” A perfeição é uma montanha impossível de escalar que deve ser escalada um pouco a cada dia. “
Código Samurai
Arquivo mensal: abril 2017
Ser Água – Parque Nacional da Serra da Bocaina
Um arroio brota na mata e desce em correntes que se avolumam. No percurso, encontra outros regatos que se unem pela natureza. Quando se vê, já são conhecidos como riachos e rios.
Estes nascedouros se multiplicam graças a mata densa e maciços rochosos que se elevam do interior em direção ao mar. Por conta disso, suas águas despencam em quedas abruptas formando cachoeiras.
Um banho nas águas destas serras é como um elixir. O corpo todo vai ser ativado, da circulação a respiração. Vai expulsar aqueles “roedores” que povoam a mente e dar aquela sacudida no espírito.
Entre um caminhar e outro, estive absorto ao passar horas espreitando estas águas da Bocaina.
Nas águas turbulentas, as corredeiras passam tão rápidas que nem percebemos o tempo; E aos desatentos, vão se enroscando pelo caminho.
Nas águas mansas, os remansos parecem água paradas que escondem o tempo e guardam a pureza das águas claras que limpam mentes nubladas.
Enfim, ser água é ser ilimitado, não temer as quedas, estar atento aos obstáculos, fluir para não estagnar e buscar a calmaria nos momentos turbulentos.
E pensar que estas águas são apenas a infinitésima parte de um todo que chamamos oceano.
Mar de Nuvens – Serra da Bocaina
Subi a serra para mais uma travessia, e me perdi no tempo ao apreciar aquele mar de nuvens.
Como toda caminhada, por mais que seja pela enésima vez, tudo é novo e diferente.
A estrada quase pavimentada deixou apenas lembranças daquele tempo de muita lama, barro e solavancos para chegar ao início da trilha.
Os amigos, como sempre, presentes e companheiros para mais uma jornada nas terras altas da Bocaina.
No caminho encontramos vários grupos e andarilhos, hora compartilhando informações, hora trocando ideias ou apenas desejando um ótimo “ bom dia! ”.
E a natureza? Bela, completa e preservada. Mostrando que a cada estação do ano tem algo novo a revelar, seja nas cores, nas flores, nas águas ou nas nuvens.
Diferente mesmo, era eu! Naquele segundo que ficou atrás, já não era mais o mesmo. A cada passo, a cada escolha, a cada pensamento, sem perceber já havia me tornado uma outra pessoa.
Um lugar onde a simplicidade e o estado natural das coisas, de uma riqueza imensa, me faz tão próximo de eu mesmo que as vezes me assusta.
Acredito que a experiência nos dá a chance de poder inovar, mas é a vivência que nos molda a cada instante.
As melhores coisas da vida são sentidas pelo coração, não adianta apenas olhar ou tocar.
Com alegria segui caminhando nas nuvens, para tentar ver além do horizonte.












