Botas Desgastadas

Sob o brilho prateado da lua, uma velha coruja pousa em um tronco retorcido, suas penas parecem tecer a própria noite. Aos seus pés, repousa um par de botas desgastadas, com a vegetação da mata habitando o couro surrado.

“Já fui como você,” disse a coruja, com olhos como espelho das estrelas. “Essas botas carregaram sonhos e dúvidas, passos errados e caminhos iluminados. Aprendi que não é a voo percorrido que importa, mas o que você aprende enquanto voa.”

A coruja bateu as asas suavemente, como um abraço no vento. “Mudanças chegam como o amanhecer: inevitáveis e sempre novas. Cabe a você acolhê-las com a sabedoria de quem observa, ou resistir, como uma árvore lutando contra a tempestade.”

Então o vento soprou, levantando folhas secas e histórias adormecidas. A coruja inclinou a cabeça e, com um último olhar, alçou voo, deixando as velhas botas como um lembrete: a jornada nunca termina, apenas muda de plano.

Um Longuinho de Respeito

Hoje foi dia de enfrentar mais do que um treino no Parque da Cidade, em São José dos Campos – foi dia de resgatar limites esquecidos. A manhã começou fresca, com uma leve brisa, mas o verdadeiro desafio estava nos 11 km planejados dentro do parque. Cada passo nas trilhas somava esforço e determinação, cercado pela energia das árvores e pelo som dos pássaros.

O percurso alternava entre trechos de sombra e áreas abertas, exigindo foco e constância. A vista do lago era um breve alívio, mas o cansaço dava lugar à persistência, aquela força interior que empurra quando as pernas já querem parar. Quando os 11 km foram concluídos, a sensação de dever cumprido se transformou em uma decisão: ir além.

No retorno, somamos mais 12 km, totalizando 23 km – um “longuinho” de respeito. Esse treino não foi apenas uma preparação física, mas um lembrete de que as distâncias maiores, nas provas de rua e montanha, são conquistadas com esforço diário, garra e a vontade de ir sempre mais longe. Que venham as meias maratonas e os novos desafios nas corridas!

Corrida dos Três Parques

Em meados de 2020, devido ao flagelo que atingiu a todos nós, resolvi paralisar as corridas treinos e provas, por tempo indeterminado, e focar nas trilhas e travessias. Em meados de 2023 retornei aos treinos curtos, e início deste ano aos treinos longos.

Esta corrida treino comemora o retorno as corridas longas, objetivando as meias-maratonas em 2025. Ao longo desta jornada nas corridas, ocorreram paradas obrigatórias devido as lesões e também as não obrigatórias, para simplesmente curtir um descanso das corridas.

Como sempre existiu propósitos e objetivos ao longo da jornada, sempre houve um motivo para retornar. Ganhei e perdi. Descobri e superei limites, senti dores temporárias e gratidão eterna, resiliência a cada passo e alegria fugaz. Experimentei novos desafios. Descobri que o impossível é apenas uma opinião, o meu maior inimigo é minha mente e quem eu realmente sou ecoa quando vou além do limite do possível.

Esta corrida treino sai da praça Ulisses Guimarães, percorre as principais vias públicas e três importantes e belos parques municipais de São José dos Campos-SP: Santos Dumont, Vicentina Aranha e Roberto Burle Marx, também conhecido como Parque da Cidade. A volta é pela orla do Banhado, que é cartão postal e patrimônio natural da cidade, retornando a praça. 

O percurso da Corrida dos Três Parques soma 15 Km. Se der uma volta em cada um dos parques, a distância final será entre 18 a 20 Km.

O Limiar entre Dois Mundos

No momento em que o sol se despede no horizonte e a noite começa a desdobrar seu véu de estrelas, estamos no limiar entre dois mundos. O céu é dominado por tons quentes que desbotam o azul no firmamento. Entre a luz fugaz e a escuridão iminente, sentimos um frio penetrante.

