Vale do Silêncio – Patagônia

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Iniciamos a subida em direção ao Vale Ascencio e me vinha à lembrança que o Paso de Los Vientos estava próximo. Realmente as fortes rajadas de vento nos deixaram alerta na descida ao Refugio Chileno.

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Degustamos algumas amêndoas e descansamos para subir em direção ao acampamento Torres. Para nossa alegria o acampamento não estava cheio e conseguimos um bom local para montar as barracas e preparar o jantar.

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Como o dia patagônico é longo, eu e mais um amigo resolvemos explorar o Vale do Silêncio. A estratégia foi avançar até duas horas de caminhada, controlando o horário de retorno para estarmos de volta ao pôr do sol.

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Iniciamos a trilha margeando o rio Ascencio dentro de um típico bosque patagônico. Encontramos inúmeras “lengas”, uma espécie arbórea, derrubadas pelo vento. Na caminhada tranquila chegamos ao acampamento Japonês que é usado por escaladores.

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A trilha avançou sobre uma encosta entre pedras soltas até atingir um caminho nivelado. Todo este trecho contornou o Cerro Nido de Condor. Para nossa surpresa encontramos uma belíssima flor naquele lugar inóspito.

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Ao adentrar o Vale do Silêncio, o isolamento do lugar é tomado por uma visão de montanhas nevadas e um rastro do degelo indicado por grandes faixas de pedras.

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À primeira vista temos o Cerro Tridente e depois os gigantes Cerro Escudo e mais à esquerda o Cerro Fortaleza. O vale se fecha como um grande anfiteatro tendo às costas de Torres del Paine escondidas à esquerda.

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Com o anuncio do pôr do sol refletindo nas montanhas e um vento gelado assolando nossa resistência, havíamos chegado ao nosso limite.

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Assim garantimos o resto da luminosidade daquele dia para retorno com segurança ao acampamento Torres.

Asa de Hermes – Parque Nacional de Itatiaia

A parte alta do Parque Nacional de Itatiaia é um local para a prática do montanhismo onde estão localizadas diversas trilhas e vias de escalada em picos com mais de 2.400 metros de altitude. Desta vez seguimos em direção a Asa de Hermes.

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Esta formação rochosa, que de longe, parece com a asa do deus Hermes. Na mitologia grega Hermes era filho de Zeus e da ninfa Maia, cujo nome de origem provavelmente significa os montes de pedra usados para indicar os caminhos. Entre suas várias atribuições incluíam-se as de mensageiro dos deuses. Era representado com um chapéu alado e asas nos pés.

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Partindo do Abrigo Rebouças, percorremos pelo mesmo caminho de acesso ao Pico das Agulhas Negras até uma placa indicando bifurcação à esquerda. Na sequência uma nova bifurcação marca o caminho à direita para a Asa de Hermes.

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O caminho segue paralelo ao córrego Agulhas Negras e o maciço de Itatiaia. No final a trilha atravessa um charco à direita e segue numa curta subida pela rocha. A partir deste ponto alguns totens de pedra sinalizam o caminho.

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Contornando a esquerda por entre arbustos e pequenas árvores se avista grandes blocos de rocha entre o maciço das Agulhas Negras e a Asa de Hermes. A partir deste ponto a trilha se transforma numa “escalaminhada”. Necessária atenção na navegação para passar com segurança entre as rochas.

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Após a transposição por cima ou debaixo de grandes rochas avista-se o outro lado do maciço. Aqui se desce um pequeno platô para contornar e subir uma última vegetação à esquerda. Deste ponto se margeia pela direita até atingir o ponto onde a “escalaminhada” se torna mais técnica.

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Neste momento atenção na “escalaminhada” para subir a face leste do maciço. Depois é caminhar nas canaletas rochosas até alcançar a Asa de Hermes.

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Surpreendente o tamanho da pedra que desta posição pouco se parece com a asa do deus Hermes. Desta posição temos uma visão parcial do lado oeste do parque nacional com a Pedra do Altar e Morro do Couto mais ao fundo.

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Pico das Agulhas Negras – Parque Nacional de Itatiaia

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O Pico das Agulhas Negras é um dos cumes mais alto do Brasil a 2.792 metros de altitude. Em Tupi Guarani, Itatiaia significa pedras pontiagudas que representam o formato de agulhas.

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Saindo bem cedo sentido Rio de Janeiro, desviamos na Garganta do Registro e seguimos por estrada de terra. A partir desde ponto a paisagem se transforma. As matas dão lugar aos campos de altitude formado por rochas e vegetação rasteira.

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Um lugar especial repleto de montanhas cuja temperatura no inverno chega facilmente abaixo de zero. Em junho de 1985 ocorreu algo inusitado, uma intensa e memorável precipitação de neve cobriu o maciço de Itatiaia. Em geral, no inverno, os dias ensolarados enganam os menos avisados, pois nesta altitude e frio e vento são cortantes.

