Pedra do Sino de Itatiaia

Ao descer o vale do Aiuruoca, à primeira vista temos a formação rochosa Ovos da Galinha e ao lado a pedra do Sino de Itatiaia. Como estávamos na Travessia do Rancho Caído, fizemos uma visitação nestes dois atrativos naturais.

Atravessando uma das nascentes do rio Aiuruoca, seguimos a direita com a visão da pedra do Sino e bem ao fundo a pedra do Altar. Paramos na sombra dos Ovos da Galinha para vislumbrar a imponência do maciço rochoso do Sino.

A trilha seguiu numa ascensão inicial mais inclinada e suavizou na metade da subida. Com olhar atento no caminho, que sutilmente se desenha nas curvas de nível e totens ao longo do trajeto, com uma vista panorâmica espetacular.

Assim, os Ovos da Galinha pareciam menores e outras formações rochosas curiosas surgiram quando atravessamos o trecho menos inclinado, com destaque para a serra ao fundo dos picos Marombinha e Maromba.

Ao chegar no cume, a 2.670 m de altitude, fomos primeiramente assinar o livro. Deste ponto, a amplitude do Parque Nacional de Itatiaia é imensa, com destaque para o pico Agulhas Negras, pedra do Altar e morro do Couto.

A visão é ampla, 360º a perder de vista. Com ajuda de um binóculo podemos ir longe na observação do caminho das trilhas, do acampamento Rancho Caído, e até do pico do Papagaio em Aiuruoca e pedra do Selado em Visconde de Mauá.

Coração Andarilho

Após parada obrigatória, o coração andarilho volta a bater forte. No túnel do tempo das lembranças, de muita andança…

Por tantos caminhos, trilhas e rotas. Muitas missões possíveis, algumas intrincadas, outras tolas, e tantas peripécias. Brilho no rosto, sorriso estampado. Espinhos pelos caminhos. Desvios, enganos, erros, mudanças de rumo. A dor é inevitável durante o percurso. Sempre com gente boa, amigos, vizinhos e camaradas de longa jornada. Algumas vezes solo, em outras solitário nos pensamentos oportunos. Gratidão pela trajetória itinerante. Como um passante, repetida vezes ou na primeira chance, a magia está sempre presente naquilo que o andarilho vê. Nas cores da alegria, na esperança da liberdade verdadeira. Buscando coragem frente ao desconhecido. Um viajante fugitivo que logo se encontra consigo mesmo. Apaixonado pela trajetória. De espírito aventureiro, um caminhante autêntico. Também conhecido como mochileiro, andarilho.

Pedra Ana Chata – Monumento Natural Pedra do Baú

Entre eucaliptos e campo aberto em aclive, adentramos na mata. Em constante subida, seguimos a direita na bifurcação em trecho mais inclinado. Logo deslumbramos a vista da pedra acima da copa das arvores. Em suas escarpas podíamos ver minúsculos pontos em movimento, eram os escaladores nas vias da pedra.

Atingimos a trilha principal após uma hora de caminhada e logo chegamos na entrada da gruta. Pelas entranhas da pedra, atravessamos a curta passagem e atingimos um patamar rochoso. Desse ponto, à visão da Pedra do Baú e mais um escalador subindo a pedra.

Em seguida atravessamos trechos com barras, grampos e escadinhas de ferro encravados na rocha. Então fizemos um desvio a esquerda, antes de chegar no topo, para apreciar a vista na ponta do lado oeste da pedra. Na volta paramos na “janela em U” para apreciar a vista.

Finalmente atingimos o topo da Pedra Ana Chata a 1.670 metros de altitude. O contentamento é sempre bom com a paisagem que se expande numa visão ampla. Na ponta leste da pedra temos a magnifica perspectiva do Baú visto de lado.

Para completar o espetáculo, ainda temos a vista do Vale do Paiol ao lado, o município de São Bento do Sapucaí bem ao fundo e toda a serraria do sul de minas.

Esta trilha, a partir do estacionamento Chico Bento, tem a distância total de 5 km. Com paradas na subida e descida, registramos um total de 3 horas, sem contar o tempo em cima da pedra.

