“Apenas viver não é suficiente, disse a borboleta. É preciso ter sol, liberdade e uma pequena flor.”
Hans Christian Andersen – autor dinamarquês
“Uma trilha para se perder no tempo e se desligar do mundo exterior. Um caminho para se conectar ao som da mata, do rio e consigo mesmo.”
A trilha margeia e atravessa o rio Pinhão Assado passando por poços, piscinas naturais, corredeiras e cachoeiras, em um desnível de 130m, saindo de 1.420 m, subindo a 1.485 m e descendo a 1.355 m de altitude.
Iniciando o circuito no sentido horário, a trilha sobe a margem esquerda do rio até o antigo Toboágua e Poço dos Arcos. Então atravessamos uma pequena Ponte de Pedra sobre o rio Pinhão Assado.
Após trecho de caminhada na mata, a trilha retorna por estradinha de terra até uma grande Ponte de Pedra, onde acessamos a Cachoeira Pinhão Assado, antiga Albert Heilmann, com um grande poço e 35 m de altura.
As pedras na borda do grande poço represam a água, que se refaz novamente em corredeiras, descendo por uma pequena cachoeira até encontrar a Cachoeira Ponte de Pedra, que despenca em um poço cristalino.
No rio de água transparente, as corredeiras mergulham em uma mata exuberante. Logo se avista um tronco e duas estacas, é uma aparente pinguela que foi destruída pela força das águas do rio.
Neste trecho do rio a aventura termina na Cachoeira Lage de Pedra, entre corredeiras e um pequeno poço, a queda despenca para dentro da mata.
Logo ao amanhecer, aos primeiros raios de sol, nos preparamos para subir a Pedra Selada. Naquele momento, ela estava ofuscada nas sombras da encosta.
A origem do nome é peculiar ao formato de uma sela de montaria. A Pedra Selada é também conhecida como Pedra da Galinha Choca. Faz parte do Parque Estadual da Pedra Selada, municípios de Resende e Itatiaia, cujo acesso é por Visconde de Mauá.
O parque estadual foi criado em 2012 para preservar a fauna, flora e recursos hídricos desta porção de mata atlântica, com formação rochosa de notável beleza cênica e ótima vista panorâmica da região.
A trilha começa numa subida constante, a 1.070 m de altitude, atravessando pastagens, até adentrar uma floresta. Logo a 1.255 m, avistamos a Cachoeira do Chuveiro, que pode ser vista neste trecho da trilha que sobe até a pedra.
Entre uma clareira e outra na mata, se observa o quanto já subimos e quanto ainda falta para chegar na pedra. Em cerca de duas horas chegamos ao cume da Pedra Selada, a 1.755 m. Onde se encontra a caixa do livro de cume a visão é 360º.
A Oeste, avistamos o Pico Maromba, Agulhas Negras, Asa do Hermes, Pedra do Sino e Serra Negra. Ao Norte, o Vale do Rio Preto que faz divisa entre RJ-MG. Ao Sul, as cidades de Resende e Itatiaia, o Vale do Rio Paraíba do Sul e Serra do Mar.
De volta as proximidades do Rio Preto e Mirante Pedra Selada, o céu de brigadeiro colocou em destaque a beleza e imponência daquele afloramento rochoso.
No desabrochar da primavera, todas as folhas revelam uma só tonalidade, mas ao longo da passagem, no intricado caminho da vida, a senda se desvanece entre folhas amarelas e secas do tempo.
Cada passo deixa sua marca, e as lembranças se entrelaçam como folhas que caem suavemente, narrando a história de uma jornada vivida com ardor e profundidade, em meio a uma dança sutil entre a luz e a sombra.
Ancorada nos valores da sua essência, as folhas caídas na água, dançam em harmonia, se dissolvem e buscam uma nova transformação, neste contínuo ciclo da vida.
Assim como nas estações do ano, na jornada terrena os ciclos se renovam infinitamente, do nível microscópico aos seres que habitam esse orbe.
Igual a flor do Ipê que desabrocha em vibrante tom amarelo e depois se precipita no ar, é como uma alegoria da contínua evolução na efemeridade e finitude da vida.
Mesmo que nas tormentas o tronco se incline, as raízes profundas do Ipê sustentam sua copa. Assim como nossos ancestrais, nos deram a base para crescer.
No alto da folhagem do Ipê, nem tudo que vemos é colorido, mas temos a exatidão do respeito em memória aos ancestrais e do cuidado a família e amigos.
Ainda assim, na sombra do Ipê é preciso meditar. Na labuta entre o áureo e o índigo, como é importante valorizar cada momento e ser grato a tudo e a todos.
Afinal, uma chuva de flores amarelas se espalha por toda terra, impermanente e plena na essência, e no exercício do aprender e ensinar para a eternidade das lembranças.
Na rota dos peregrinos do Caminho da Fé, percorremos trilhas e estradas entre os bairros rurais Cantagalo / São Bento do Sapucaí – SP e Luminosa / Brasópolis – MG.
No Cantagalo subimos a Serra da Trilha da Onça, na divisa do estado de São Paulo com Minas Gerais.
Ao longo da caminhada na crista da serra, saímos de São Bento do Sapucaí, e entramos nos limites do município de Paraisópolis e Brasópolis.
No ponto culminante temos a vista panorâmica das montanhas do Sul de Minas ao chegar na Pedra da Onça, a 1.600 m de altitude.
Na descida voltamos para o lado paulista e avistamos a encosta rochosa da Pedra do Cruzeiro na Serra da Candelaria.
