Tempo de Dias Melhores

” Se tudo parece um caos é porque ainda não atingimos um nível de consciência planetário elevado. A realidade é quase virtual. Ainda sofremos de uma ressaca das virtudes e valores onde a verdade custa aparecer.”

” A depuração leva tempo.”

A tempestade extratropical chegou dos extremos. Avassaladora! Chega em vórtices e frio provocando elevações no mar. O ar húmido se condensa. Agora é tempestade tropical. Momento para estar em terra firme, se abrigar. É preciso recolhimento e agir com mansidão.

Lá fora, em um extremo, frio e umidade, no outro, calor e seca. Será que atingimos os dias mais frios do ano? Alguns lugares os termômetros registram zero, em outros, com ventos extremos, a sensação térmica é abaixo de zero. Na verdade, está menos frio. 

A orientação da defesa civil é que a população fique atenta e de prontidão. Desligue os televisores das tomadas. Feche as janelas para os ciclones. Chame a defesa civil ou o bombeiro em caso de riscos. Evite acidentes pois a catástrofe está a deriva. Não deixe isso acontecer.

Acredite, dias melhores virão!

Noite Eterna

Quando a noite parece eterna?

Quando se planejou meia boca, deixou de lado um roteiro e fez descaso para as questões logísticas, ou ainda, acampou no improviso, sem os equipamentos mínimos necessários para uma boa noite de descanso.

Quando a natureza, na sua grandiosidade, chegou avassaladora, dizendo que quem manda no pedaço é ela, trazendo tempestades e condições climáticas extremas, e os equipamentos não foram apropriados para garantir segurança e mínimo conforto.

Quando alguém do grupo não se preparou fisicamente para o desafio, dificultando a jornada de todos, ou participou de um grupo sem liderança e sem objetivos comuns para a boa convivência, com integrantes sem o verdadeiro espírito trilheiro e de montanhista.

Quando apesar de tudo arrumado, imprevistos ocorreram, e daí fomos desafiados no limite de nossas forças físicas e mentais; e fomos resilientes para superar os conflitos. Houve a necessidade de reajustar a rota ou simplesmente encurtar o caminho.

Mas sob outra perspectiva, foi em noites eternas que se vislumbrou as estrelas por uma eternidade. A beleza disso tudo foi a esperança que se renovou após cada pernoite, onde ao amanhecer, fomos presenteados com um dia radiante.

Por isso, na finitude dessa jornada, a consciência seguirá na eternidade. O jeito é aproveitar o máximo, da melhor forma possível, mesmo quando surgirem noites eternas, e corajosamente seguir em frente. Caminhar é preciso!

Planalto de Itatiaia – Morro do Couto

O Morro do Couto é a 2ª montanha mais alta do Parque Nacional de Itatiaia e o 8° ponto culminante no Brasil. O nome provém do período da colonização quando os escravos fugiam das fazendas da região e subiam o morro para se acoutar, melhor dizendo, para se abrigar e refugiar.

A 2.680 m de altitude o Morro do Couto privilegia uma visão 360° do planalto de Itatiaia e suas montanhas, como a Pedra do Altar, Pedra do Sino, Asa do Hermes, Agulhas Negras e Prateleiras, como também, uma perspectiva do Vale do Paraíba, Serra Fina e Serra do Papagaio.

Sobre Rochas – Pico dos Marins

” Sobre rochas eu ando. Não importa se arenito, basalto ou calcário. Também pode ser granito, quartzito ou até dolomito. Mas especial mesmo é o Filito, Sienito e Xisto. Quem é quem, não sei muito bem, mas eu garanto que caminho sobre rochas. “

O trekking para subir o Pico dos Marins é considerado de dificuldade média-pesada. Como a subida não requer equipamentos de escalada é denominada escalaminhada, ou seja, nos pontos mais difíceis será necessário o uso das mãos em rochas ou arbustos, tanto na ascensão quanto na descida. O uso de cordas pode facilitar em alguns pontos da trilha. Em outros aproveita-se as fendas e agarras, use o máximo da aderência das mãos e pés.

Como sempre, é bom estar acompanhado com alguém experiente para dar dicas, principalmente se é a primeira vez na rocha. Prepare-se para viver uma experiência única. Sentir na pele o esforço físico. Dizer que o coração vai sair pela boca. Dos músculos doerem após passarem dias da caminhada. A sensação pode ser fascinante ou horrível. Estar mentalmente positivo ajuda bastante. Por isso, caminhar sobre rochas não é para qualquer um. 

