O Vitorioso Alamarius

Em direção as montanhas elevadas, os pensamentos divagavam, aparentemente sonolento, em fleches de memórias passadas e recentes, sem saber distinguir entre realidade e fantasia.

A beira da estrada, estavam enfileiradas, alternando cores frias e quentes. O talhe é gigante, com tronco reto, de copa mais ou menos densa, em forma de coluna ou oval.

O álamo, árvore que pode alcançar trinta metros de altura. Dentro do carro, pareciam querer tocar o céu. Em elevação, cada vez mais, sentia o ar seco e rarefeito.    

Em terras altas, diante de uma geografia acidentada, onde impera umidade e temperatura baixa sob constantes e incansáveis ventos e turbulência, o álamo se destaca forte e vitorioso.

Do grego alamarius, o álamo, significa indivíduo vitorioso sobre algum assunto aparentemente impossível, diante do olhar dos outros.

Uma Caçadora Nata

Tem destreza no caminhar. No olhar, tem a precisão da caça ligeira. Uma caçadora nata.

De bico longo, reto e pontudo. Aparenta imponência no compasso dos passos. Se destaca na várzea alagada. Essa é de cor alva. Entra na lama e não se suja.

Uma bela ave. Finalmente abocanha um peixinho e sai em revoada com a cabeça retraída junto ao corpo.

Na tradição japonesa a garça simboliza sabedoria e juventude eterna, e quem fizer mil origamis, caminhará na direção da longevidade.

A Cada Tropeço um Recomeço

Após toda tormenta, dias melhores virão.

Se cansou, descanse. Se parou, recomece. Não há aprendizado sem dor. A esperança é continuadamente o recomeço.    

O caminho é tortuoso e carregado de obstáculos. Hora de seguir em frente. Novas trilhas a vista. Aprender com o passado é o melhor caminho a seguir.

As oportunidades estão sempre a frente. Temos que seguir, confiar e recriar. A cada tropeço um recomeço. Sempre atento! Evoluir é recomeçar.

Pedra Grande – Atibaia

O Monumento Natural (MoNa) Estadual da Pedra Grande engloba os municípios de Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Nazaré Paulista e Mairiporã; e faz parte do Parque Estadual Itapetinga.

Além da beleza cênica, a preservação é relevante quanto a biodiversidade, recursos hídricos e do corredor Cantareira-Mantiqueira. No local, avista-se facilmente bromélias, orquídeas, musgos e o amarílis. 

O maciço da Pedra Grande tem 1.418 m de altitude e surgiu há mais de 600 milhões de anos. Está localizado na Serra do Itapetinga. O maciço é também conhecido como Pedra Grande de Atibaia.

A trilha para subida e descida são cerca de 3,5 horas, sem contar o tempo no topo da pedra. As trilhas são Minha Deusa, da Mangueira e dos Monges, a partir da entrada pelo Condomínio Arco-Íris em Atibaia.

Além das trilhas, o local permite a prática de mountain bike, voo livre, paraglider, rapel e escalada. Não é permitido acampar e nem fazer fogueira.

Um espetáculo a parte é assistir o pôr do sol no final do dia.

Outro acesso é pela Rodovia D. Pedro I, a partir do km 65 em direção a Bom Jesus dos Perdões, e depois mais 10 km de estrada de terra até o topo da pedra.

Local: Atibaia / SP

Lagoa Dourada – Parque Estadual de Vila Velha

Denominada Lagoa Dourada visto que em certas horas do dia, devido ao reflexo do sol, sua superfície reflete uma cor dourada. A lagoa Dourada é uma furna assoreada por sedimentos da evolução do terreno na região dos campos Gerais, Ponta Grossa estado do Paraná.

A datação de restos vegetais em 12 metros de espessura de sedimentos, no fundo da lagoa, indicou 11.700 anos. Considerando que a profundidade de outras furnas atinge 50 metros de sedimentos, então é possível que a lagoa seja muito mais antiga.

A lâmina d’água da lagoa chega a 5,5 metros de profundidade, ela tem formato elíptico variando entre 160 a 200 metros e está conectada ao rio Guabiroba através de um canal tortuoso de 220 metros de extensão.

Na face norte da lagoa ocorrem fluxos de água subterrânea cristalina, deixando no fundo sedimentos arenosos. Forma um aquário natural para refúgio e reprodução dos peixes da lagoa ou aqueles vindos do rio Guabiroba.

Na face sul da lagoa, devido o desnível de 1,5 metros entre o rio e a lagoa, e durante as cheias do rio, ocorre um fluxo invertido de lama para dentro do canal até a lagoa. Então este sedimento argiloso vai decantando e assoreando a lagoa.

Furna: designação de antro ou cova de grande tamanho, normalmente de origem natural, localizada no interior de uma rocha ou dentro da terra; cova, fossa ou gruta.

Local: Parque Estadual de Vila Velha, Ponta Grossa / PR

Um Louva-Deus no Paraíso – Parati Mirim

Após algumas trilhas e caminhadas mais longas na região de Parati Mirim, passamos o último dia em trilhas leves e de curta duração.