Neste instante, as formas rochosas se erguem como sentinelas silenciosas, enquanto a terra e o céu parecem arder em chamas, em nuances quase dolorosas à vista. A terra parece integrada ao infinito, como parte de algo maior, à medida que o crepúsculo avança. As sombras se dissipam, cedendo lugar à escuridão que dança com os astros e ao brilho das cidades.

Novas formas rochosas emergem como guardiãs, lançando um manto de mistério sobre a paisagem. A imaginação vagueia livremente até que o sono chegue, trazendo sonhos esquecidos que se dissolvem ao amanhecer. Na aurora gélida, antes dos primeiros raios de sol, o termômetro indica temperaturas abaixo de zero. Tudo ao redor parece congelado, inclusive minha mente. Por sorte, logo o sol traz consigo luz e calor.

O céu se transforma gradualmente em um novo espetáculo. Agora banhado pela radiante luz do dia. Neste novo momento o dia começa a desdobrar seu manto de esperança. Estamos em um novo limiar entre dois mundos.

Uma Casinha no Campo

Eu tenho uma casinha no campo onde escrevo minhas estórias e muito mais.

“Onde impera a paz e o silêncio para eu poder perscrutar meus pensamentos. Onde a esperança transborda o riacho, mesmo na estiagem. Onde meu corpo e espírito subitamente se encontram nas noites de luar. Onde os animais silvestres me veem na mata e eu apenas suspeito que estejam lá. Onde eu possa cultivar as egrégoras de boas energias emocionais, físicas e mentais. Onde sempre tem flores no jardim, mesmo em dias pálidos. Onde a colheita fértil mostra que valeu a pena calejar as mãos. Onde o pau a pique e o sapé deu lugar a alvenaria e uma boa internet do Elon.”

Eu tenho uma casinha no campo do tamanho do meu sonho, nem mais nem menos.

Dança Sagrada

Em campo aberto, o sol se inclina em direção ao horizonte. Somos convidados a testemunhar a grandiosidade e a profundidade do quadro, onde o calor palpável e a quietude serena permeiam o ar. Testemunhamos um espetáculo sublime. O céu se incendeia em tons ardentes, pintando o firmamento com uma paleta de cores vibrantes.

Envolvido pela magia do momento, pela calidez do sol e tranquilidade do campo aberto, deixei me ser elevado aos últimos raios de luz. Abraçado em comunhão com aquele espetáculo da natureza, por um instante, presente, sem repressão das emoções, no entendimento copioso da combinação dos sentimentos de gratidão e paz.

É uma dança sagrada entre o céu e a terra, entre o afrontamento do sol e a brandura da lua iminente. Cada pôr do sol é uma lição gentil de que, assim como o dia acomoda-se para dar lugar à noite, os ciclos se renovam em constante evolução, muitas vezes não percebido, na lembrança da efemeridade da vida e da eternidade do espírito.

Folha Caída

No desabrochar da primavera, todas as folhas revelam uma só tonalidade, mas ao longo da passagem, no intricado caminho da vida, a senda se desvanece entre folhas amarelas e secas do tempo.

Cada passo deixa sua marca, e as lembranças se entrelaçam como folhas que caem suavemente, narrando a história de uma jornada vivida com ardor e profundidade, em meio a uma dança sutil entre a luz e a sombra.

Ancorada nos valores da sua essência, as folhas caídas na água, dançam em harmonia, se dissolvem e buscam uma nova transformação, neste contínuo ciclo da vida.

Sabedoria do Coração

” Quando comecei a amar-me.

Reconheci, que meus pensamentos podem me fazer infeliz e doente.

Quando eu precisei da minha força interior, minha mente encontrou um importante parceiro.

Hoje eu chamo esta conexão de Sabedoria do Coração. “

Charlie Chaplin

A Magia do Acampamento

Acampar é uma experiência que nos conecta com a natureza. É uma oportunidade de escapar da agitação da vida cotidiana e entrar em um mundo onde o tempo parece desacelerar, onde não temos rotina, permitindo-nos ser um observador nato.

