Imersão na Natureza

Na Floresta do Barnabé a conexão com a natureza é total e desafiadora.

Iniciamos a trilha em mata de Araucária, ao som de um riacho distante e o cantarolar dos pássaros. De início já percebemos uma biodiversidade preservada.

O Desafio

Subir pela crista da pedra do lado esquerdo e descer pela pedra do lado direito, executando um circuito chamado de Pedra do Barnabé. Uma aventura cuja distância de 3 km não é nada comparada com a subida íngreme e descida escorregadia, envolta numa mata Atlântica, de flora e fauna admirável. Uma caminhada de pelo menos 3 horas para uma total imersão na natureza.

O Descortinar

Além da exuberante flora que se mescla harmoniosamente à vegetação ao redor, destacam-se pegadas, rastros e trilhas deixados pela fauna que habita o local. Os mirantes surgem como pontos de pausa revigorante, convidando à contemplação das vistas panorâmicas e das Pedras do Forno, Chanfrada e Bonita, além do bairro São Sebastião das Três Orelhas.

O Desnível    

Em terras do sul de Minas, nada é plano. Então, ao subir qualquer morro ou pedra, o desnível será no mínimo uma centena de metros. Na Pedra do Barnabé atingimos 1.700 m na torre de transmissão, descemos a 1.660 m na transição de uma pedra para outra, atingimos o ponto mais alto a 1.760 m na segunda pedra e retornamos ao início a 1.530 m de altitude.

Roteiro: MG – Gonçalves – Bairro Campestre – Propriedade Particular.

O Maior Primata das Américas

” Passava do meio dia de sábado de Carnaval, já tínhamos atravessado o Vale dos Duendes, descendo a Serra dos Poncianos em direção a Monte Verde. Diferente do avistamento em dezembro, desta vez eles estavam descansando próximo a copa das árvores. Um grupo entre cinco a oito muriquis, sem um dominante aparente.”

10 Curiosidades sobre o Muriqui:

1. Do tupi, muri’ki significa “gente que bamboleia, que vai e vem”. Como tem hábito dócil é reconhecido como “povo manso da floresta”. Outros nomes: buriquim, buriqui, mariquinha, mariquina, muriquina e mono-carvoeiro.

2. Endêmico em regiões montanhosas da Mata Atlântica. Encontrado ao norte do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e sul da Bahia.

3. Espécies do gênero Brachyteles arachnoides (Muriqui-do-Sul) e o Brachyteles hypoxanthus (Muriqui-do-Norte).

4. Maior primata das Américas e uma das espécies mais dóceis entre os primatas.

5. Um macho adulto chega a medir 1,50 m de corpo e cauda, e pesar até 15 kg. Tem a face preta, pelagem bege-marrom-amarelada. Vive, em média, 30 anos.

6. Gestação de 7 meses pode gerar até 2 filhotes, com intervalo entre 2 a 3 anos. Os filhotes permanecem nas costas das mães até 2 anos para o desmame.

7. Alimenta-se de frutos, folhas, flores e lianas.

8. Considerado um “restaurador da floresta”, pois, em apenas um dia, pode dispersar sementes de até 8 espécies de plantas.

9. Reconhecido pela UNESCO como “identificador de qualidade ambiental”, é símbolo da “Reserva da Biosfera da Mata Atlântica”.

10. O muriqui está em perigo devido à destruição do seu habitat natural e população decrescente. Está na Lista Vermelha da UICN – União Internacional para a Conservação da Natureza.

Belvedere do Serrano

Após trilhas e passos, cansados e plenos,

Pelas pedras que guardam segredos terrenos,

Cruzamos a serra ao entardecer,

Entre Minas e São Paulo, a estrada a descer.

E eis que surge, em madeira erguido,

O Belvedere, um sonho esculpido,

Um deck altivo, em brisa envolto,

Que abraça a vista num olhar solto.

O vale se estende em tons de esplendor,

Serrano emoldura o quadro em cor,

E lá no fundo, sereno e pequenino,

São Bento repousa, quase divino.

As sombras vestem as montanhas em véu,

A Balança e a Divisa tocam o céu,

Enquanto, iluminado, imenso a brilhar,

O Baú, Bauzinho e Ana Chata se põem a dançar.

Belvedere, poesia esculpida em olhar,

Janela do mundo a nos encantar,

Onde a alma repousa, onde o tempo é brisa,

E a vista, infinita, jamais se desfaz.