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A partir da portaria do parque nacional seguimos a pé por uma estradinha até o início da trilha. Deste ponto já temos uma magnífica visão da montanha. A caminhada avança em direção ao maciço rochoso e avistamos as Prateleiras ao fundo.

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Após atravessar um regato de água cristalina, o caminho em aclive se intensifica numa subida de aproximadamente mil metros em direção ao cume. Deste ponto a “escalaminhada” fará parte do desafio.

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Local: Parque Nacional de Itatiaia / RJ

Monte Roraima

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Através dos tempos, as lendas são a tradição oral dos povos através dos fatos, às vezes reais, históricos ou fictícios, repassados de geração a geração, que tornam a narrativa fantasiosa, em resquícios ancestrais e produto da imaginação popular.

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As lendas brasileiras se espalham por todo o país. Na região norte temos algumas diretamente influenciadas pela fauna e flora da região amazônica. A lenda do Monte Roraima é uma delas. O tepui está localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Guiana e Venezuela.

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A lenda do Monte Roraima surgiu na tribo dos índios Macuxi que habitavam a região da Amazônia venezuelana.

Conta que antigamente não havia nenhuma elevação naquelas terras. Muitas tribos indígenas viviam naquela área plana e fértil onde a caça, a pesca e outros frutos eram abundantes.

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Porém, num dia, nasceu uma bananeira, uma árvore que não existia naquelas paragens. Tornou-se rapidamente viçosa e cheia de belos frutos amarelos. Um recado divino foi dado aos pajés: ninguém poderia tocá-la, pois aquele fruto era sagrado. Se alguém o fizesse, inúmeras desgraças aconteceriam ao povo daquela terra.

Olha que já ouvimos uma estória muito similar, mas o fruto proibido era outro.

E assim…

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Todos deveriam obedecer ao aviso dado. Porém, ao amanhecer de certo dia, a tribo percebeu que haviam cortado a árvore. Então a natureza revoltou-se. Trovões e relâmpagos deixaram todos assustados. Os animais fugiram. E do centro da mãe Terra surgiu o Monte Roraima, elevando-se imponente até o céu.

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O folclore popular diz que até hoje o monte “chora” pela desobediência do sagrado. Este “choro” é devido ao grande volume de precipitações anuais, cascatas e cachoeiras que despencam do paredão.

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No trekking do Monte Roraima somos desafiados pelas intempéries, em caminhos  onde nossa visão vão além das paisagens exóticas, onde as energias da natureza são manifestadas em cada canto da terra, na água e no ar!

Local: Paraitepuy / Venezuela

Serra dos Poncianos – São Francisco Xavier Parte 1

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Como todo início de temporada de montanha era grande a expectativa para aquele final de semana. A previsão climática indicava muita nebulosidade e nenhuma precipitação. Então seguimos em direção a São Francisco Xavier naquela fria manhã de outono.

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Depois de parada obrigatória para um delicioso desjejum com café, leite, pão e queijo minas, seguimos em direção a serra até um estacionamento, a 1.200 metros de altitude. Hora dos ajustes na mochila cargueira, recomendações e alongamento.

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A trilha bem demarcada não exigiu nenhum conhecimento prévio além do esforço continuo na subida constante. Os inúmeros regatos e riachos ajudaram a refrescar, além de serem boas fontes para captação de água potável.

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Entre paradas e prosas chegamos à crista da serra, divisa entre São Paulo e Minas Gerais. Neste ponto entramos a esquerda em direção a Pedra da Onça. Em três horas de caminhada atingimos o Mirante de São Francisco Xavier a 1.950 metros de altitude.

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Apesar da pouca visibilidade obtemos um azimute de 270 graus oeste em direção a Pedra Partida. Ao meio dia seguimos mata adentro onde a trilha principal se confundia com aquelas feitas por vacas e cavalos que ficam soltos na serra, ou ainda, aquelas picadas na mata feitas durante a busca do avião monomotor RV-7 cujos destroços foram encontrados no início de fevereiro de 2013.

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O final desta jornada continua no final do mês.

Torres del Paine – Patagônia Parte 2

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Saímos de Los Perros ao amanhecer, caminhando por um bosque totalmente encharcado. Em seguida iniciamos uma longa subida entre pedras e campos de gelo até o Passo John Gardner.

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Com o vento forte e chuva gelada foi difícil registrar fotos. Apesar da sensação de temperatura abaixo de zero e cansaço, uma alegria e respeito imenso nos atingiu quando avistamos o campo de gelo Patagônico Sul. Imponente, magnífico!

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O clima voltava a mudar e a partir deste ponto a trilha desceu a montanha entre árvores totalmente deformadas pela ação dos ventos, chegando ao El Paso. Hora de montar acampamento, preparar comida quente, vestir roupas secas e dormir quase doze horas.

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No dia seguinte caminhamos entre bosques e ravinas, hora subindo hora descendo, e tendo a vista do campo de gelo e do glaciar Grey ficar para trás. Chegando no refúgio Grey prolongamos o descanso por causa da chuva.

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Seguimos na caminhada e paramos para repor as energias e descansar no refúgio Paine Grande antigo Pehoe. Momento fotográfico com uma visão estonteante do lago azul turquesa.

