Um Longuinho de Respeito

Hoje foi dia de enfrentar mais do que um treino no Parque da Cidade, em São José dos Campos – foi dia de resgatar limites esquecidos. A manhã começou fresca, com uma leve brisa, mas o verdadeiro desafio estava nos 11 km planejados dentro do parque. Cada passo nas trilhas somava esforço e determinação, cercado pela energia das árvores e pelo som dos pássaros.

O percurso alternava entre trechos de sombra e áreas abertas, exigindo foco e constância. A vista do lago era um breve alívio, mas o cansaço dava lugar à persistência, aquela força interior que empurra quando as pernas já querem parar. Quando os 11 km foram concluídos, a sensação de dever cumprido se transformou em uma decisão: ir além.

No retorno, somamos mais 12 km, totalizando 23 km – um “longuinho” de respeito. Esse treino não foi apenas uma preparação física, mas um lembrete de que as distâncias maiores, nas provas de rua e montanha, são conquistadas com esforço diário, garra e a vontade de ir sempre mais longe. Que venham as meias maratonas e os novos desafios nas corridas!

Espelho D’água

“ Paro à beira do caminho para me ver no espelho d’água. ” 

Não me encontro nesse dia de domingo. Com pensamento mergulhado em água turva, minha alma se perde no caminho. Respiro fundo. Fecho os olhos por um instante. Dia lindo, azul entre nuvens. Apesar da mente enevoada tenho esperança de ver sob a água escondida. 

A vista ainda confusa. Surge um mar de plantas. São como um filtro d’água. Liberam oxigênio, nutrientes e sombra para os cansados. As virtudes navegam lá no fundo. Decisões são tomadas na flor d’água. Aqueles répteis inertes, da mente, mergulham em direção ao abissal. 

Sei que ainda habita monstros nas profundezas da minha alma. Busco a reflexão em águas claras. A mente em movimento trouxe energia e clareza. Como é difícil permanecer limpo nesse oceano dos humanos. Há pouco ao adentrar em água cristalina a lama escorre. Inunda transparência.  

Estou sozinho a falar com meu reflexo na água. Água limpa, vejo o fundo. Vejo também, muitas vezes, uma vida ilusória. É bonita, fico confuso pois encanta a visão. Até consigo ver o passar do vento. Aos olhos, parece bambo e sem foco. Na espreita, cuidado com a quimera da vida real. 

No reflexo o espelho d’água ecoa os pensamentos. A vida é assim, quando eu mudo, muda. A vida é simplicidade. Fuja da distração dessa urbe. Logo ali superei as águas turbulentas. Nesse remanso, navego feliz, na certeza que tudo é breve. Vejo o melhor em tudo. E tudo será melhor. 

O melhor espelho d´água é aquele que vejo o melhor de cada fase da vida, das coisas e das pessoas. A verdadeira imagem não é exatamente aquela que consigo ver. O reflexo de tudo de bom ou mal refleti no espelho da vida. Ao olhar para um espelho d’água não se iluda.

Donde Eu Vim – São José dos Campos

Donde eu vim, os primeiros habitantes no final do século XVI eram os índios Puris com os jesuítas formaram a Aldeia do Rio Comprido, que em 27 de julho de 1767 foi elevada a vila de São José do Paraíba, distante quinze quilômetros de onde está localizada a Igreja Matriz. Em meados do século XIX com a produção de algodão para exportação houve um crescimento econômico.

Éramos rurais e nascemos com vocação tecnológica. Hoje somos referência em inovação e empreendedorismo no Brasil. Uma cidade com qualidade de vida, grandes extensões de ciclovias, muitos lugares para caminhar e correr.    

Donde eu vim, tantas mudanças. Em 1864 de vila a município, em 1871 o nome da cidade mudou para São José dos Campos, em 1869 o primeiro bairro de Santana, em 1921 inaugurado o Mercado Municipal e 1951 chegou a rodovia Presidente Dutra. Fomos uma estação climática e cidade sanatório no tratamento da tuberculose, história preservada com o tombamento do parque Vicentina Aranha.

Qual Joseense que não conhece a praça do Sapo, o parque Santos Dumont, o Banhado e a primeira fábrica e fazenda da tecelagem Paraíba, hoje Parque (da Cidade) Municipal Roberto Burle Marx.  

Donde eu vim, a partir da década de 40 e 50 ocorreu a criação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA, e ao redor, o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial – DCTA, um complexo para pesquisa e desenvolvimento aeroespacial, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, e o boom industrial na cidade.