Na estrada de terra seguimos no Caminho da Fé até a divisa SP-MG. Nesse ponto entramos na trilha da Pedra do Cruzeiro.
Subimos até o cruzeiro de pedra ou Pedra do Cruzeiro, também conhecida como Pedra do Tatu a 1.575 m de altitude.
Mais uma vista extraordinária das montanhas mineiras e de Luminosa, bairro rural que pertence a Brasópolis – MG.
Da praça de Luminosa seguimos por estrada de terra em direção a Serra de Luminosa e vislumbramos a igreja de N. Sra. das Candeias.
Ao chegar no mirante da Serra da Luminosa, temos outra vista panorâmica.
A esquerda, Serra da Candelaria, e a direita, o bairro Luminosa.
No alto da serra passamos a Capela São Sebastião, bairro do Quilombo, até a divisa MG-SP.
Finalmente, após a Cruz de Pedra concluímos o percurso ao chegar no asfalto, na estrada São Bento do Sapucaí-Campos do Jordão.
Acampar é uma experiência que nos conecta com a natureza. É uma oportunidade de escapar da agitação da vida cotidiana e entrar em um mundo onde o tempo parece desacelerar, onde não temos rotina, permitindo-nos ser um observador nato.
A natureza é uma companheira que sempre devemos acatar e respeitar. As noites são escuras, outras de céu estrelado, ou ainda iluminado pela lua cheia. As vezes bate uma brisa refrescante ou sopra uma ventania braba. Com a tempestade ou frio intenso, a brincadeira fica séria, exige atenção, conhecimento e preparação.
O encanto de acampar está na percepção da novidade, da eventualidade e da flexibilidade, na preparação do acampamento e do rancho, e na coleta e purificação da água. Como também no exercício da resiliência, e do altruísmo para o bom convívio, mesmo que por pouco tempo, entre amigos e companheiros.
Acampamento é a arte da sobrevivência ao ar livre. Montar um abrigo e cozinhar refeições em um fogareiro são habilidades básicas e essenciais. Ao longo do caminho, você descobre que a simplicidade do acampamento é uma lição valiosa, e muitas vezes precisamos de muito menos para viver feliz.
Acampar é também diversão e aventura, como caminhar em trilhas, nadar em riachos, subir as montanhas e observar a vida selvagem. Cada dia traz novas descobertas e desafios. Aliás, é aqui que mora o perigo. Seja por sua conta própria ou com profissionais da área, a segurança de todos deve estar em 1º lugar.
O acampamento além da experiência física, é também uma jornada emocional. Longe das distrações da vida moderna, você tem tempo para refletir, relaxar e se reconectar consigo mesmo e com os outros. As prosas ao redor da fogueira podem ser significativas e os companheiros de acampamento podem durar a vida toda.
No acampamento é oportuno se desconectar do mundo virtual e reconectar-se com a realidade natural e real. É um lembrete de que somos parte integrante da natureza. Quando voltamos para casa, muitas vezes trazemos conosco não apenas as memórias, mas também a vivencia desta experiência no mundo natural.
Afinal, o acampamento é uma jornada de autodescoberta, aventura e apreciação da natureza. É uma oportunidade de escapar da rotina e experimentar a magia do mundo ao ar livre. Se você ainda não teve a chance de acampar, planeje esta experiência!
O mais crucial do que sonhar é tornar seus sonhos realidade.
Não importa quão insignificantes ou aparentemente impossíveis eles possam parecer. Sonhe e persiga seus objetivos, mantenha a fé naquilo que parece impossível. As respostas fluem e os presentes chegam até você.
Como no filme ‘A Vida Secreta de Walter Mitty’, o qual recebe de um fotógrafo consagrado da natureza, um presente e o negativo 25 que é a foto perfeita para a capa da última edição da revista Life. Então, Mitty sai de uma rotina tediosa para uma vida intensa e corajosa, buscando o verdadeiro propósito da vida.
Filme: A Vida Secreta de Walter Mitty
Caminhar é uma das atividades mais simples e acessíveis para a saúde física e mental. O simples ato de se movimentar, acelera o ritmo cardíaco, aumenta o fluxo sanguíneo e fortalece o coração, prevenindo doenças cardiovasculares entre outras.
Seja no quarteirão, numa praça, parques públicos, ou ainda, em trilhas na natureza. No caso de caminhar na natureza, para sua segurança, é preciso algum conhecimento, preparação e apoio de profissionais do turismo ecológico ou de aventura.
Segundo pesquisas recentes, para os benefícios a saúde é indicado uma caminhada diária de no mínimo 3.000 metros, que é em torno de 4.000 passos. Embora, quanto mais se anda maiores serão os benefícios para a saúde e bem-estar.
Incluir exercícios físicos no estilo de vida, pode ser fácil para alguns, mas em geral é um desafio para muitos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a atividade física insuficiente é a 4ª causa de morte mais frequente no mundo.
Com a prática regular, os benefícios físicos e mentais são inúmeros, como manter um peso saudável, controle do metabolismo, tonificação dos músculos, fortalecimento dos ossos, melhora do humor, redução do estresse e da ansiedade.
Além disso, se o caminhar for ao ar livre em meio à natureza, é um excelente relaxante e revigorante para a mente, dissolvendo os pensamentos que corroem os ânimos e a vontade de viver.
É uma escolha inteligente para manutenção da saúde, bem-estar e uma jornada em direção ao autoconhecimento. Por isso que eu sempre digo que caminhar é preciso.
“A cada passo na natureza, encontramos o equilíbrio para nossa saúde física e a serenidade para nossa saúde mental.”