A natureza é uma companheira que sempre devemos acatar e respeitar.  As noites são escuras, outras de céu estrelado, ou ainda iluminado pela lua cheia. As vezes bate uma brisa refrescante ou sopra uma ventania braba. Com a tempestade ou frio intenso, a brincadeira fica séria, exige atenção, conhecimento e preparação.

O encanto de acampar está na percepção da novidade, da eventualidade e da flexibilidade, na preparação do acampamento e do rancho, e na coleta e purificação da água. Como também no exercício da resiliência, e do altruísmo para o bom convívio, mesmo que por pouco tempo, entre amigos e companheiros.

Acampamento é a arte da sobrevivência ao ar livre. Montar um abrigo e cozinhar refeições em um fogareiro são habilidades básicas e essenciais. Ao longo do caminho, você descobre que a simplicidade do acampamento é uma lição valiosa, e muitas vezes precisamos de muito menos para viver feliz.

Acampar é também diversão e aventura, como caminhar em trilhas, nadar em riachos, subir as montanhas e observar a vida selvagem. Cada dia traz novas descobertas e desafios. Aliás, é aqui que mora o perigo. Seja por sua conta própria ou com profissionais da área, a segurança de todos deve estar em 1º lugar.

O acampamento além da experiência física, é também uma jornada emocional. Longe das distrações da vida moderna, você tem tempo para refletir, relaxar e se reconectar consigo mesmo e com os outros. As prosas ao redor da fogueira podem ser significativas e os companheiros de acampamento podem durar a vida toda.

No acampamento é oportuno se desconectar do mundo virtual e reconectar-se com a realidade natural e real. É um lembrete de que somos parte integrante da natureza. Quando voltamos para casa, muitas vezes trazemos conosco não apenas as memórias, mas também a vivencia desta experiência no mundo natural.

Afinal, o acampamento é uma jornada de autodescoberta, aventura e apreciação da natureza. É uma oportunidade de escapar da rotina e experimentar a magia do mundo ao ar livre. Se você ainda não teve a chance de acampar, planeje esta experiência!

Caminhar é Preciso

Caminhar é uma das atividades mais simples e acessíveis para a saúde física e mental. O simples ato de se movimentar, acelera o ritmo cardíaco, aumenta o fluxo sanguíneo e fortalece o coração, prevenindo doenças cardiovasculares entre outras.

Seja no quarteirão, numa praça, parques públicos, ou ainda, em trilhas na natureza. No caso de caminhar na natureza, para sua segurança, é preciso algum conhecimento, preparação e apoio de profissionais do turismo ecológico ou de aventura.  

Segundo pesquisas recentes, para os benefícios a saúde é indicado uma caminhada diária de no mínimo 3.000 metros, que é em torno de 4.000 passos. Embora, quanto mais se anda maiores serão os benefícios para a saúde e bem-estar.

Incluir exercícios físicos no estilo de vida, pode ser fácil para alguns, mas em geral é um desafio para muitos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a atividade física insuficiente é a 4ª causa de morte mais frequente no mundo.

Com a prática regular, os benefícios físicos e mentais são inúmeros, como manter um peso saudável, controle do metabolismo, tonificação dos músculos, fortalecimento dos ossos, melhora do humor, redução do estresse e da ansiedade.

Além disso, se o caminhar for ao ar livre em meio à natureza, é um excelente relaxante e revigorante para a mente, dissolvendo os pensamentos que corroem os ânimos e a vontade de viver.  

É uma escolha inteligente para manutenção da saúde, bem-estar e uma jornada em direção ao autoconhecimento. Por isso que eu sempre digo que caminhar é preciso.

“A cada passo na natureza, encontramos o equilíbrio para nossa saúde física e a serenidade para nossa saúde mental.”