Pela manhã já tínhamos percorrido três trilhas: caminhada até uma praia e mangue no Saco do Fundão e uma cachoeira no rio Paraty-Mirim. Em seguida partimos para a praia do Furado. Foram 30 minutos de caminhada em estrada de terra e trilha.

Um paraíso de praia de água transparente, sem onda, praticamente uma lagoa esverdeada, numa extensão de 40 metros de areia. Uma verdadeira piscina natural para se passar horas a beira mar. A praia fica bem em frente a ilha da Cutia. 

Explorando os arredores, no canto direito da praia, entre as pedras, encontramos um louva-deus. Parece um inseto tranquilo, mas não se engane, o louva-deus é um inseto predador nato que evoluiu para ser o melhor caçador.

Carnívoro e inteligente. O louva-deus tem uma dieta a base de insetos, anfíbios e até pequenos répteis. Acredite se quiser, o louva-deus aprendeu a pescar pequenos peixes, como o barrigudinho, e caçar pequenos pássaros como o beija-flor.

E ter um nome como esse não é para qualquer um: por conta de suas patas dianteiras, quando aproximadas, dão a impressão de que ele está rezando.

Floresta de Coníferas – Caminhar é Preciso

Na juventude da alvorada me levanto descansado. A barriga reclama por um reforçado café matutino. Com a mente desperta procuro a janela para ver a serra. Graças a cerração matinal só consigo ver as colinas na vizinhança.

No verde altivo da estrada vejo o céu azul e a encosta coberta por pinheiros. Sigo no aclive ligeiro. Estaciono. Procuro pelo sol que sacode a neblina. Vejo a floresta de pinheiros. Olho para o alto, me surpreendo com as coníferas à frente.

Agacho para conferir o solo pobre e seco. Procuro pelas pinhas ovaladas. Percebo uma floresta antiga de pinheiros escamosos. Ainda na sombra do frio matinal me aconchego para dentro da floresta. Solitário, no silêncio olho para o céu azul. 

Chamamos as pinhas de cones em atenção ao nome coníferas. Não há flores e nem frutos. Neste dia não houve sonido entre as árvores. O vento ficou preso nas colinas ao longe. Se eu pudesse subiria no topo de um pinheiro para ver o horizonte.  

Logo alcanço o topo da colina e busco apurar a vista. Entre os galhos e troncos vejo minha terra nativa. O dia azul destaca a urbe vertical. Soberana nos arranha-céus. O progresso não para. Observo a beleza da curvatura do Arco da Inovação.

Mas aqui dentro da floresta, ser pinheiro longevo é ser forte. Se o minuano chega farto, o pinheiro verga, mas não lasca. Da visão do interior, dá alegria ao caminho as coníferas de semente nua e do emaranhado dos troncos desgarrados.

Impacto Imediato – Meio Ambiente

Impacto imediato é ver uma foto de um paraíso natural como este, não é mesmo? Nos conforta e traz boas memórias, como aquelas férias na praia!

Outro impacto imediato é o desconforto ao constatar que na mesma praia encontramos lixo. De fato, o ser humano joga coisas, muito delas reutilizáveis, que a natureza não pode digerir.

Encontramos todo tipo de lixo, alguns como uma parte de um brinquedo, garrafas de plástico e vidro, isqueiro, tampa de um ventilador, barbeador descartável, sola de um calçado e isopor.   

A mãe natureza é muito benevolente com a humanidade. O planeta já manifesta duras mudanças ambientais. Em um local contaminado é impossível habitar qualquer ser vivo saudável.

Esta poluição que chega nas praias é uma pequena parte. Todo ano, milhões de toneladas de plástico chegam aos Oceanos da Terra, mantando milhões de aves e animais marinhos.

A sociedade civil, governos, empresas, comunidade científica-acadêmica são pessoas. A maior ameaça ao nosso planeta somos nós mesmos, mas cada um de nós pode ajudar na redução da poluição ambiental.   

Os mutirões nas praias com engajamento da população local e turistas ajuda, mas o certo mesmo são políticas e ações públicas para combater as poluições das atividades humanas.

É urgente intensificar a educação ambiental nas escolas. Importante conscientizar e esclarecer sobre a preservação para o consumo e uso sustentável dos recursos e gravidade da poluição nos mares.  

Temos soluções e tecnologias. O maior desafio é a mudança de atitude, vontade econômica e política; E união da sociedade civil, governos e organizações privadas para salvar nosso Planeta Água.

Donde Eu Vim – São José dos Campos

Donde eu vim, os primeiros habitantes no final do século XVI eram os índios Puris com os jesuítas formaram a Aldeia do Rio Comprido, que em 27 de julho de 1767 foi elevada a vila de São José do Paraíba, distante quinze quilômetros de onde está localizada a Igreja Matriz. Em meados do século XIX com a produção de algodão para exportação houve um crescimento econômico.

