Lagoa Dourada – Parque Estadual de Vila Velha

Denominada Lagoa Dourada visto que em certas horas do dia, devido ao reflexo do sol, sua superfície reflete uma cor dourada. A lagoa Dourada é uma furna assoreada por sedimentos da evolução do terreno na região dos campos Gerais, Ponta Grossa estado do Paraná.

A datação de restos vegetais em 12 metros de espessura de sedimentos, no fundo da lagoa, indicou 11.700 anos. Considerando que a profundidade de outras furnas atinge 50 metros de sedimentos, então é possível que a lagoa seja muito mais antiga.

A lâmina d’água da lagoa chega a 5,5 metros de profundidade, ela tem formato elíptico variando entre 160 a 200 metros e está conectada ao rio Guabiroba através de um canal tortuoso de 220 metros de extensão.

Na face norte da lagoa ocorrem fluxos de água subterrânea cristalina, deixando no fundo sedimentos arenosos. Forma um aquário natural para refúgio e reprodução dos peixes da lagoa ou aqueles vindos do rio Guabiroba.

Na face sul da lagoa, devido o desnível de 1,5 metros entre o rio e a lagoa, e durante as cheias do rio, ocorre um fluxo invertido de lama para dentro do canal até a lagoa. Então este sedimento argiloso vai decantando e assoreando a lagoa.

Furna: designação de antro ou cova de grande tamanho, normalmente de origem natural, localizada no interior de uma rocha ou dentro da terra; cova, fossa ou gruta.

Local: Parque Estadual de Vila Velha, Ponta Grossa / PR

Impacto Imediato – Meio Ambiente

Impacto imediato é ver uma foto de um paraíso natural como este, não é mesmo? Nos conforta e traz boas memórias, como aquelas férias na praia!

Outro impacto imediato é o desconforto ao constatar que na mesma praia encontramos lixo. De fato, o ser humano joga coisas, muito delas reutilizáveis, que a natureza não pode digerir.

Encontramos todo tipo de lixo, alguns como uma parte de um brinquedo, garrafas de plástico e vidro, isqueiro, tampa de um ventilador, barbeador descartável, sola de um calçado e isopor.   

A mãe natureza é muito benevolente com a humanidade. O planeta já manifesta duras mudanças ambientais. Em um local contaminado é impossível habitar qualquer ser vivo saudável.

Esta poluição que chega nas praias é uma pequena parte. Todo ano, milhões de toneladas de plástico chegam aos Oceanos da Terra, mantando milhões de aves e animais marinhos.

A sociedade civil, governos, empresas, comunidade científica-acadêmica são pessoas. A maior ameaça ao nosso planeta somos nós mesmos, mas cada um de nós pode ajudar na redução da poluição ambiental.   

Os mutirões nas praias com engajamento da população local e turistas ajuda, mas o certo mesmo são políticas e ações públicas para combater as poluições das atividades humanas.

É urgente intensificar a educação ambiental nas escolas. Importante conscientizar e esclarecer sobre a preservação para o consumo e uso sustentável dos recursos e gravidade da poluição nos mares.  

Temos soluções e tecnologias. O maior desafio é a mudança de atitude, vontade econômica e política; E união da sociedade civil, governos e organizações privadas para salvar nosso Planeta Água.

Monumento Natural Mantiqueira Paulista – Pico dos Marins e do Itaguaré

Caminhantes nas montanhas da Mantiqueira, com frequência, falam sobre a importância da criação de uma unidade de conservação na localidade entre o Pico dos Marins e Pico do Itaguaré.

Então, em junho de 2020, foi publicado no diário oficial a resolução SIMA-33 sobre os procedimentos para criação do Monumento Natural Mantiqueira Paulista, nos municípios de Cruzeiro e Piquete, São Paulo.

A estória é mais ou menos assim…

Tudo começou em 2015 quando a Secretaria do Meio Ambiente criou o Grupo de Trabalho Mantiqueira para desenvolver estudos e propostas de proteção, conservação, desenvolvimento sustentável, e dos aspectos ambientais e socioeconômicos, a partir da cota 800 m da Serra da Mantiqueira entre Pindamonhangaba, Guaratinguetá, Piquete, Cruzeiro, Lavrinhas e Queluz.

No âmbito do Grupo de Trabalho Mantiqueira, as prefeituras de Cruzeiro e Piquete, solicitaram a criação respectivamente do Monumento Natural Pico do Itaguaré e Pico dos Marins. Em 2019, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente solicitou que a Fundação Florestal coordenasse um estudo para avaliar o pedido das prefeituras.

A proposta considerada mais adequada foi a criação da Unidade de Conservação de Proteção Integral, na categoria Monumento Natural – MONA, abrangendo a área de vegetação da Serra da Mantiqueira em Cruzeiro e Piquete.

