Bela Vista

Os mirantes na Serra da Mantiqueira se espalham nas trilhas e travessias em montanha. Algumas vezes escondidos e outras escancarados para quem quiser ver.

Um mirante e um abismo, parceiros inseparáveis. Um enxerga as entranhas da terra, e o outro, vislumbra na linha do horizonte o perfil da serrania.

Nos mirantes acima das nuvens ficamos com a impressão de estarmos no olimpo dos deuses. Às vezes, parecem estar tão próximas que podemos tocá-las.

Em todo mirante podemos vivenciar este espetáculo singular da natureza, o nascer e/ou o pôr do sol.

No entanto, ao cair da noite é que percebemos a extensão de um pequeno povoado ou um grande centro urbano. As luzes artificiais irão ofuscar sua vista.

Dança Sagrada

Em campo aberto, o sol se inclina em direção ao horizonte. Somos convidados a testemunhar a grandiosidade e a profundidade do quadro, onde o calor palpável e a quietude serena permeiam o ar. Testemunhamos um espetáculo sublime. O céu se incendeia em tons ardentes, pintando o firmamento com uma paleta de cores vibrantes.

Envolvido pela magia do momento, pela calidez do sol e tranquilidade do campo aberto, deixei me ser elevado aos últimos raios de luz. Abraçado em comunhão com aquele espetáculo da natureza, por um instante, presente, sem repressão das emoções, no entendimento copioso da combinação dos sentimentos de gratidão e paz.

É uma dança sagrada entre o céu e a terra, entre o afrontamento do sol e a brandura da lua iminente. Cada pôr do sol é uma lição gentil de que, assim como o dia acomoda-se para dar lugar à noite, os ciclos se renovam em constante evolução, muitas vezes não percebido, na lembrança da efemeridade da vida e da eternidade do espírito.

Pedra Grande – Atibaia

O Monumento Natural (MoNa) Estadual da Pedra Grande engloba os municípios de Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Nazaré Paulista e Mairiporã; e faz parte do Parque Estadual Itapetinga.

Além da beleza cênica, a preservação é relevante quanto a biodiversidade, recursos hídricos e do corredor Cantareira-Mantiqueira. No local, avista-se facilmente bromélias, orquídeas, musgos e o amarílis. 

O maciço da Pedra Grande tem 1.418 m de altitude e surgiu há mais de 600 milhões de anos. Está localizado na Serra do Itapetinga. O maciço é também conhecido como Pedra Grande de Atibaia.

A trilha para subida e descida são cerca de 3,5 horas, sem contar o tempo no topo da pedra. As trilhas são Minha Deusa, da Mangueira e dos Monges, a partir da entrada pelo Condomínio Arco-Íris em Atibaia.

Além das trilhas, o local permite a prática de mountain bike, voo livre, paraglider, rapel e escalada. Não é permitido acampar e nem fazer fogueira.

Um espetáculo a parte é assistir o pôr do sol no final do dia.

Outro acesso é pela Rodovia D. Pedro I, a partir do km 65 em direção a Bom Jesus dos Perdões, e depois mais 10 km de estrada de terra até o topo da pedra.

Local: Atibaia / SP

Luz do Dia – Nome da Nau

Chega apavorando geral, não deixa a gente dormir mais um bocadinho. Com a nau pronta para partir, clamo pelo vento que não se vê e rogo pela vida. Rumo mar adentro, lanço a rede da justeza e retidão. A colheita é vida para o sustento de cada dia. Na volta clamo por proteção no mar revolto. Que essa luz do alto me ilumine. Bem cansado e feliz por mais um ‘dia de trabalho’.

Pôr do Sol – Nome da Nau

Não canso de ti ver todos os dias. Vai embora devagarinho. Muitas vezes nem aparece. Tudo bem né, sei da sua grandeza e da humildade para deixar a lua chegar de mansinho, iluminando a vereda. Apesar da noite fria, me acolho em um porto seguro. Logo, a luz e calor me aquece outra vez, para ganhar força e arrastar a nau até o mar. Então chega radiante a “Luz do Dia”.