Terras Altas – Serra da Mantiqueira

” Caminhar nas terras altas da Mantiqueira é descobrir paisagens inesquecíveis na divisa entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Uma região que atrai pessoas para diversos roteiros turísticos: ecológico, rural, histórico, religioso e gastronômico; Na prática de esportes outdoor temos escalada, arvorismo, mountain bike, canoagem e voo livre. Aqui vamos explorar as trilhas, caminhadas e montanhismo. “

A Serra da Mantiqueira engloba ecossistemas remanescentes de mata Atlântica, mata de Araucária e campos de altitude. Das inúmeras nascentes formam rios e quedas d’água. As precipitações mensais chegam a 300 mm na estão chuvosas. Não é à toa que Mantiqueira, em tupi-guarani, significa “gota de chuva”, outra versão é “serra que chora” enaltecendo as nascentes e imponentes cachoeiras.

O clima é quente úmido na estação chuvosa e frio seco na estiagem. Tudo isso em harmonia com uma exuberante e diversificada fauna e flora local. A temperatura pode chegar a uma dezena de graus negativos nos pontos mais altos. Em geral fica entre 0°C a 30°C. Considere ainda névoa, geada, fortes ventos e raios que assolam estas montanhas da Mantiqueira.

Esta cadeia rochosa abrange uma extensão aproximada de 500 km começando em Bragança Paulista (SP), segue a leste na divisa dos três estados, desvia em Barbacena até Serra do Brigadeiro, leste de Minas Gerais, sendo que este último estado representa 60% da extensão da serra.

A Serra da Mantiqueira é uma APA – Área de Proteção Ambiental entre os três estados, e abrange unidades de conservação como o Parques Estaduais da Serra do Brigadeiro e Serra do Papagaio, Parque Nacional de Itatiaia, Floresta Nacional de Passa Quatro e Campos do Jordão. Outras áreas montanhosas que merecem atenção, quanto a preservação, são as regiões do MarinsItaguaré e Serra Fina.

O relevo na Mantiqueira tem suas terras altas variando entre 1.000 a 2.800 m de altitude, nas divisas de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O ponto culminante é a Pedra da Mina (2.798 m), na divisa entre Lavrinhas-Queluz (SP) e Passa Quatro (MG). Enquanto que o ponto mais baixo é a Garganta do Embaú (1.133 m) na divisa entre Cruzeiro (SP) e Passa Quatro (MG).

Na Mantiqueira temos 5 das 10 montanhas mais altas do Brasil, segundo o “Anuário Estatístico do Brasil 2011 – IBGE”, sendo: 4º Pedra da Mina (2.798 m), 5º Pico das Agulhas Negras (2.792 m), 8º Morro do Couto (2.680 m), 9º Pedra do Sino de Itatiaia (2.670 m) e 10º Pico Três Estados (2.665 m).

Outras montanhas em destaque são: Alto Capim Amarelo (2.570 m), Prateleiras (2.548 m), Pico dos Marins (2.421 m), Pico do Itaguaré (2.308 m), Pico do Papagaio (2.105 m), Pico do Selado (2.080 m), Pedra Partida (2.050 m), Pedra do Forno (1.970 m), Pedra do Baú (1.950 m) e Pico Agudo (1.703 m).

A Serra da Mantiqueira está próximo de quem mora no Vale do Paraíba ou no eixo cidade de São Paulo, sul de Minas Gerais e região serrana do Rio de Janeiro; Com isso podemos desfrutar de aproximadamente 50 montanhas conhecidas, entre 1.700 a 2.798 m de altitude.

Apesar das montanhas na Mantiqueira não ultrapassarem os 3.000 m de altitude, isso não significa que estas montanhas são fáceis para se chegar ao topo, pois o desafio está nas suas particularidades de acesso, relevo e clima.

” Nas terras altas da Mantiqueira percorremos vales profundos e picos imponentes.          A jornada requer preparação e determinação para alcançar as montanhas              mais altas do Brasil. “

Local: Serra da Mantiqueira

Retrospectiva – Categoria Roteiro

Ao longo destes anos do Adamu Trekking tivemos a oportunidade de postar 40 artigos sobre roteiros.

Diferentemente das categorias Trekking e Corrida onde são relatos pessoais, nesta categoria Roteiro, investimos algum tempo na pesquisa do local visitado.

Em geral, descrevemos sobre a história do local, origem do nome, localização, acessos, distancias e altitudes, atrativos naturais, fauna e flora, características e nomes das trilhas.