Como o MONA tem objetivo preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica, o Monumento Natural Mantiqueira Paulista teve proposta final discutida em Audiência Pública com área final protegida de 10.371 hectares.

As principais justificativas para criação da MONA Mantiqueira Paulista são:

  • A Mata Atlântica é um “hotspot” mundial de biodiversidade dado as ameaças para conservação ambiental;
  • A Serra da Mantiqueira é um patrimônio natural de biodiversidade com centenas de espécies da fauna, flora e aspectos geológicos especiais;
  • O bem-estar humano é favorecido pelo fornecimento dos mananciais, regulação climática, proteção do solo e produção de alimentos no Vale do Paraíba;
  • O aspecto cultural é singular com o turismo, a paisagem e valores religiosos da região.

Portanto, com a deliberação das diretrizes de gestão da unidade, vamos aguardar a criação final da unidade e do plano de manejo para definir as regras de gestão do Monumento Natural Mantiqueira Paulista.

Fonte: Proposta de Criação do MONA Mantiqueira Paulista e Resolução SIMA-33

Um Lobo Camarada – Serra da Bocaina

Ao retornar da Pedra da Bacia, seguimos para o local do acampamento no alto da Serra da Bocaina. Ao entardecer o sol de inverno refletia uma luz especial nos campos ao redor.

Notamos um animal saindo da mata para o campo aberto, caminhando lentamente. Era o solitário lobo-guará.

Estava atento e curioso, olhando para todos os lados. Suas grandes orelhas se movimentavam captando sons que nós não podíamos ouvir.

Aparentava uns 20 kg de peso, cerca de 50 cm de comprimento e 90 cm de altura. Seu tamanho impressionava com aquelas pernas finas e longas.

Animal esguio. A pelagem era densa, o corpo parecia vermelho-alaranjado com crina e patas pretas. A parte inferior da mandíbula e ponta da cauda eram brancas.

Como ele come alimento de origem animal e vegetal, parecia forragear algum petisco no campo aberto.

Acho que veio conferir quem eram os invasores de seu território. Ele ficou perambulando e nos observando o tempo todo.

Ficou em silencio. Não fez nenhum tipo de latido e nem marcação de cheiro.

O lobo em geral tem sua fama de mal, carrega suas lendas e superstições em vários lugares que habita, mas esta espécie não é perigosa.

O lobo-guará não é um animal em risco de extinção, porém está vulnerável ou em perigo devido à redução de áreas de vegetação nativa.

No Brasil o lobo-guará é protegido da caça e aparece como animal símbolo na preservação do Cerrado.

O lobo camarada se afastou. Ficou sentado na sombra das árvores e depois sumiu dentro da mata.

Lua Cheia – Pico Queixo da Anta

Após um longo dia de caminhada, montamos acampamento ao entardecer. Era sabido que teríamos em destaque a lua cheia no céu daquele final de semana.

Ela chegou durante o preparo do rancho. Timidamente saiu detrás das árvores na crista da serra. Pura admiração pela sua grandeza inundando o céu noturno.

Como sempre, a mesma face iluminada. Desta vez plenamente iluminada. Deixou o acampamento e arredores bem claro, nem foi preciso usar lanterna.

A noite ficou estonteante. Momento de contemplação e pensativo…

Desde tempos imemoriais a lua cheia desperta paixões e inspiração ao Homo Sapiens. Foi deusa na antiguidade. Influencia o ciclo da natureza, na fertilidade dos seres vivos e no movimento e ritmo das marés. A lua cheia é união entre Yin e Yang. Sinônimo de abundancia. É natureza básica das emoções e sentimentos.

Após horas sob o luar, era como refletir luz própria. Estava pleno de energia. Era a existência humana em sintonia com a natureza e o universo.

No final da madrugada me levantei. Para meu espanto me chamou atenção um ponto expressivamente iluminado no céu noturno.

Estava bem alto, à Leste. Era Vênus o planeta mais brilhante no céu visível. Ele ficou por lá até antes do amanhecer.

Por toda noite a lua cheia correu o céu e foi cair do outro lado atrás das colinas. Vênus foi desaparecendo com o amanhecer.

Enfim, o Sol começou a despontar num facho de luz radiante. Era o princípio de um novo e brilhante amanhecer.

Canoa Caiçara – Parati Mirim

Canoa caiçara, lá estava ela, solitária naquela imensidão de floresta, mangue e mar.

O pescador e mestre caiçara tinha acabado de ancorar sua canoa azul, vermelha e branca. 

O mestre caiçara havia comentado como foi esculpido artesanalmente, a partir de um tronco de árvore, aquela bela canoa.

O caiçara demonstrava sabedoria e respeito a natureza, pela transformação da árvore em uma canoa.