Pôr do Sol – Pico Queixo da Anta

“ O caminhar ao pôr do sol é um elixir de energia vital. ”

Entre um e outro pôr do sol, todos são diferentes e igualmente espetaculares! A leveza com que ele chega, em minutos se desfaz no horizonte. Por um instante cai a luz em tons de cores laranja que aquece o coração.

Um presente da vida. E mais outro, quando as andorinhas sobrevoam e se recolhem aos bandos em suas tocas na rocha. No céu escuro, do outro lado lá vem a Lua para iluminar nossos pensamentos. E mais luz se faz no firmamento, tão distantes estes outros mundos que transbordam o céu.

Quantos presentes recebemos a cada instante. Sem perceber, renovamos as forças. Retomamos a nossa essência espiritual. Vem o sorriso natural que acalenta a esperança e determinação na busca da felicidade, com gratidão pelo que se tem e se conquistou até o momento. São pequenas coisas, simples, no agora, a cada instante. Necessário a cada pôr do sol, nos dias atuais.

Pôr do Sol – Parque Nacional do Caparaó

A travessia dentro do Parque Nacional do Caparaó foi um desafio singular por diversos motivos.

A gente acha que nunca mais vai assistir um pôr do sol tão belo e magnifico devido a tantos outros que já vimos.

Puro engano, pois a cada novo pôr do sol, seja ele em qualquer lugar que seja, a emoção carrega o coração de alegria e ficamos meio que perdidos naqueles últimos instantes de luz.

Aquele entardecer no Caparaó estava carregado de nuvens densas que se movimentavam freneticamente, desenhando coisas no céu além da nossa imaginação.

Que belíssimo final de tarde após mais uma longa jornada de trekking.

Trekking Pedra da Mina ao Capim Amarelo – Passa Quatro

A travessia da Serra Fina é um clássico do montanhismo brasileiro. Dizem que no sentido contrário, da Fazenda do Pierre a Toca do Lobo, o desafio é maior.

Nesse trecho fomos da Pedra da Mina (2.798 m a.n.m.) ao Capim Amarelo (2.491 m a.n.m.).

” Magnifico entardecer com vista do Capim Amarelo bem ao centro. “

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No dia seguinte, acordamos logo cedo para ver o nascer do sol com a silhueta do Pico das Agulhas Negras ao fundo.

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” Aproveitamos também para nos aquecer após uma longa e fria noite. “

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A oeste, a sombra da Pedra da Mina destacou ao centro o pico Capim Amarelo, nosso destino naquele dia.

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Como na Serra Fina não tem trégua, o calor e nebulosidade foram constantes durante todo o trajeto.

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” O vento, como sempre, demostrou sua força desenhando ondas de nuvens ao longo da crista da serra. “

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Após duas horas de trekking paramos para coletar água no rio Claro e por volta do meio dia o clima dava sinais que teríamos um pé-d’água ao final da tarde.

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Na descida ao acampamento Maracanã começou a chuviscar e logo chegou uma forte cerração.

” O perrengue se instalou na subida do Capim Amarelo, com vento, frio e chuva. “

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Com gana e a passos lentos chegamos ao cume. Montamos e pulamos rapidamente para dentro das barracas.

Em poucos minutos a chuva cessou, a temperatura aumentou e podemos sair dos abrigos. Apesar do cansaço fomos preparar o jantar.

Para nosso deleite, o pós-tempestade deixou a tarde mansa, de ar parado, céu alaranjado e a visão de onde partimos pela manhã.

” A Pedra da Mina escondida entre nuvens. “

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Em cada acampamento, deixamos o local onde acampamos igual como o encontramos. O lixo produzido foi trazido conosco e descartado em local apropriado.