pelo vento. Na caminhada tranquila chegamos ao acampamento Japonês que é usado por escaladores.
A trilha avançou sobre uma encosta entre pedras soltas até atingir um caminho nivelado. Todo este trecho contornou o Cerro Nido de Condor. Para nossa surpresa encontramos uma belíssima flor naquele lugar inóspito.
Ao adentrar o Vale do Silêncio, o isolamento do lugar é tomado por uma visão de montanhas nevadas e um rastro do degelo indicado por grandes faixas de pedras.
À primeira vista temos o Cerro Tridente e depois os gigantes Cerro Escudo e mais à esquerda o Cerro Fortaleza. O vale se fecha como um grande anfiteatro tendo às costas de Torres del Paine escondidas à esquerda.
Com o anuncio do pôr do sol refletindo nas montanhas e um vento gelado assolando nossa resistência, havíamos chegado ao nosso limite.
Assim garantimos o resto da luminosidade daquele dia para retorno com segurança ao acampamento Torres.





