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O final foi bastante desafiador devido as chuvas torrenciais, baixa temperatura e vento forte até chegarmos ao acampamento Italiano.

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Nada como um dia depois do outro. Amanheceu ensolarado e céu de brigadeiro! Um dia todo de caminhada no Vale Francês. Espetacular!

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Valeu cada passo percorrido…. Cada palavra de incentivo, coragem e perseverança dos amigos!

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Última parte desta aventura em breve.

Morro do Couto – Parque Nacional de Itatiaia

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Saindo de madrugada seguimos sentido Rio de Janeiro, desviamos na Garganta do Registro e seguimos por mais 17 km em estrada de terra. Este acesso é conhecido como a parte alta do Parque Nacional do Itatiaia. A partir desde ponto a paisagem muda, e conforme subimos as matas darão lugar aos campos rupestres compostos por rochedos e vegetação rasteira.

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Um lugar ímpar de montanhas cuja temperatura no inverno chega abaixo de zero. Os dias ensolarados enganam os menos avisados, pois nesta altitude e frio e vento são constantes. Uma região que já esteve coberta de neve mais de uma vez.

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A partir da portaria do parque seguimos a pé por uma estradinha até o início da trilha. Deste ponto já temos uma bela visão da montanha que nos espera. Em três horas de caminhada e após uma “escalaminhada” final, alcançamos o cume.

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O Morro do Couto está a 2.680 m de altitude com uma extensão de cinco quilômetros. Neste caso o acesso ao topo é pelo lado direito da montanha passando por duas antenas.

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Do topo tem-se uma vista incrível de vários picos do Planalto de Itatiaia. Podemos avistar a Pedra do Altar, Pico das Agulhas Negras, Pico das Prateleiras e Pedra da Tartaruga.

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Local: Parque Nacional de Itatiaia / RJ

Torres del Paine – Patagônia Parte 1

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As oportunidades são tesouros. Pela segunda vez estava iniciando uma longa jornada em um dos lugares mais espetaculares do nosso planeta Terra. Após dois dias e meio, entre aviões e ônibus, atravessando a fronteira da Argentina para o Chile, chegamos ao destino inicial de um trekking de oito dias pelo circuito completo do Parque Nacional Torres del Paine.

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A expectativa era grande dos seis amigos. Ao meio dia, saindo do acampamento Las Torres, iniciamos a travessia no sentido anti-horário. Uma trilha tranquila onde fomos contemplados por horas a fio caminhando em campos repletos de margaridas, margeando o rio Paine.

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O pernoite no acampamento Seron foi o primeiro indicativo dos ventos fortes e um frio de quebrar ossos. No segundo dia além das curvas de nível acentuadas, uma chuva fraca brincava com a ventania. As colinas em aclive margeavam e contornavam o Lago Paine que escondia o aconchegante refúgio Dickson. À primeira vista, esta paisagem descreve o cartão postal de um refúgio dentro de um bosque, margeado por um belíssimo lago e um glaciar mais ao fundo.

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Após um merecido descanso subimos em direção ao acampamento Los Perros. A chuva gelada caia suavemente. O corpo doido se alegrava com a primeira visão das várias geleiras do caminho, o Glaciar Los Perros.

Continua nos próximos posts, parte 2 e parte 3.

Caminhos Percorridos – Adamu Trekking

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21 de dezembro de 2012, e assim continua a caminhada! Para muitos uma data qualquer, para outros uma ansiedade equivocada do fim do mundo. De acordo com o anuário maia, esta data marca apenas uma mudança de ciclo que foi iniciada há 5.125 anos. Na visão do mundo maia temos a união da mãe terra e os corpos celestes num calendário circular, que termina em si mesmo, e assim inicia um novo ciclo. Esperança que se renova na reflexão, na missão, na jornada pelo planeta. Espero que o caminho do autoconhecimento nos mantenha lúcidos e atentos. Que os momentos de oração e meditação possam despertar nossa consciência. Que a verdade prevaleça!

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31 de dezembro de 2012, mês de renovação! Segundo o calendário gregoriano, é apenas o último dia do mês que fecha o último dia do ano e começo de mais um dia. É o exercício de um novo ciclo na esperança em dias melhores. Então que a necessidade prevaleça sobre o ego dos desejos intermináveis. Assim a caminhada se desenha em linhas concretas como aquela traçada em nossa vida pretérita.

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21 de janeiro de 2013, hoje é difícil dizer se foram os caminhos percorridos que nos trouxeram até aqui, ou se a nossa missão nos fez desenhar este caminho. O processo em que estamos todos envolvidos nos permite aventurar por novas trilhas. Acompanhar este site é caminhar junto, alegrar com a vitória passageira, aprender com nossos fracassos, superar limites e respeitar todos como sendo um. Brincar com as palavras e imagens como num processo de autoconhecimento. Vivenciar experiências e interagir com a natureza na certeza da nossa evolução. Então vamos às montanhas, trilhas e corridas!