Corrida Endurance 50K – Paraty

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“Declaro, no perfeito uso de minhas faculdades mentais…. Assumindo todos os riscos envolvidos na participação e suas consequências…. Conheço meu estado de saúde físico e mental…”

E assim começa o termo de responsabilidade de uma prova de “endurance”. A primeira vez que li achei um exagero, mas tenho convicção que é muito mais que assinar um papel. É preciso plena consciência do seu estado físico-mental e dedicação aos treinos para estar apto ao desafio.

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Ser autossuficiente é fundamental neste tipo de prova. Além dos suprimentos disponibilizados pela organização, é prudente levar uma reserva para hidratação e reposição de nutrientes. Sem contar que nesta prova cada atleta levou um kit de segurança obrigatório.

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Na arena da largada era transparente a ansiedade de alguns atletas. Então, os atletas tomaram as ruas de pedra “pé-de-moleque” do centro histórico de Paraty contornando a Igreja Matriz em direção ao desafio dos 50 km.

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Deixando os casarões antigos para trás a corrida seguiu em direção a BR-101 sentido Ubatuba. Percorrido quilômetros no asfalto até sair por uma estrada de terra em direção ao interior da Serra do Mar.

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Caminhos de terra, trilhas em meio à mata, regatos e rios atravessaram. Morros intermináveis e descidas insaciáveis corroíam a resistência dos menos preparados. Atletas ficarem pelo caminho. Muitos resistiram ao calor e alta umidade do ar. Parecia insanidade, mas era obstinação, coragem e resiliência.

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Corrida que passou pela história antiga de um Brasil de rodas d’água que movimentaram engenhos de cana-de-açúcar e de belezas naturais como a APA do Cairuçú. Caminhos de natureza exuberante em meio a simplicidade de moradores humildes, de sorriso reservado, alguns mais acanhados outros mais prestimosos.

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Enfim, declaro perfeito uso de minhas faculdades mentais. Agradeço a companhia dos amigos de corrida. Celebro com o coração feliz e algumas dores musculares mais este desafio superado.

Fotos: Adventuremag – Wladimir Togumi.

Corrida Igaratá 23K

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A própria organização descreve a prova Igaratá 23K como uma corrida não tão perto de São Paulo e nem tão longe, com uma distância não tão longa e nem tão curta, num percurso não tão fácil e nem tão difícil.

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Então se é assim fomos conferir in loco. Realmente uma prova para amantes da corrida em percurso misto, com asfalto, estradas de terra, muito morro e trechos margeando as águas da represa Jaguari.

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A largada da praça central de Igaratá desceu por uma estrada sinuosa até encontrar o início da subida em direção ao Morro Azul. O asfalto deu lugar a uma estradinha de terra com longos trechos íngremes num desnível de 400 metros em 3.5 km de extensão.

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A partir do topo, os próximos 6 km alternaram trechos planos e descidas constantes numa paisagem de campos verdes e bosques de eucaliptos. A estrada continuou descendo até margear a represa.

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A 7 km do final apareceu uma nova subida aparentemente menor que aquela do Morro Azul. Hora de manter o ritmo e tentar concentrar na prova e não nos incômodos que começaram a surgir.

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Um deles foi o calor. Com isso o jeito foi pegar mais de um copinho d’água nos postos de hidratação. Chegando de volta ao ponto onde a estrada encontra o acesso ao Morro Azul, começou o retorno a praça da cidade.

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Apesar de faltar pouco mais que 3 km, o final reservara uma última subida que parecia não ter fim. Nessa hora, a euforia dos visitantes e moradores locais presenteou cada corredor na superação da rampa final até o portal de chegada.

Corrida Treino – Dia de Longão

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Longão ou treino longo. Às vezes queremos fugir dele, mas se estiver inscrito numa prova de longa distância é fundamental tê-los em sua planilha de treino. Então faltando três semanas para a prova de Endurance 50K em Paraty, chegou o dia do último longão após quatro meses de treino.

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Era domingo, madrugada nublada, temperatura amena e garoa iminente. Com lanterna de cabeça e mochila com água, isotônico e gel energético, saímos do Centro Comunitário Alto da Ponte em direção a estrada do Sertãozinho.

