Noite Eterna

Quando a noite parece eterna?

Quando se planejou meia boca, deixou de lado um roteiro e fez descaso para as questões logísticas, ou ainda, acampou no improviso, sem os equipamentos mínimos necessários para uma boa noite de descanso.

Quando a natureza, na sua grandiosidade, chegou avassaladora, dizendo que quem manda no pedaço é ela, trazendo tempestades e condições climáticas extremas, e os equipamentos não foram apropriados para garantir segurança e mínimo conforto.

Quando alguém do grupo não se preparou fisicamente para o desafio, dificultando a jornada de todos, ou participou de um grupo sem liderança e sem objetivos comuns para a boa convivência, com integrantes sem o verdadeiro espírito trilheiro e de montanhista.

Quando apesar de tudo arrumado, imprevistos ocorreram, e daí fomos desafiados no limite de nossas forças físicas e mentais; e fomos resilientes para superar os conflitos. Houve a necessidade de reajustar a rota ou simplesmente encurtar o caminho.

Mas sob outra perspectiva, foi em noites eternas que se vislumbrou as estrelas por uma eternidade. A beleza disso tudo foi a esperança que se renovou após cada pernoite, onde ao amanhecer, fomos presenteados com um dia radiante.

Por isso, na finitude dessa jornada, a consciência seguirá na eternidade. O jeito é aproveitar o máximo, da melhor forma possível, mesmo quando surgirem noites eternas, e corajosamente seguir em frente. Caminhar é preciso!

Pedra do Abismo – São Francisco Xavier

São Francisco Xavier é um agradável distrito do município de São José dos Campos, no estado de São Paulo. Para quem sobe até o mirante de São Francisco Xavier, também conhecido como Pedra da Onça, não deixe de visitar a Pedra do Abismo.

São cerca de 20 minutos de caminhada a partir do mirante, em trilha não sinalizada. Quando chegar na primeira bifurcação desviar a direita, como referência vai passar ao lado de um enorme samambaiaçu.

Na sequência, onde houver bifurcação, manter-se a esquerda. Os caminhos a direita da bifurcação seguem para a Pedra Partida. Observe que a trilha está na crista da serra e o caminho vai seguir em uma suave descida e subida.

Logo ao iniciar a subida, entre numa abertura a esquerda da trilha, como se fosse numa minúscula clareira. Em mais alguns metros encontramos a Pedra do Abismo, a 1.925 m de altitude.

Deste ponto temos 180º de vista panorâmica. A esquerda abaixo temos o distrito de São Francisco Xavier, toda amplitude das demais montanhas a frente, e ao fundo, São José dos Campos e a vastidão do Vale do Paraíba.

A Pedra do Abismo tem pouco espaço. Então, em alguns passos a frente, cuidado, a gravidade garante queda livre.

Curiosidade: abaixo e a direita da encosta, encontra-se os destroços do avião experimental monomotor RV-7, do flagelo ocorrido em 28 de janeiro de 2013. Ver ‘campo comentário’ para mais informação.

Voltando na trilha e subindo mais alguns minutos, chega-se em um rochoso. Em mais alguns passos subindo a esquerda chegamos no Mirante do Abismo a 1.965 m de altitude. Aqui vemos uma perspectiva diferenciada da serra, com visão privilegiada da encosta.

Deste ponto podemos observar na crista da serra a copa dos pinheiros onde se encontra o mirante de São Francisco Xavier. E logo abaixo, o pequeno rochoso da Pedra do Abismo, dando nome a este mirante (do Abismo). Enfim, uma visão sublime da serra dos Poncianos.

A Cada Tropeço um Recomeço

Após toda tormenta, dias melhores virão.

Se cansou, descanse. Se parou, recomece. Não há aprendizado sem dor. A esperança é continuadamente o recomeço.    

O caminho é tortuoso e carregado de obstáculos. Hora de seguir em frente. Novas trilhas a vista. Aprender com o passado é o melhor caminho a seguir.

As oportunidades estão sempre a frente. Temos que seguir, confiar e recriar. A cada tropeço um recomeço. Sempre atento! Evoluir é recomeçar.

