Vale dos Cristais – Monte Roraima

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No planalto do Monte Roraima a sensação é que estávamos em outro mundo. Protegido por falésias de cerca de mil metros de altura num ambiente totalmente diferente das savanas e da floresta tropical que está aos seus pés, o tepui reservara momentos singulares.

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Os dias e noites pareciam mais longos. As intempéries ditavam os ciclos de calor, frio, sol, chuva, vento e neblina. Uma paisagem rochosa e escura que aos olhos atentos anunciava o endemismo, principalmente entre repteis, anfíbios e plantas insetívoras.

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Apesar do cansaço das caminhadas, o silêncio da noite de lua cheia me fez arriscar fotos noturnas e mergulhar os pensamentos no valor da gratidão e da compaixão. Assim, o mantra da compaixão entoava na mente… Om Mani Padme Hum.

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Seis sílabas que ao longo da caminhada ao Vale dos Cristais anunciara os muitos significados da joia do Lótus. Tudo isso envolto numa manhã nublada que se transformou numa longa tarde chuvosa.

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Os cristais brancos afloravam do leito rochoso lavado pelas chuvas. Dentro do desfiladeiro a formação indicava significativos depósitos de quartzo. Infelizmente algumas porções quebradas mostravam sinais de depredação.

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O significado do mantra se desenhara em cada canto, em cada elemento daquele caminho. Um sentimento de pertencer à mãe-terra que alimenta a alma e a vida. Da mesma forma como a flor de Lótus que aflora da lama sem estar imundo, o nosso interior pode florescer para o sentimento do bem comum, na aceitação das diferenças e mais tolerante.

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O cristal é natureza superior, equilíbrio, energia natural para harmonização do corpo e da mente. Como um presente, a invocação ao mantra se revelou como uma joia no caminho dos cristais.

Monte Roraima

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Através dos tempos, as lendas são a tradição oral dos povos através dos fatos, às vezes reais, históricos ou fictícios, repassados de geração a geração, que tornam a narrativa fantasiosa, em resquícios ancestrais e produto da imaginação popular.

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As lendas brasileiras se espalham por todo o país. Na região norte temos algumas diretamente influenciadas pela fauna e flora da região amazônica. A lenda do Monte Roraima é uma delas. O tepui está localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Guiana e Venezuela.

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A lenda do Monte Roraima surgiu na tribo dos índios Macuxi que habitavam a região da Amazônia venezuelana.

Conta que antigamente não havia nenhuma elevação naquelas terras. Muitas tribos indígenas viviam naquela área plana e fértil onde a caça, a pesca e outros frutos eram abundantes.

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Porém, num dia, nasceu uma bananeira, uma árvore que não existia naquelas paragens. Tornou-se rapidamente viçosa e cheia de belos frutos amarelos. Um recado divino foi dado aos pajés: ninguém poderia tocá-la, pois aquele fruto era sagrado. Se alguém o fizesse, inúmeras desgraças aconteceriam ao povo daquela terra.

Olha que já ouvimos uma estória muito similar, mas o fruto proibido era outro.

E assim…

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Todos deveriam obedecer ao aviso dado. Porém, ao amanhecer de certo dia, a tribo percebeu que haviam cortado a árvore. Então a natureza revoltou-se. Trovões e relâmpagos deixaram todos assustados. Os animais fugiram. E do centro da mãe Terra surgiu o Monte Roraima, elevando-se imponente até o céu.

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O folclore popular diz que até hoje o monte “chora” pela desobediência do sagrado. Este “choro” é devido ao grande volume de precipitações anuais, cascatas e cachoeiras que despencam do paredão.

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No trekking do Monte Roraima somos desafiados pelas intempéries, em caminhos  onde nossa visão vão além das paisagens exóticas, onde as energias da natureza são manifestadas em cada canto da terra, na água e no ar!

Local: Paraitepuy / Venezuela