Cachoeiras da Serra – Serra da Canastra

” Na busca dos chapadões e vales, ficamos com a certeza de uma fonte inesgotável de cachoeiras na região da Serra da Canastra. Para fechar com chave de ouro, seguimos em direção ao paredão norte da serra, para as cachoeiras Dorico, antes Antônio Ricardo, e do Vento, também conhecida como dos Escravos. “

Estão localizadas em área particular duas fantásticas cachoeiras a 22 km de São Roque de Minas. Por estrada de terra, fomos parando a perguntando aos moradores locais até chegarmos na fazenda do Sr. Dorico, nome do atual proprietário.

A Cachoeira Dorico, localiza-se dentro de um cânion que forma duas grandes quedas. A primeira queda pode ser vista logo que a trilha desce em direção ao leito do rio, exatamente acima da queda. A queda principal é a segunda, por ser mais alta, uns 45 m, e forma um magnifico poço para banho.

A Cachoeira do Vento, também encravada em um cânion, está elevada no alto do paredão. Com pouco volume d’água e bastante vento, a queda d’água se transforma em spray e muda de formato a todo tempo. Existem apenas mini poços. A vista é imponente. Pode-se ainda escalaminhar as pedras para chegar debaixo da cachoeira e depois explorar um caminho até a grota, que foi um esconderijo dos escravos.

A trilha começa numa subida a direita em diagonal e depois vira para esquerda em direção a cachoeira do Dorico. Voltando pelo mesmo caminho, até a primeira bifurcação, dobra-se a esquerda descendo na trilha. No final subimos até a cachoeira do Vento.

Uma trilha de dificuldade média com 300 m de elevação a 1.100 m de altitude e 8 km de caminhada.

Com estas magnificas cachoeiras fechamos nossa aventura na Serra da Canastra.

Encantos da Serra – Parque Nacional da Serra da Canastra

Os encantos da Serra da Canastra começaram com a vinda do navegador Américo Vespúcio que comandou uma expedição à foz de um rio nas terras do novo mundo. Era 4 de outubro de 1501, dia de São Francisco de Assis, o padroeiro dos animais e da natureza. Então nascia o Velho Chico. Depois vieram novas comitivas portuguesas que desbravaram, navegando rio adentro, para o interior do continente.

O nome Canastra foi denominado aos chapadões por terem um formato parecido com um baú antigo. Então a magia do lugar foi encantando os colonizadores que chegavam na região da Serra da Canastra.

Das várias serras que compõem a região da Canastra, a altitude atinge 1.500 metros, em meio a uma rica fauna e flora, cuja cobertura vegetal de cerrado e matas ciliares revelam um terreno acidentado que formam belíssimas depressões, em centenas de cachoeiras, como a famosa Casta D’Anta.

Para proteger e preservar este bioma, sua fauna e nascentes, como também, possibilitar pesquisas, educação ambiental e turismo ecológico, foi criado o Parque Nacional da Serra da Canastra em 1972.

A magia da Serra da Canastra não é somente a natureza exuberante, mas também sua culinária peculiar e principalmente o acolhimento do povo mineiro.

Local: Delfinópolis e São Roque de Minas / MG

Árvores Solitárias – Parque Nacional da Serra da Canastra

Ao caminhar na Serra da Canastra os olhos atentos vasculharam aqueles campos de cerrado numa vastidão sem fim. Além da ventania que trouxe frescor ao caminhar, debaixo daquele sol escaldante, anunciou algumas árvores solitárias.

Com alegria no espirito e leveza no corpo, o caminhar passou despercebido naquele primeiro dia de travessia. Entre amigos as conversas foram jogadas ao vento com as árvores a perscrutar nossos passos.

Árvores solitárias. Sua imponência não estava no tamanho, e sim na sua pureza. Castigada pelo sol e vento, trazia um silencio interior de absoluta paz. Dava esperança carregada em flores.

Naquela longa jornada, após muito caminhar, a perseverança das árvores solitárias se fizera solidárias durante o trajeto.