Eita Bicho Estranho – Pedalar é Preciso

Como pedalar é preciso, uma paradinha para observar um cavalo bravo.

Eita bicho estranho, esse tal de cavalo selvagem. Parece bicho homem, sensível e bárbaro. Muitas vezes de emoções fronteiriças, da cólera indomável ao amor sagaz. Impetuoso, corre livre até ser arrebatado pelo cansaço. Aparentemente esgotado é sem dúvida um corredor nato. Corre rápido e mais rápido, para ganhar de si mesmo. Ainda aprendendo a controlar as forças que tem. No tempo da teimosia vem a sensatez a galope. Percebe que a liberdade é efêmera. Assim, atado àquela grande árvore do mundo. Parada obrigatória para refletir sobre as transgressões, nem de todo mal, são vezes contraditórias, algumas fortuitas e poucas irrefreáveis. Uma luta constante para cavalgar no orbe do bem. Ao trotar busca o comedimento entre a alegria e a tristeza. Ainda preso na grande árvore tenta confessar porque tem que levar aquele fardo. Para falar a verdade, sente como é bom aquela sombra, o alimento da relva e os frutos que despencam do alto da folhagem da grande árvore. Que estranho aquela energia em tudo ajuntado. Afinal, dos sonhos a galope, ecoa o magnetismo e fica fácil zurrar de si mesmo. Eita bicho estranho esse tal de…

Linha Tênue – Saco do Mamanguá

Às vezes é preciso adentrar por mares e terras desconhecidas, sem saber exatamente onde começa e termina cada um deles. No mar sem fim, em dia de azul celeste, a vista se perde na linha tênue da terra verde.

Às vezes é preciso subir nas alturas do chão elevado para ver a verdadeira dimensão das terras desconhecidas. Sem poder enxergar além do que o horizonte alcança, a imaginação vai longe nas entranhas da terra verde.

Em terras devastadas pelos cépticos, caminhamos em direção crescente do amparo, da beneficência e da continência. Então de braços abertos agradecemos esta linha tênue entre o Céu e a Terra, de sutilezas, que vão além do que a vista alcança.

Pedra Ana Chata – Monumento Natural Pedra do Baú

Entre eucaliptos e campo aberto em aclive, adentramos na mata. Em constante subida, seguimos a direita na bifurcação em trecho mais inclinado. Logo deslumbramos a vista da pedra acima da copa das arvores. Em suas escarpas podíamos ver minúsculos pontos em movimento, eram os escaladores nas vias da pedra.

Atingimos a trilha principal após uma hora de caminhada e logo chegamos na entrada da gruta. Pelas entranhas da pedra, atravessamos a curta passagem e atingimos um patamar rochoso. Desse ponto, à visão da Pedra do Baú e mais um escalador subindo a pedra.

Em seguida atravessamos trechos com barras, grampos e escadinhas de ferro encravados na rocha. Então fizemos um desvio a esquerda, antes de chegar no topo, para apreciar a vista na ponta do lado oeste da pedra. Na volta paramos na “janela em U” para apreciar a vista.

Finalmente atingimos o topo da Pedra Ana Chata a 1.670 metros de altitude. O contentamento é sempre bom com a paisagem que se expande numa visão ampla. Na ponta leste da pedra temos a magnifica perspectiva do Baú visto de lado.

Para completar o espetáculo, ainda temos a vista do Vale do Paiol ao lado, o município de São Bento do Sapucaí bem ao fundo e toda a serraria do sul de minas.

Esta trilha, a partir do estacionamento Chico Bento, tem a distância total de 5 km. Com paradas na subida e descida, registramos um total de 3 horas, sem contar o tempo em cima da pedra.

Vassoura de Bruxa – Pedalar é Preciso

Em tempos modernos peguei minha bike e instalei uma vassoura de bruxa. A magia está no ar.

Mais paciente no pedal desse mundo louco. A velocidade me alegra mas posso me dar mal se passar dos limites. A energia flui e quase sempre freio menos do que acelerar demais. Na calma vejo os detalhes. Do preto e branco se faz colorido. Vale a pena parar para ver o todo. A novidade nos detalhes. A liberdade simples. Ir adiante sem olhar para trás. Equilíbrio constante para não se importar com os obstáculos e o desconhecido.

Nesses tempos onde “a bruxa” anda solta, é melhor equipar a bike com esse novo acessório (risos) para ir adiante e mais alto. Traçar novos caminhos e objetivos.

Igual as Notas Musicais – Pedalar é Preciso

Após pedalar por toda a orla, fomos em direção ao mercado. Acabei parando na praça para descansar e avistei uma ponte com seus transeuntes freneticamente indo de um lado para o outro. O engraçado que todo mundo passava com sua bicicleta. Ninguém a pé. Estranho mundo de uma ponte e seus bikers. No meu ouvido o rock & roll rolava solto. Na minha visão os ciclistas pareciam partituras. Eles lembravam notas de um riff que se repetia naquela agitada ponte. Entre idas e vindas, os ciclistas surgiam como acordes musicais. Algumas vezes pareciam improvisados. Em outros ecoavam com vigor até o clímax da música. Naquele instante pareciam iguais as notas musicais.

Kalanga – Veículo de Duas Rodas

Kalanga nada mais é que sinônimo de veículo de duas rodas impulsionado com pedais, a popular bicicleta, bike.

Desde de tempos pueris, aprendi a me equilibrar e tentar bater meu recorde em velocidade. Sem noção do perigo, sobrevivi nas descidas dos morros fazendo de freio os pés. Já ralei inúmeras vezes no chão do asfalto e na terra. Como fazia graça para os amigos, com acrobacias, tomava aqueles tombos, saia ileso do susto e fugia de vergonha logo em seguida.

Depois, com equipamento melhor e juízo na cabeça, distancias maiores foram superadas, caminhos na natureza foram desbravados. Nada demais, mas o suficiente para treinar e se divertir, pois outras atividades esportivas sempre foram e são prioridades. Nesse ínterim, ela ficou pelos cantos. Algumas vezes saíamos para um pedal urbano.

Agora de volta aos pedais. Nesta nova categoria vamos abordar o mundo da bike e ciclo turismo, com textos e fotos autorais. No momento apenas pedal urbano e novas aventuras em breve.

Na imagem acima fizemos uma paradinha em frente a uma construção histórica no passeio de bike em Cananéia, litoral sul de São Paulo.