Atos de Virtude – Caminhar é Preciso

” Nas intempéries da montanha as virtudes humanas são moldadas, às vezes, a duras penas quando não estamos atentos aos sinais. “

Ato I – Entusiasmo

É energia interior que promove a vitalidade para executar o plano traçado.

Ato II – Paciência

É o controle das emoções e desejos, atraindo esperança e bem-estar no dia-a-dia.

Ato III – Coragem

É o exercício do domínio do medo diante de situações difíceis e adversidades da vida.

Ato IV – Flexibilidade

É constante adaptação às circunstâncias e relacionamentos, criando condições para permanecer firme.

Ato V – Disciplina

É ordem em harmonia aos preceitos estabelecidos, com tolerância e perseverança para a vida ser possível.

Ato VI – Generosidade

É verdadeiramente gostar do outro e ajudar sem nada em troca, no constante exercício do desapego e caridade.

” Nas longas caminhadas da vida, de nada vale as virtudes se não mergulhar no interior de si para que o melhor transborde. “

Temporada de Montanha – Serra da Mantiqueira

Em abril damos início a Temporada de Montanha. Com a chegada do outono inverno, temos a melhor época para prática do montanhismo, e assim podemos trilhar nas montanhas da serra da Mantiqueira

Diferente do verão com aquele calor intenso e tempestades eletromagnéticas, os dias começam a ficar mais agradáveis até a estação do inverno, onde as temperaturas baixas são impactantes nas montanhas da região sul e sudeste do Brasil.

Ou seja, as temperaturas atingem facilmente abaixo de zero graus célsius. As geadas são comuns. Em condições especiais de clima até podemos ter alguma precipitação de neve nos pontos mais altos da Mantiqueira.

Estamos numa área privilegiada de montanhas e vales, entre as mais altas do Brasil, cujo cenário paisagístico é de imensa beleza. Nas travessias e ascensão aos picos mais altos o desafio é grande e a recompensa muito maior.

O montanhismo é dar significado as coisas simples, ao meio ambiente e ao autoconhecimento. É sentir alegria em uma simples caminhada e ter resiliência nas mais duras travessias.

Ter a satisfação do encontro com aqueles que compartilham da mesma paixão, onde alguns estarão de passagem e outros se tornarão amigos.

Que a temporada seja extraordinária!

Montanha!

Oh, Augusta Montanha! – Pico dos Marins e Itaguaré

Oh augusta montanha que tanto me faz bem!

Meu alento se refaz nas suas vertentes.

Com amor no coração enfrento as dificuldades nas montanhas da vida.

O esforço e persistência seguem objetivos.

A força está no interior.

As desventuras são transformadas em superação e gratidão.

O sucesso e alegria são transitórios.

Os sinais estão à vista.

É preciso desconexão para estar-se conectado.

O talento e força de vontade são aliados.

A incerteza caminha ao lado.

Ser beligerante é ver com outros olhos.

Oh augusta montanha que tanto me faz bem!

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Boas Festas!

Kleber Luz

Nosso Caminhar Parte 1 – Pico do Tira Chapéu

Os pensamentos do filósofo Friedrich Nietzsche foram polêmicos no século XIX e ainda hoje são muito atuais. Escolhi reflexões de Nietzsche para esta série de 3 posts sobre o “Nosso Caminhar”.

” É preciso saber perder-se quando queremos aprender algo das coisas que nós próprios não somos. “

Friedrich Nietzsche

A caminhada é repleta de altos e baixos, e nesta vida o autoconhecimento é cheio de incertezas. Quanta vezes nos perdemos nas trilhas da vida. Toda aventura é um desafio em direção ao desconhecido. É preciso uma boa dose de coragem e vontade para querer ir fundo nas respostas que desejamos encontrar.

Nosso Caminhar Parte 2 e Parte 3.

Aquele que Cresceu nas Montanhas

Aquele que cresceu nas montanhas pode viver durante anos na cidade, desenvolver um trabalho científico e enriquecer sua inteligência, mas o que não pode fazer é permanecer eternamente lá embaixo. Quando vê aparecer o sol entre as nuvens e sente o vento no rosto, sonha como uma criança com novas aventuras nas montanhas. Comigo acontece exatamente isso. ”

Reinhold Messner