À Beira da Lagoa

O pai senta, chapéu inclinado.

A vara mergulha na água tranquila,

um gesto simples, que carrega paciência e cuidado.

.

O filho observa, de pé,

olhos atentos ao reflexo do céu,

aprendendo sem palavras a escuta do mundo,

a quietude que ensina mais que qualquer fala.

.

O cachorro, fiel e imóvel,

acompanha o instante como um guardião silencioso.

.

O vento dobra folhas e pensamentos.

O sol se derrama sobre a lagoa.

Cada ondulação se torna memória,

como se o tempo pudesse se alongar

e caber nesse instante perfeito.

.

Pai e filho, ligados pela calma,

pela atenção e pelo simples estar juntos,

descobrem que a paz não é ausência,

mas presença —

.

na luz que toca a água,

no silêncio que fala,

no instante que é só deles,

onde o mundo inteiro se dobra

em natureza e amor contido.

.

E por um breve momento,

o tempo descansa — à beira da lagoa.

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