O Sol no Horizonte

” Quando o sol se despede ou desperta no horizonte, a natureza se envolve em tons suaves, pintando o céu com a magia da transição entre a escuridão e a luz. “

O ESCURO – A noite chegou sob total escuridão. Então calmamente procuramos a luz do luar. Ela clareou toda a orla. Um evento tão comum, mas ficamos mais uma vez surpreendidos pelo brilho da lua. Uma perfeita sintonia entre claro-escuro.

A SOMBRA – Muito antes da noite virar dia, no horizonte, um facho luminoso despontou atrás dos montes. Por um momento, lua e sol compartilharam do mesmo céu, e mais uma vez o sol tomara o lugar dela. 

O CLARO – Nasceu um novo dia! Humildemente agradecemos pelos primeiros raios de sol. Uma manhã de pura juventude, nos sentimos aquecidos e renovados. Energia fluindo, em conexão. Um novo ciclo se refaz. 

” O crepúsculo matutino ocorre antes do nascer do sol, quando o céu ainda está escuro, e começa a clarear lentamente à medida que o sol se aproxima do horizonte. Nesse momento ocorre a aurora, quando o sol está prestes a emergir no horizonte. “

A AURORA – Paramos tudo que estávamos fazendo para apreciar aquele instante. Dia iluminado, iluminando nosso caminho. Gratos pela suave quentura e brilho da manhã. Com a cargueira pronta, retornamos para mais um dia de travessia.

” O crepúsculo vespertino ocorre após o pôr do sol, quando a luz do dia diminui gradualmente e o céu passa por uma variedade de cores, desde tons de laranja até tons mais escuros. Esse instante é conhecido como ocaso. “

O OCASO – Após longo dia de caminhada, chegara mais um entardecer. Mais um ciclo se completara. Acontece todo dia e quase não vislumbramos este espetáculo da natureza. A maravilhosa dualidade da vida.

” Este ciclo crepuscular cumpri um papel importante nas ações diárias dos seres humanos, como também, dos pássaros e animais noturnos, que dependem desses períodos de transição para ajustar seus ritmos de atividade e comportamento. “

Entre o Céu e a Terra – Sul de Minas Gerais

P1240322 (Large)

Sem a correta dimensão para expressar aquela imensidão de pastos verdes e céu azulado, entre casinhas simples e antigas fazendas abastadas, plantações de cafés premiados pelo mundo afora, o costumeiro queijo e doce mineiro, um povo hospitaleiro e de abraço apertado, minha paixão por estas paragens só tem aumentado.

P1240346 (Large)

Da prosa sem pressa, entre um café e outro pão de queijo, e mais uma estória de pescador. Os clicks para fotos ficaram nas paisagens do céu nuvioso, entre bocados de matas perdidas entre pastos e plantações de café, banana e milho. E o gado para se refrescar, sumiu nas sombras das arvores.

P1240359 (Large)

Entre o céu e a terra, o calor escaldante anuncia chuvarada na tarde que chega. Enquanto que na estiagem revela umas das regiões mais frias de sul de minas. Então o povo começa a festança, com fogueira, música e comidas que acalentam o corpo e o espírito.

Local: Christina e Maria da Fé / MG

Guardião do Tempo – Maria da Fé

P1240373 (Large)

Nas andanças por aí me deixei estar à toa numa pracinha de minas. O calor tinha estacionado naquela tarde tranquila. Meu pensamento estava lento. O click para foto parou naquele ancião de chapéu branco. Os minutos pareciam horas. Tentando matar o tempo procurei por formas estranhas nas nuvens que passavam no céu. Logo percebi que o longevo sentou no banco da praça. De olhar vazio, tudo aparentava tons de cinza. O amálgama do arrastado e acelerado. Com ar pesado minha inspiração era pausada. O velho homem ali ficou com seu guarda-chuva preto. Um fiel guardião do tempo. Então, num piscar de olhos, ele se foi e tudo voltou ao corriqueiro e pacato de uma cidadezinha do interior de minas.

P1240377 (Large)

Eu, Perdido?

Esta animação de Steve Cutts foi produzida exclusivamente para a música “Are you lost in the world like me?” (Você está perdido no mundo como eu?) Do cantor Moby.

Eu, perdido? Claro que não!

Acredito que uma grande maioria das pessoas daria esta resposta, independentemente das opiniões dos mais ou menos tecnológicos, e daqueles mais ou menos espiritualizados.

O problema não é a tecnologia, seja dos telefones ou televisões “smart”. É evidente que os avanços em todos os campos da ciência são excepcionais.

Por outro lado, vale a reflexão sobre como as grandes corporações e governos estão usando o poder da mídia para controlar a sociedade. Ou como as pessoas conectadas tecnologicamente estão tão isoladas como seres físicos, emocionais, mentais e espirituais.

A ilusão é mais real do que o mundo lá fora. Grande parcela da humanidade está entretida, hipnotizada, escravizada e manipulada.

Eu, perdido?

E você?

Vídeo: Steve Cutts – Moby & The Void Pacific Choir