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Depois seguimos pela estrada de terra conhecida como Walkilandia até a SP-050 que liga São José dos Campos a Monteiro Lobato. Após o Km 108 saímos por uma estrada atrás do Clube de Campo Cisne Real. Um percurso que alterna subidas, descidas e trechos planos.

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Com um ritmo suave, breves momentos para alimentação e hidratação, assim terminamos o treino com alguma energia reserva. Isso reduziu um pouco a intensidade, mas não alterou o resultado final de um longão de 38 km em quatro horas de treino.

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Longão é estratégia. Precisa acostumar o corpo a uma exigência física adicional para aumentar a resistência e desenvolver a mente para aguentar correr por mais tempo.

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Fotos: Website Corridas de Montanha

Corrida Desafio em Montanha 21K – Campos de Jordão

Numa manhã gelada de maio subimos a Serra da Mantiqueira em direção a Campos do Jordão para mais um desafio em montanha.

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Isso mesmo, parecia mais um desafio do que propriamente uma corrida de montanha. Pura superação de nossos limites numa prova bastante técnica na distância de meia maratona.

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Dentre outros desafios em corridas de montanha em Campos do Jordão, como o Pico do Itapeva e Pico do Imbiri, desta vez seria o Pico do Diamante.

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O Pico do Diamante abriga apenas antenas e equipamentos de transmissão de uma emissora de televisão e proporciona uma vista espetacular do Vale do Paraíba numa altitude a 1.870 metros.

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O evento contou com aproximadamente 260 competidores de diversas partes do país e até mesmo de países como Alemanha e Espanha.

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A responsabilidade foi grande para cumprir o percurso com segurança considerando os desníveis em terreno acidentado em campo aberto, trilha na mata e estrada de terra.

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Fotos: Ricardo Morgado

Corrida Endurance 50K – Ilhabela

A própria organização denomina esta corrida de montanha como a mais casca grossa do circuito The North Face XTERRA Endurance. Não poderia ser diferente considerando que Ilhabela apresenta um imponente conjunto montanhoso.

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Este desafio ocorreu em junho, nas distâncias de 50 e 80 km. Pela segunda vez eu e um grupo de amigos descemos a serra para mais um XTERRA. Após dezenas de semanas de treinamento havia chegado o momento. Para um simples mortal do universo da corrida de montanha, a estratégia principal seria completar o percurso de 50K dentro do tempo limite.

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A velocidade foi trocada pela força, resistência e superação dos incontáveis obstáculos, como subidas, descidas, paralelepípedos, estrada, terra, trilhas na Mata Atlântica da Serra do Mar e areia das praias do Perequê e Castelhanos. Tudo isso envolto numa noite nublada com a lua cheia tentando aparecer no céu. Por sorte não tivemos chuvas como aquelas do ano passado. Uma corrida de alto nível técnico.

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Na distância dos 80 km, um amigo quase perdeu a largada pois foi antecipada para o período da manhã devido à probabilidade de chuvas, que não se confirmaram ao longo do dia. Aos demais restou a preparação e espera até as quatro horas da tarde. Para uma amiga havia ansiedade de ser estreante e para outros nada melhor que um bom cochilo antes da prova.

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Em menos de duas horas a corrida dentro da mata antecipou a escuridão. Neste tipo de prova existem outros obstáculos a serem superados. Além do físico, o mental precisa ser trabalhado para que os medos sejam controlados e que os pensamentos não sabotem a mente. E o que seria dos atletas sem uma lanterna de cabeça…

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Segundo a organização, no Endurance 50K largaram quase 200 atletas e 144 completaram o percurso dentro do tempo limite de 10 horas. Na distância de 80K largaram uns 80 atletas e apenas 33 completaram o percurso dentro do tempo limite de 14 horas. Realmente uma prova para poucos.

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Cruzar a linha de chegada foi a maior vitória! Agradeço e parabenizo meus amigos e a todos que conseguiram finalizar a prova. Cada um chegou ao seu limite, nas dores, até lágrimas, mas repleto de alegria pelo desafio superado. Celebração, abraços e ótimas lembranças. Seguramente fomos imbuídos de uma proteção especial durante todo aquele final de semana e a certeza de uma vivencia marcada para sempre em nossas memórias.