Entre vales e picos, montanhas, selvas, desertos, cavernas e litorais, caminhamos muito, as vezes sob condições extremas de clima, para vivenciar o melhor destes roteiros.

Afinal, vamos aos destaques dos posts publicados nessa categoria até o momento, são eles:

Novos roteiros serão publicados em breve.

Forte Abraço!

Kleber Luz

Retrospectiva – Categoria Caminhada

Esta categoria Caminhada (Hiking e Trekking) tem significado mais amplo, naquilo que posso chamar de caminhadas de curta, média e longa duração, fácil ou difícil, incluindo também as montanhas.

Na essência, os relatos transitam entre duas vertentes, a técnica e a poética. De um lado, o cuidado em escrever o que é relevante, evitando relatos extensos. Do outro lado, o desafio de externar em forma de palavras os sentidos, sentimentos, vivências, boas ou ruins, e que possam trazer algum significado.

E quanto as imagens? São poucas publicadas por post, para também não poluir a postagem. Sem pretensões, tentando ser criativo e fazendo o básico da fotografia. Apenas ‘clics’ no automático.

Mas posso dizer com toda certeza que a jornada tem sido auspiciosa!

Enfim, todos os lugares são especiais quando se trata da natureza; E considerando apenas os posts publicados nesta categoria, os destaques até hoje são:

Felizmente, ainda há muito que ser relatado.

Forte Abraço!

Kleber Luz

Novos Tempos Novos Desafios!

Por muitos anos houve cobrança dos amigos e familiares para publicar minhas experiências e vivencias das andanças que tenho feito desde a adolescência. De fato, sempre gostei de escrever mas achava que não era o momento. Então resisti por décadas, mas em 21 de dezembro de 2012 senti que chegara o momento.

Sem nenhum compromisso e muito menos sem pesquisar e ir a fundo no assunto, comecei esse blog criando páginas e categorias.

Bem, eu tenho um ‘timing‘ diferente, deixando as coisas acontecerem naturalmente, se assim for o caso. A ideia é simplesmente seguir caminhando.

Nestes anos do Adamu Trekking, temos:

  • Publicado 191 posts em 5 categorias;
  • Aproximadamente 1.000 imagens;
  • Cerca de 100 posts sobre relatos e roteiros de trekking, montanhismo e corridas;
  • Divulgado 263 comentários e 37 em moderação;
  • Mais de 50.000 visualizações;
  • Mais de 20.000 visitantes;
  • Mais de 40 seguidores;
  • Visitantes de 69 países dos 5 continentes;
  • Top 10 dos países visitantes são: Brasil, Estados Unidos, Portugal, Rússia, Canadá, França, Alemanha, Espanha, Argentina e Reino Unido.

Não poderia deixar de agradecer aos seguidores, e principalmente a minha família e amigos, de corredores, caminhantes e montanhistas, que sem eles, muitos dos desafios e aventuras, nada disso teria acontecido. E vamos em frente!

Ótima semana a todos!

Kleber Luz

Pernoite no Corcovado – Ubatuba

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Paramos o carro próximo a um campo de futebol para iniciar a nossa jornada. O GPS marcava cota 15 metros e avistamos o nosso desafio que estava a 1.180 metros de altitude, o Pico do Corcovado em Ubatuba.

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Após o campo de futebol seguimos a direita onde atravessamos um regato e na segunda bifurcação à esquerda entramos na mata. Atravessamos dois rios e continuamos na trilha a esquerda. Deste ponto adiante muito transpiração e diversão durante a subida íngreme.

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Em uma hora de caminhada chegamos à cachoeirinha, local onde captamos água e ganhamos fôlego. Logo seguimos até o mirante na pedra da Igrejinha, espaço onde temos à primeira vista do litoral e da praia Brava, e também se avista o Corcovado.

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De volta à trilha, o angulo da subida aumenta em um terreno repleto de raízes. Com a mochila cargueira nas costas a subida era a passos lentos até atingirmos uma clareira onde encontramos acesso a mais uma queda d’água.

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Seguimos subindo e alcançamos mais uma clareira, mas desta vez na crista da serra. A cada passo ganhamos visões do interior da serra e do litoral norte. Neste lugar o caminho percorre uma vegetação com muitas bromélias.