Em 1969, nasceu o avião Bandeirante e foi criada a Embraer, atualmente a terceira maior fabricante mundial de aviões. Em 2006 foi criado o Parque Tecnológico de São José dos Campos e a partir de 2011 incorporado o Centro Empresarial.

Donde eu vim, hoje somos mais de 730 mil habitantes, a segunda maior população do interior de São Paulo, a maior cidade do Vale do Paraíba, com área de 1.100 km2 e distritos de Eugenio de Melo e São Francisco Xavier.

Em 2019, a pesquisa Indicadores de Satisfação dos Serviços Públicos – Indsat, indicou primeiro lugar no grau de satisfação com qualidade de vida entre as 10 maiores cidades do estado de São Paulo, tendo na sustentabilidade a melhoria da qualidade ambiental e investimentos em parques públicos. Dentro dessa área total existem áreas de serrado e mata atlântica.

Donde eu vim, em 2018 o distrito de São Francisco Xavier ganhou um parque público na antiga fazenda do Bose, que abriga um casarão do século XIX e metade da área está em floresta nativa.

Aos pés dessa parte da Serra da Mantiqueira, faz divisa com Camanducaia – Monte Verde – MG. Dos 500 m de altitude na planície do rio Paraíba do Sul alcança 2.080 m no Pico do Selado, o ponto culminante do município.

O distrito de São Francisco Xavier é Área de Proteção Ambiental, Estadual e Federal, e suas matas abrigam o muriqui, o maior primata das Américas.

Donde eu vim, em 2020 a Fundação Arbor Day e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura anunciou São José dos Campos como uma das três cidades reconhecidas no programa “Cidades de Árvores do Mundo”. Para receber o reconhecimento, a cidade teve de provar o compromisso com as árvores, a silvicultura, o manejo e criação de florestas urbanas.

Continuar preservando e desenvolvendo o verde na vida do Joseense faz de São José dos Campos uma das cidades mais arborizadas do país.

Donde eu vim, temos um jequitibá-rosa, patrimônio Joseense, protegida por lei, situado no distrito de Eugênio de Melo. Atualmente sustentado por hastes de ferro é um dos símbolos da cidade. Um verdadeiro ancião, conhecida como o Gigante Eugênio, com 27 m de altura, uma copa de quase 30 m e idade estimada em até 700 anos.

Somos privilegiados por estar próximo as maiores montanhas do país, na serra da Mantiqueira, e do litoral norte e sul de São Paulo, um dos litorais mais bonitos do Brasil.

Donde eu vim, em 2022 São José dos Campos foi certificada como a primeira Cidade Inteligente do Brasil. A certificação foi concedida pela ABNT (NBR ISO 37120, 37122 e 37123) regulamentadas pelo World Council on City Data / ONU, em serviços urbanos, qualidade de vida e práticas sustentáveis, destacando aplicação tecnológica e boas práticas de gestão na qualidade de vida da população.

Por tudo isso, somos orgulhosos de sermos Joseense. Parabéns a todos que vivem em São José dos Campos pelos 256 anos de prosperidade, oportunidade, responsabilidade, qualidade de vida, amor, sonhos e liberdade!

Há dois anos atrás tivemos a grata apresentação da Esquadrilha Ceu, formada por pilotos da aviação de caça e oficiais da reserva da Força Aérea Brasileira, quando da comemoração do aniversário de 254 anos.

Parabéns São José dos Campos!

256 anos

Corrida no Parque da Cidade – São José dos Campos

Que tal uma corrida no parque da cidade, em total contato com a natureza. Em caminhos cercados por espécies vegetais nativas, jardins, palmeiras imperiais, lagos, ilhas artificiais, bosques e presença de uma rica fauna silvestre. Um local privilegiado para a prática da corrida.

Com quase um milhão de metros quadrados o Parque da Cidade Roberto Burle Marx, também conhecido como Parque da Cidade de São José dos Campos, foi uma antiga fazenda da Tecelagem Paraíba, propriedade de Olivo Gomes com projeto arquitetônico de Rino Levi e paisagístico de Roberto Burle Marx.

Desde 1996 o local foi transformado em um espaço de lazer da cidade, tombado pelo Comphac – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural. A residência Olivo Gomes e os jardins de Burle Marx são tombados pelo Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo.

Não tem como não correr feliz em um parque como este.