Fotos: Wladimir Togumi.

Corrida na Serra do Mar – São Sebastião

” É como uma muralha recortada em tons verde de uma densa mata tropical caindo abruptamente na praia ” (visão do mar)

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Como toda corrida de montanha as subidas parecem sem fim e nas descidas não adianta acelerar porque o tombo pode ser grande. Então seguimos em direção ao litoral de São Sebastião para este desafio na Serra do Mar.

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O domingo amanheceu ensolarado na praça do pôr-do-sol. Os corredores aguardavam a largada na praia de Boiçucanga onde tive a sensação de estar com os pés presos na areia fofa e inclinada da praia.

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Deixando para trás o barulho das ondas, seguimos um pequeno trecho de asfalto até a estrada do Cascalho encontrar o rio Boiçucanga. Em quase um quilometro de extensão, a estratégia era tentar correr no leito do rio e nas partes mais rasas.

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A empolgação era grande entre os corredores quando iniciamos a parte seca do percurso. Retornamos numa estradinha de terra e depois entramos nas trilhas. No início da trilha da praia Brava a subida era constante numa forte variação de altimetria.

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A Serra do Mar revelou o inesperado como o canto estridente de uma araponga, a floração do manacá da serra e no topo da trilha avistamos o mar e a praia. Neste ponto chegamos ao “down hill” em ondas, descida da trilha do Oleoduto da Petrobrás, uma descida íngreme com ondulações até o nível do mar.

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Faltando uns dois quilômetros retornamos ao trecho de areia num esforço final até o portal de chegada. Como prêmio merecido fui para um banho no mar!

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Fotos: Fabio Andrade, Wladimir Togumi e Kleber Luz.

Corrida Pico do Urubu – Mogi das Cruzes

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Na expectativa da primeira corrida de montanha do ano, saímos ao meio dia em direção ao município de Mogi das Cruzes, São Paulo, que está situado entre a Serra do Mar e a Serra do Itapety.

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Em sua segunda edição a competição reuniu mais de duas centenas de competidores tendo como arena a Mansão Ágape. Tudo indicava uma prova de alto nível com a largada saindo de um terreno em declive, sentido Serra do Itapety, e tendo o ponto mais alto do percurso no Pico do Urubu a 1.147 metros de altitude.

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Após os costumeiros preparativos e aquecimento inicial seguimos para a largada, que ocorreu às três horas da tarde. Naquele momento final a ansiedade de alguns e descontração de outros se misturavam no olhar de cada competidor. Despedimo-nos com o desejo que cada um superasse seus limites sem esquecer-se da sua segurança.

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Com a largada em descida corri por quase 1 km, dando início a uma subida constante em estrada de terra por mais 1,5 km. Em seguida adentrei numa mata e desci uma trilha escorregadia. Para minha surpresa deixei a mata para trás saindo num campo aberto onde pude contemplar a grandeza da Serra do Itapety. Com o sol entre nuvens e subida constante, a temperatura aumentou. Aos poucos uma ventania soprava o calor daquela tarde de sábado. A partir deste ponto persisti numa caminhada compassada e forte, porque correr era praticamente impossível. A paisagem que ficava para traz compensou os 2 km de subida aonde a inclinação máxima do terreno chegou a 40%.

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Ao atingir o Pico do Urubu, retomei o fôlego e aproveitei para observar a cidade de Mogi das Cruzes e a Serra da Mantiqueira ao norte. O sentimento era de alegria e ao mesmo tempo de atenção, pois começaria uma descida constante de 4 km. Como não choveu o terreno estava menos escorregadio. Imprimi um bom ritmo, mas no km 10 fui surpreendido com uma sensação de falta de energia. Desprovido de um gel energético reserva, reduzi o ritmo e avancei até o ultimo quilometro, que é uma subida, para completar os 13,2 km. De volta à arena, reencontrei os amigos para celebrar o desafio superado.

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Fotos: Fabio Andrade e Wladimir Togumi.