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No finalzinho, sobe-se um íngreme barranco usando a vegetação lateral como agarras. Então a crista se prolonga ao lado de um despenhadeiro. Do lado direito está a ponta do Corcovado e a esquerda encontramos o cume e um local protegido do vento para acampamento.

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A natureza singular reservou um dia quente onde o sol poente trouxe uma grande sombra do pico aos pés da serra do mar. O calor se esvaiu. Para nossa surpresa a lua cheia acentuou o contorno da serra e ampliou as luzes vindas da cidade de Ubatuba.

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Durante a madrugada fria o vento chegou forte e antes do amanhecer saltei para fora da barraca. Mais um esplêndido nascer do sol! Grato por mais um final de semana junto a uma natureza espetacular e aos amigos de fibra.

Ao retornar, deixamos o local onde acampamos igual como o encontramos. O lixo que produzimos no acampamento foi trazido conosco para descarte em local apropriado.

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“Subi o ponto mais alto possível e olhei pro oriente. Raios de luz despontaram atrás das montanhas. O vento ainda doía à pele. Como numa pintura o quadro se encheu de luz vermelho alaranjado que inundou o amanhecer de mais um dia.”

Parque Nacional de Itatiaia – Parte Alta

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Também conhecido como Planalto de Itatiaia. Sendo uma unidade de conservação de proteção integral da natureza, este ambiente está envolto por uma vegetação de campos de altitude e montanhas rochosas.    

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O Pico do Itatiaiuçu, popularmente conhecido como Pico das Agulhas Negras é o ponto culminante a 2.791 m de altitude. No Abrigo Rebouças já se tem uma magnífica vista da montanha.

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As Prateleiras miradas de longe, até parece um simples amontoado de rochas. Maravilhoso engano! Com 2.548 m de altitude é formado por enormes maciços de blocos de rochas com uma das vistas para o lado do Vale do Paraíba.

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A Pedra do Altar está a 2.665 m de altitude. Localização especial por estar na parte central do parque, podendo avistar os principais cumes do Planalto, seus vales ao redor e percorrer a trilha ao lado do imenso rochoso das Agulhas Negras.

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O Morro do Couto reserva uma vista sui generis do parque. Além das principais montanhas do Planalto, é possível avistar a Serra Fina. O acesso final sobe uma canaleta entre grandes blocos de pedra com fendas. O cume está a 2.680 m de altitude.

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Em todas as trilhas temos caminhadas, mas para se atingir o cume das Agulhas Negras e Prateleiras com segurança é obrigatório o uso de equipamento de escalada em determinadas etapas da escalaminhada.

Local: Parque Nacional de Itatiaia / RJ

Parque Nacional de Itatiaia

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O primeiro parque nacional do Brasil, o Parque Nacional de Itatiaia, foi criado em junho de 1937 pelo Presidente Getúlio Vargas.

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Situado na Serra da Mantiqueira na divisa de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A área do parque abrange os municípios mineiros de Itamonte e Bocaina de Minas, e municípios cariocas de Itatiaia e Resende.

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A vegetação é fortemente influenciada pela altitude. A 540 metros a.n.m. predomina a floresta densa, diversos curso d’água, com fauna e flora abundante. A medida que subimos a serra, tendo seu ponto culminante a 2.791 metros a.n.m., encontramos uma vegetação rasteira e montanhas rochosas.

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Conhecida como parte alta, na região do Planalto de Itatiaia avista-se os campos de altitude, mananciais e montanhas. Paraíso para a prática de caminhadas, escaladas e travessias. Os atrativos naturais são o Pico das Agulhas Negras, Prateleiras, Morro do Couto, Cachoeira do Aiuruoca, Asa de Hermes, Pedra do Sino e Pedra do Altar.

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Na parte baixa encontram-se uma vegetação densa, cachoeiras e piscinas naturais em meio à exuberante Mata Atlântica. Os principais atrativos são o Mirante do Último Adeus, Três Picos, Lago Azul, Poranga, Maromba, Itaporani, Véu de Noiva e Centro de Visitantes.

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Com uma pitada de aventura, bom condicionamento físico, respeito a natureza e práticas seguras em atividades outdoor, podemos desfrutar ao máximo todos estes atrativos. Nos próximos posts exploraremos a parte alta e baixa da Unidade de Conservação.

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Local: Parque Nacional de Itatiaia / RJ