Éramos rurais e nascemos com vocação tecnológica. Hoje somos referência em inovação e empreendedorismo no Brasil. Uma cidade com qualidade de vida, grandes extensões de ciclovias, muitos lugares para caminhar e correr.    

Donde eu vim, tantas mudanças. Em 1864 de vila a município, em 1871 o nome da cidade mudou para São José dos Campos, em 1869 o primeiro bairro de Santana, em 1921 inaugurado o Mercado Municipal e 1951 chegou a rodovia Presidente Dutra. Fomos uma estação climática e cidade sanatório no tratamento da tuberculose, história preservada com o tombamento do parque Vicentina Aranha.

Qual Joseense que não conhece a praça do Sapo, o parque Santos Dumont, o Banhado e a primeira fábrica e fazenda da tecelagem Paraíba, hoje Parque (da Cidade) Municipal Roberto Burle Marx.  

Donde eu vim, a partir da década de 40 e 50 ocorreu a criação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA, e ao redor, o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial – DCTA, um complexo para pesquisa e desenvolvimento aeroespacial, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, e o boom industrial na cidade.

Em 1969, nasceu o avião Bandeirante e foi criada a Embraer, atualmente a terceira maior fabricante mundial de aviões. Em 2006 foi criado o Parque Tecnológico de São José dos Campos e a partir de 2011 incorporado o Centro Empresarial.

Donde eu vim, hoje somos mais de 730 mil habitantes, a segunda maior população do interior de São Paulo, a maior cidade do Vale do Paraíba, com área de 1.100 km2 e distritos de Eugenio de Melo e São Francisco Xavier.

Em 2019, a pesquisa Indicadores de Satisfação dos Serviços Públicos – Indsat, indicou primeiro lugar no grau de satisfação com qualidade de vida entre as 10 maiores cidades do estado de São Paulo, tendo na sustentabilidade a melhoria da qualidade ambiental e investimentos em parques públicos. Dentro dessa área total existem áreas de serrado e mata atlântica.

Donde eu vim, em 2018 o distrito de São Francisco Xavier ganhou um parque público na antiga fazenda do Bose, que abriga um casarão do século XIX e metade da área está em floresta nativa.

Aos pés dessa parte da Serra da Mantiqueira, faz divisa com Camanducaia – Monte Verde – MG. Dos 500 m de altitude na planície do rio Paraíba do Sul alcança 2.080 m no Pico do Selado, o ponto culminante do município.

O distrito de São Francisco Xavier é Área de Proteção Ambiental, Estadual e Federal, e suas matas abrigam o muriqui, o maior primata das Américas.

Donde eu vim, em 2020 a Fundação Arbor Day e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura anunciou São José dos Campos como uma das três cidades reconhecidas no programa “Cidades de Árvores do Mundo”. Para receber o reconhecimento, a cidade teve de provar o compromisso com as árvores, a silvicultura, o manejo e criação de florestas urbanas.

Continuar preservando e desenvolvendo o verde na vida do Joseense faz de São José dos Campos uma das cidades mais arborizadas do país.

Donde eu vim, temos um jequitibá-rosa, patrimônio Joseense, protegida por lei, situado no distrito de Eugênio de Melo. Atualmente sustentado por hastes de ferro é um dos símbolos da cidade. Um verdadeiro ancião, conhecida como o Gigante Eugênio, com 27 m de altura, uma copa de quase 30 m e idade estimada em até 700 anos.

Somos privilegiados por estar próximo as maiores montanhas do país, na serra da Mantiqueira, e do litoral norte e sul de São Paulo, um dos litorais mais bonitos do Brasil.

Donde eu vim, em 2022 São José dos Campos foi certificada como a primeira Cidade Inteligente do Brasil. A certificação foi concedida pela ABNT (NBR ISO 37120, 37122 e 37123) regulamentadas pelo World Council on City Data / ONU, em serviços urbanos, qualidade de vida e práticas sustentáveis, destacando aplicação tecnológica e boas práticas de gestão na qualidade de vida da população.

Por tudo isso, somos orgulhosos de sermos Joseense. Parabéns a todos que vivem em São José dos Campos pelos 256 anos de prosperidade, oportunidade, responsabilidade, qualidade de vida, amor, sonhos e liberdade!

Há dois anos atrás tivemos a grata apresentação da Esquadrilha Ceu, formada por pilotos da aviação de caça e oficiais da reserva da Força Aérea Brasileira, quando da comemoração do aniversário de 254 anos.

Parabéns São José dos Campos!

256 anos

Brasileiros – O Brasil é o País do Hoje

” Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil. “

Mário de Andrade

” Que o dia nasça lindo para todo mundo amanhã. Com um Brasil novo. “

Cazuza

” O Brasil é o país do futuro, mas para tanto é preciso decidir que o ‘futuro’ é amanhã. E, como bem sabe, isto significa que as decisões difíceis têm que ser tomadas hoje. “

Margaret Thatcher