Pernoite no Queixo da Anta – São Francisco Xavier

Assim que nos despedimos da Dona Ricardina, ao meio dia começamos a caminhada. Neste momento a mochila cargueira nem parecia pesada, apesar da água, comida e equipamento para pernoite no Pico Queixo da Anta que está a 1.740 m de altitude.

Dentro da mata, subimos pela encosta íngreme até a parte rochosa. Ao atingir a crista da montanha, avançamos em direção a parte mais alta da pedra. Neste ponto já podíamos ver no horizonte o município de São José dos Campos.

Em seguida descemos, com corda, uma pequena encosta rochosa. Foram 2 horas de caminhada até a ponta da pedra. Então, preparamos o local do acampamento e café. Era começo da tarde e no horizonte se podia perceber que o poente seria magnífico.

Ao observar atentamente a serra, não pude deixar de admirar o formato peculiar da Pedra Bonita (2.120 m).

Com o sol se encaminhando para atrás da serra, havia chegado a hora de retornar a ponta da pedra.

Como um presente, bem abaixo na mata, do lado esquerdo da pedra, havia um bando de muriquis saltando no alto da copa das árvores. Com o zoom da máquina consegui gravar a movimentação da macacada.

Depois voltei minha atenção para o céu alaranjado. Graciosamente a silhueta do Queixo da Anta se refletiu na encosta ao lado. Na boa prosa ficamos vendo aquele espetacular pôr do sol.

Ao cair da noite, a lua nem incomodou o céu estrelado e as luzes de São José dos Campos e São Francisco Xavier.

Na manhã seguinte, aos primeiros raios do sol, as colinas ficaram todas iluminadas, clareando os morros menores no fundo do vale. Era o prenuncio de um dia de céu de brigadeiro.

Ao examinar minuciosamente até onde a vista alcançava, a oeste, ainda na sombra da serra, os eucaliptos mais altos indicavam a Pedra da Onça ou Mirante de São Francisco Xavier (1.950 m) e na elevação mais ao fundo a Pedra Partida (2.050 m).

Como é bom pousar nas montanhas da Mantiqueira!

Ao retornar, deixamos o local onde acampamos igual como o encontramos. O lixo que produzimos no acampamento foi trazido conosco para descarte em local apropriado.

Desbravador Parte 2 – Mirante de São Francisco Xavier

Dizem que o desbravador não tem medo do desconhecido.

Na montanha, temos que ser fortes e humildes para superar as adversidades do relevo e clima severo. Algumas vezes, temos que respeitar o que a montanha nos diz e entender que nem sempre chegaremos no cume na primeira vez.

A natureza é fascinante!

Ao amanhecer na montanha, o sol desponta no horizonte trazendo luz e calor. Do alto, o mar de nuvens seduz o espírito. O pensamento em oração contempla mais um dia de vida.

Como caminhar é preciso, vamos a última parte desta empreitada exploratória.

Desbravador Parte 1 e Parte 3.

Serra dos Poncianos – São Francisco Xavier Parte 1

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Como todo início de temporada de montanha era grande a expectativa para aquele final de semana. A previsão climática indicava muita nebulosidade e nenhuma precipitação. Então seguimos em direção a São Francisco Xavier naquela fria manhã de outono.

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Depois de parada obrigatória para um delicioso desjejum com café, leite, pão e queijo minas, seguimos em direção a serra até um estacionamento, a 1.200 metros de altitude. Hora dos ajustes na mochila cargueira, recomendações e alongamento.

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A trilha bem demarcada não exigiu nenhum conhecimento prévio além do esforço continuo na subida constante. Os inúmeros regatos e riachos ajudaram a refrescar, além de serem boas fontes para captação de água potável.

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Entre paradas e prosas chegamos à crista da serra, divisa entre São Paulo e Minas Gerais. Neste ponto entramos a esquerda em direção a Pedra da Onça. Em três horas de caminhada atingimos o Mirante de São Francisco Xavier a 1.950 metros de altitude.

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Apesar da pouca visibilidade obtemos um azimute de 270 graus oeste em direção a Pedra Partida. Ao meio dia seguimos mata adentro onde a trilha principal se confundia com aquelas feitas por vacas e cavalos que ficam soltos na serra, ou ainda, aquelas picadas na mata feitas durante a busca do avião monomotor RV-7 cujos destroços foram encontrados no início de fevereiro de 2013.

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O final desta jornada continua no final do mês.